Investidores brasileiros apostam na alta do ‘índice do medo’ nos EUA

No mercado norte-americano, existe um índice que mede a volatilidade das opções de ações que fazem parte do S&P 500 – uma espécie de termômetro da incerteza dos investidores. Esse indicador é o VIX, conhecido como ‘Índice do Medo’. Ele costuma disparar quando a percepção de risco em torno dos ativos cresce no mundo – motivo pelo qual serve de ‘alerta’ para a chegada de grandes crises financeiras.

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Vix, o termômetro do medo na Bolsa

De acordo com um levantamento exclusivo feito pela plataforma de investimentos Stake, é justamente o ETF que aposta na alta do VIX, conhecido como UVXY, o mais negociado por investidores brasileiros no exterior durante o 1º semestre de 2021. Os ETFs são fundos de investimento negociados em Bolsa na forma de ações, que buscam replicar o comportamento de determinado indicador.

Rodrigo Lima, analista de investimentos da Stake, explica o interesse pelo ETF que mede o nível de ‘pânico’ dos mercados. “No Brasil, apostar em volatilidade é sempre muito caro e implica em realizar operações complexas envolvendo derivativos como opções”, afirma. “A facilidade e o baixo custo de comprar um ETF que replica o VIX podem ter sido alguns dos motivos que levaram os investidores a comprarem muitas cotas do UVXY em um semestre marcado pelo medo do retorno à inflação nos EUA.”

No ranking da Stake ainda aparecem fundos de índices relacionados a setores que ainda são muito sub-representados no Brasil. Logo na sequência do UVXY, por exemplo, está o ETF FNGU, que segue o desempenho das big techs, as gigantes de tecnologia das bolsas americanas, como Facebook, Apple e Amazon. Já o terceiro lugar é ocupado pelo fundo de índice ‘MJ’, lastreado no setor de cannabis, cujas opções de investimento domésticas são escassas.

“Por se tratarem de setores disruptivos, selecionar quais empresas serão as vencedoras pode ser uma tarefa difícil. Por isso, muitos investidores que desejam diversificar acabam optando por investir em fundos de índice”, diz Lima.

As aplicações com exposição em metais preciosos e que replicam o desempenho de indicadores importantes, como S&P 500 (VOO) e Nasdaq (QYLD), também ocupam lugar entre os favoritos dos brasileiros no exterior. Contudo, o analista da Stake ressalta que é preciso conhecer bastante o ETF, para não ter surpresas negativas com o investimento.

O QYLD, por exemplo, é um ETF com uma proposta interessante, de investir na Nasdaq e realizar o lançamento de opções cobertas para gerar uma renda extra ao investidor. No entanto, ele está em queda de cerca de -1,3% no acumulado do ano, enquanto a Nasdaq sobe mais de 14% no mesmo período.

Veja os 10 ETFs estrangeiros mais negociados por brasileiros no 1º semestre de 2021:

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