Nesta sexta-feira (12), o Serpros, entidade de previdência complementar do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), se manifestou publicamente sobre reportagem do E-Investidor a respeito do fundo imobiliário Macam Shopping (BLUE11).
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Nesta sexta-feira (12), o Serpros, entidade de previdência complementar do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), se manifestou publicamente sobre reportagem do E-Investidor a respeito do fundo imobiliário Macam Shopping (BLUE11).
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O Macam é atualmente administrado pela Master Corretora, do Banco Master, e gerido pela BlueMac, antiga Master Capital Asset. O fundo possui 14 institutos de previdências como cotistas, entre eles, o Serpros. Em janeiro, essas entidades somavam R$ 100 milhões investidos no FII, que de lá para cá, já perdeu 70% do valor de mercado. Procurados, Banco Master e BlueMac não se pronunciaram até a publicação do texto.
O Serpros confirma ter investido R$ 50 milhões no fundo Macam ainda em 2012, quando o produto era um fundo de investimento em participações (FIP) fechado para resgates e administrado pela Planner Corretora. Desde então acumula perdas nesta aplicação. A entidade afirma ainda que um relatório de intervenção produzido em meados de 2017 sobre a carteira do Serpros apontou que o valor investido no Macam Shopping “dificilmente” seria recuperado.
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“Desde o aporte até a presente data, o fundo passou por sucessivas desvalorizações de cotas, decorrentes da precificação dos ativos, além de alterações na razão social e até na alteração do veículo de investimento, migrando de Fundo de Investimento em Participações (FIP) para Fundo de Investimento Imobiliário (FII). Também ocorreram substituições de administradores e gestores”, diz o Serpros.
Antes da publicação da matéria “14 instituições de previdência aplicaram em fundo imobiliário do Master que já perdeu 70% de valor de mercado”, na última quinta (11), o E-Investidor solicitou esclarecimentos ao Serpros em mais de uma oportunidade e a entidade não quis se pronunciar. O Serpros também foi consultado antes da publicação desta nota e não retornou os questionamentos feitos.
Após a publicação, a entidade enviou posicionamento ao E-Investidor, reafirmando o “compromisso com a transparência, a mitigação de riscos e a proteção dos recursos dos participantes e assistidos e destaca o desempenho dos seus Planos de Benefícios Administrados, estando todos eles apresentando rentabilidade superior à meta atuarial estabelecida” (leia no final da página). O trecho faz parte do posicionamento público realizado pelo Serpros em seu site oficial.
A Master Corretora pertence ao Banco Master, que teve a liquidação decretada pelo Banco Central no dia 18 de novembro em função de uma “grave crise de liquidez” e “violações às normas” que regem o sistema financeiro nacional. O presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, chegou a ser preso pela Polícia Federal no âmbito da Operação Compliance Zero, que investiga práticas de gestão fraudulenta.
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Segundo o Serpros, antes mesmo da liquidação do Banco Master e consequentemente da Master Corretora, a entidade já tentava trocar a administradora do Macam Shopping. “O Serpros buscou contato com outros cotistas para reunir participação suficiente para solicitar assembleia com o objetivo de substituir os prestadores de serviços, porém sem sucesso”, diz a entidade.
Após a liquidação do Banco Master e da Master Corretora, o Serpros relata ter enviado e-mail à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para solicitar a designação de um “administrador provisório” para o Macam.
“A CVM respondeu que vem dialogando com o liquidante do Banco Master para que, no menor tempo possível, convoque as assembleias e realize as substituições”, disse o Serpros, que ressalta não ter ativos emitidos pelo Banco Master na carteira, mesmo que invista no Macam, administrado pela instituição financeira.
Procurada, a CVM disse que o liquidante do Banco Master deve assumir os deveres e responsabilidades pela administração do fundo. “Em caso de descumprimento, o liquidante fica sujeito a penalidades previstas na referida norma, bem como na legislação vigente”, aponta a autarquia.
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