

Publicidade
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Em um intervalo de um ano, 40 fundos imobiliários (FIIs) que pagam dividendos e compõem a carteira teórica do Ifix, índice de referência da classe de ativos, conseguiram elevar os seus rendimentos para seus cotistas. Dados da Databay mostram que o grupo elevou o seu dividend yield (rendimento de dividendos) em até 179% durante esse período.
A análise enviada ao E-Investidor considerou apenas os fundos imobiliários que elevaram os seus dividend yields entre os dias 30 de junho de 2024 e 30 de junho de 2025, com aumento nominal de proventos. Os ganhos refletem a capacidade da indústria de FIIs de entregar valor aos investidores, apesar das adversidades do mercado.
Isso porque desde março de 2022 o Banco Central (BC) brasileiro mantém a taxa Selic acima de dois dígitos. A última decisão ocorreu na quarta-feira (30), na qual o colegiado da autoridade monetária decidiu manter os juros no patamar de 15%, o seu maior nível desde 2006.
Na prática, essas condições econômicas tendem a penalizar os ativos de renda variável com a preferência dos investidores pelos títulos de renda fixa, que se beneficiam com a alta dos juros.
Dentro desse contexto, o BTG Pactual Shoppings (BPML11) se mostrou o mais resiliente entre os FIIs. Nos meses de junho de 2024 a junho de 2025, o fundo imobiliário quase triplicou o seu dividend yield, que saiu de 6,14%, no dia 30 de junho de 2024, para 17,18% na mesma data deste ano, segundo dados da Databay.
Assim como os demais, o aumento veio acompanhado por uma elevação nominal de 24,4% nos dividendos pagos aos cotistas. Nos primeiros seis meses de 2025, o BPML11 distribuiu cerca de R$ 7,33 por cota aos investidores, contra R$ 5,89 na comparação do primeiro semestre de 2024. O desempenho impressiona, mas esse crescimento fora da curva tem como pano de fundo um evento extraordinário.
No fim de 2023, o BPML11 vendeu 60% da sua participação do Shopping Capim Dourado, em Palmas (TO), por R$ 181,2 milhões. A transação contou ainda com um mecanismo que viabiliza uma parcela adicional caso a performance do shopping seja superior à esperada em um período de 12 meses, a partir da data de celebração do contrato.
A cláusula viabilizou um pagamento extra de R$ 24,9 milhões, segundo informou o fundo em janeiro deste ano. O adicional permitiu a distribuição extraordinária de três parcelas de R$ 1,06 por cota, sendo duas delas já pagas nos meses de junho e julho. A última está prevista para ser depositada no dia 22 de agosto, apenas para os cotistas com posição no BPLM11 até o dia 15 do mesmo mês.
Com a distribuição não recorrente, o valor dos dividendos nos últimos dois meses subiu de R$ 0,96 para R$ 1,98 por cota. “Além disso, os shoppings do portfólio do fundo apresentaram uma melhora operacional. Isso ajudou na maior distribuição por cota. É claro que a venda foi o evento mais significativo”, diz Carol Borges, head e analista de FIIs da EQI Research.
Em seguida, aparece o Valora CRI Índice de Preço (VGIP11), que conseguiu elevar o seu dividend yield em 26,7% em um intervalo de um ano. Já o valor nominal dos dividendos subiu 28% na comparação anual. Borges atribui essa performance às mudanças no portfólio de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
“O fundo conseguiu fazer giros (mudanças) relevantes na carteira de CRIs e esses giros vieram com lucro. Isso impactou positivamente”, diz a head e analista de FIIs da EQI Research.
Além disso, o aumento da inflação entre os meses de junho de 2024 a junho de 2025 também ajudou a elevar os rendimentos do VGIP11, que mantém em seu portfólio CRIs indexados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram inflação acumulada de 4,23% nos últimos 12 meses. Atualmente, o indicador permanece com uma alta de 5,35% na variação anual.
Publicidade
A alta dos preços também ajudou nos rendimentos do REC Recebíveis Imobiliários (RCR11) e Riza Akin (RZAK11). Os dois FIIs conseguiram elevar os seus dividend yields em 17,3% e 1,79%, respectivamente, em um ano. Os ganhos vieram acompanhados pelo aumento nominal de até 20% no valor dos proventos que foram distribuídos em cada semestre.
Publicidade
Publicidade
Invista em informação
As notícias mais importantes sobre mercado, investimentos e finanças pessoais direto no seu navegador