

A briga entre o fundo imobiliário Tellus Rio Bravo Renda Logística (TRBL11) e os Correios pode parar na Justíça após a estatal rescindir antecipadamente o contrato de locação atípico referente ao Centro Logístico de Contagem, em Minas Gerais. Segundo a Rio Bravo Investimentos, gestora responsável pelo FII, a companhia notificou ao fundo sobre a decisão nesta semana, mesmo com o galpão estando apto para o retorno das atividades. Ao E-Investidor, a estatal comunicou que a decisão decorreu dos “inúmeros problemas apresentados pelo imóvel desde a sua entrega”.
Além das medidas administrativas, a gestão e a administração do fundo estudam a possibilidade de entrar com uma ação judicial contra a estatal para o pagamento das obrigações contratutais que incluem o pagamento da multa rescisória superior a R$ 300 milhões. O valor corresponde ao recebimento dos aluguéis até o fim do contrato que venceria em 2034. Ao E-Investidor, a estatal comunicou que a decisão decorreu dos “inúmeros problemas apresentados pelo imóvel desde a sua entrega”.
“A estatal foi forçada a suspender as operações no prédio em 14 de outubro de 2024, em função dos riscos apresentados, posteriormente ratificados pela Defesa Civil, momento em que foi interrompido o pagamento de aluguel. A decisão da estatal preza, principalmente, pela segurança das trabalhadoras e dos trabalhadores e de suas operações, como também pelo interesse público”, comunicaram os Correios em nota.
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Apesar do impasse que permanece distante de ter um desfecho, o fundo ressalta que a situação não impede a locação do imóvel para outro inquilino com uma boa classficiação de risco. “Com essa manifestação, os Correios declaram que não devem seguir sua operação lá. Já podemos começar a pensar na estratégia comercial para locar um imóvel de última geração, que entendemos ter altíssima liquidez, em uma região com vacância de cerca de 5%”, diz Felipe Ribeiro, gestor de fundos imobiliários da Rio Bravo Investimentos.
Entenda a briga entre o TRBL11 e os Correios que se arrasta há mais de um ano
Desde outubro do ano passado, a gestão do TRBL11 e os Correios enfrentam um impasse referente aos problemas estruturais do galpão logístico, responsável por 46,5% da receita do FII. Atualmente, o galpão logístico está parcialmente em obras para solucionar os problemas estruturais. As intervenções estão sendo realizadas após o imóvel ter sido interditado pela Defesa Civil do município de Contagem em outubro do ano passado. Saiba mais nesta reportagem.
Na época, o fundo Tellus Rio Bravo Renda Logístico comunicou que os reparos demandariam cerca de R$ 14 milhões e seriam, incialmente, pagos com os recursos do TRBL11. A primeira etapa das obras que visam solucionar os problemas estruturais foi concluída antes do prazo e viabilizou o retorno das atividades do centro logístico no início de dezembro. Apenas os espaços da cozinha e do refeitório que correspondem a menos de 1% do imóvel não poderiam ser utilizados devido às obras que ainda estavam em curso. Já o término da segunda etapa das intervenções que foca nos problemas relacionados ao solo está previsto ocorrer em abril.
Contudo, mesmo com o avanço dos reparos, os Correios não retornaram com as suas operações desde outubro de 2024. Em janeiro, quando o FII comunicou o atraso no pagamento do aluguel de dezembro, a empresa pública informou que já havia iniciado o processo de rescisão unilateral da locação. Veja os detalhes nesta repotagem. Por volta das 15h (horário de Brasília), as cotas do fundo Tellus Rio Bravo Renda Logística (TRBL11) lideram as perdas do IFIX – índice que reúne os principais FIIs da B3 – com uma queda de 2%, cotadas a R$ 63,39.