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Usou o FGTS para comprar ações da Eletrobras? Veja o que fazer agora

O investidor que comprou ações da empresa com o FGTS agora pode alocar o montante em fundos de carteira livre

Usou o FGTS para comprar ações da Eletrobras? Veja o que fazer agora
Fachada Eletrobras – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
  • Há aproximadamente 45 dias, os cotistas foram liberados a migrar sua participação para outros FMPs ou fundos “carteira livre
  • Existem apenas dois fundos de carteira livre com os dados disponíveis - oferecidos pela XP - e 84 fundos Mútuos de Privatização
  • O E-Investidor conversou então com especialistas para entender se é vantagem realizar essa migração, como deve ser feita e quais são os direitos dos cotistas

Os brasileiros que usaram 50% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para comprar ações da Eletrobras (ELET6) no processo de privatização da companhia podem, desde o último dia 15 de dezembro, resgatar o dinheiro da aplicação inicial e alocá-lo em outros investimentos. A migração, no entanto, só pode ocorrer via Fundos Mútuos de Privatização (FMPs).

Esse produto é lastreado no desempenho de um único ativo – e por isso são chamados de mono –, no caso, a ação ELET6. Dessa forma, na teoria, não existia diferença entre os retornos, o que mudava era apenas a taxa de administração. Desde a privatização, em junho de 2022, a ação da companhia valorizou cerca de 2%.

Há aproximadamente 45 dias, os cotistas foram liberados a migrar sua participação para outros FMPs ou fundos “carteira livre”. A segunda opção nada mais é do que um produto com carteira que não se limita a um único ativo, ficando sobre responsabilidade de um gestor construir o investimento de forma diversificada, com exposição em renda fixa e ações.

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Ao todo, segundo um levantamento realizado pelo Economatica, até a publicação desta matéria existem apenas dois fundos de carteira livre com os dados disponíveis – oferecidos pela XP – e 84 fundos Mútuos de Privatização. Veja abaixo:

A XP anunciou seus dois fundos no final do ano passado. O XP Investor Carteira Livre FMP e o XP Balanceado Carteira Livre FMP. O primeiro produto opera apenas comprado e visa superar o Ibovespa por meio de uma análise fundamentalista, e tem em média de 15 a 20 posições. O segundo divide sua posição em 51% do portfolio conforme a carteira da XP, a Investor FIA, e 49% em ativos de renda fixa.

“Vale destacar que há outros fundos carteira livre em lançamento que não possuem dados divulgados. Por isso, não é possível computar os dados”, explica Matheus Spina, especialista do Economatica. O FMP FGTS Reference Absoluto Carteira Livre e o FMP Reference Absoluto Moderado Carteira Livre, anunciados pelo BTG Pactual há menos de 15 dias, são exemplos da situação descrita por Spina.

Ambos são produtos de gestão ativa, ou seja, o gestor deve trabalhar para superar o índice de referência do fundo, como o Ibovespa. Segundo o banco, os novos produtos replicam a estratégia Absoluto, fundo que desde sua criação, em 2010, obteve rentabilidade acumulada de 260%, ao passo que o benchmark (referência de performance) evoluiu 84% no mesmo período.

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O objetivo do produto consiste em “oferecer uma opção de investimento com melhor risco-retorno, ampliando a rentabilidade da carteira”, afirma a instituição. Veja mais detalhes sobre os fundos.

A Caixa também possui um FMP Carteira Livre apto a receber migrações de cotistas de outros FMPs. O fundo possui taxa de 1,90% ao ano, sendo que sua política de investimento permite a alocação em ações e até 49% da carteira em títulos públicos.

Quando foi anunciada a possibilidade de usar o FGTS para comprar ação da Eletrobras, a proposta recebeu a adesão de 500 mil pessoas. E, segundo o Economatica, desde que foi liberada a migração de investimentos, ao menos 17 mil cotistas compraram os produtos carteira livre.

O E-Investidor conversou então com especialistas para entender se há vantagem em realizar a migração, como ela deve ser feita e quais são os direitos dos cotistas:

  • Ainda posso usar meu FGTS para comprar ações?

Não é mais possível. O prazo para reservar ações da Eletrobras com recursos do FGTS acabou em 8 de junho de 2022, às 12h. E não é possível investir direto em FMP carteira livre, o acesso ao investimento ocorreu via benefício.

  • Quanto custa para investir em FMP ou fundos de carteira livre?

O valor mínimo para se investir em FMP depende do produto, segundo dados da Economatica. Há desde opções que não possuem um preço mínimo até outras com aplicação inicial de R$ 1 milhão. O aporte inicial nos dois fundos da XP de carteira livre podem ser qualquer valor.

  • Utilizei o benefício para comprar ações da Eletrobras, como posso fazer a migração para outro FMP ou fundos carteira livre?

De acordo com Rodrigo Sgavioli, head de Alocação e Fundos da XP, basta o investidor entrar em contato com o banco ou corretora de origem, onde foi realizado o FMP, e informar que tem interesse em migrar o investimento realizado com uma parcela do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço para outro produto.

  • Esses fundos têm taxas? Como elas funcionam?

Alguns FMPs não possuem taxas, enquanto outros cobram até 2%. Já o XP Balanceado FMP exige 1,75% e o XP Investor FMP, 2%. A cobrança ocorre anualmente e o valor captado é usado para remunerar o gestor do produto.

  • Há chances de ganhos maiores?

Felipe Pontes, diretor operacional do Economatica, diz que há possibilidades de ganhos maiores se o investidor alocar em caixa livre ao invés de outro FMP. Isso porque os monos são lastreados em apenas um papel, então não há muita diferença entre seus rendimentos e aqueles obtidos ao comprar o ativo diretamente.

O produto com alocação que não se limita a um único ativo conta com um gestor “que pode encontrar melhores oportunidades no mercado e que apontam maiores ganhos”, afirma o especialista.

  • Quando posso retirar o dinheiro desses fundos?

Sempre que o investidor resolver migrar sua posição para outro fundo, seja mono ou carteira livre, é preciso respeitar um hiato de seis meses. O mesmo período também deve ser respeitado quando quiser resgatar o dinheiro investido.

  • Posso voltar os recursos para o FGTS se eu quiser? Vale a pena?

Conforme o site da Caixa, qualquer pessoa consegue resgatar o montante investido e alocá-lo de volta no FGTS. Para realizar o processo, o trabalhador precisa formalizar o pedido a instituição administradora do FMP investido.

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Contudo, segundo Sgavioli, fazer esse retorno só vale a pena se o investidor precisar do recurso de forma urgente, pois, o FMP “muito provavelmente” vai render mais do que se voltasse ao saldo do FGTS que rende 3% mais TR (Taxa Referencial).

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