O que este conteúdo fez por você?
- Governo anunciou novo saque de R$ 1 mil do FGTS, disponibilizado para 42 milhões de brasileiros
- Economista sugere que saldo do FGTS seja usado em investimentos de renda fixa e variável
O Governo Federal vai autorizar um novo saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) a partir de 20 de abril. A iniciativa, instituída via uma medida provisória (MP) assinada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, ocorre pelo atual momento econômico e prevê R$ 1 mil por pessoa.
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Mais de 40 milhões de cidadãos vinculados ao programa serão contemplados e poderão solicitar seu benefício pelo app do FGTS. O dinheiro será disponibilizado na conta Caixa Tem e também poderá ser sacado em caixas eletrônicos da Caixa Econômica Federal ou lotéricas.
Além disso, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anunciou um aumento da da taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), passando dos atuais 10,75% para 11,75% ao ano. É a nona vez consecutiva que a taxa é ampliada, sendo considerada a maior desde abril de 2017. A medida é uma saída para conter a inflação.
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Esse cenário pode ser uma boa oportunidade para investir. Qualquer investimento tende a render mais do que o dinheiro parado no FGTS, de acordo com o economista Eduardo Edart.
Isso porque, no Fundo, o benefício rende 3% ao ano, somado à Taxa Referencial (TR), que está zerada desde 2017. Mas quais são as melhores formas de aplicar esse valor? Confira as dicas do especialista a seguir.
Investimento em renda fixa
A quem é mais conservador, Edart indica investimentos prefixados, que podem ser feitos na grande maioria dos bancos, tradicionais ou digitais. Basicamente, o investidor empresta dinheiro à instituição financeira que, em contrapartida, devolve-o com um acréscimo.
Apesar da existência de datas para resgate, em parte dos casos é possível pegar o dinheiro de volta a qualquer momento, mas, nesse caso, a rentabilidade é menor. Desse modo, o economista recomenda que o resgate não seja feito antes de 30 dias por causa do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Então, caso o dinheiro seja retirado da aplicação antes desse período, o IOF será maior e prejudicará o rendimento.
A cobrança do Imposto de Renda (IR) é restrita à alíquota mínima do tributo (15%) nos casos de investimentos com prazo de resgate superior a 720 dias. Caso o valor seja resgatado antes, as alíquotas sobre a rentabilidade são de 22,5% (nos casos de resgate em 180 dias), 20% (com resgate entre 181 a 360 dias) e 17,5% (de um a dois anos). Confira os três investimentos prefixados mais recomendados pelo especialista.
1. Tesouro Direto
Edart avalia que o Tesouro Direto Prefixado é uma das opções mais seguras, uma vez que é emitido pelo governo federal. São títulos públicos federais vendidos a um preço predeterminado.
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Passado algum tempo, o investidor terá acesso ao valor usado, acrescido de juros. Quanto maior for o tempo investido, menor será a incidência do Imposto de Renda (IR) e maior será a rentabilidade. O economista explica que há diferentes prazos para os papéis do tesouro direto e a melhor aplicação varia de acordo com os objetivos.
2. Certificado de Depósito Bancário (CDB)
Mais conhecido pela sigla CDB, neste tipo de operação o investidor está emprestando dinheiro para a instituição financeira que vai pagar juros sobre esse dinheiro.
O economista estima que, em média, o investidor encontra aplicações de CDB nas instituições financeiras com rendimentos de 125% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Seguindo essa taxa média, se o investidor aplicar R$ 1 mil nessas condições, no prazo de 12 meses, o resultado obtido será de R$ 1.116,48. Quanto maior o tempo investido, maior o rendimento sobre o valor, considerando a cobrança de IR.
3. Letras Financeiras
As instituições também disponibilizam aos seus clientes as Letras Financeiras (LFs). Em alguns casos, o resgate antecipado não é permitido, porém os rendimentos costumam ser mais atrativos em comparação com as opções anteriores.
O grande diferencial dessa modalidade está na isenção da cobrança do IR, tanto para Letra de Crédito Imobiliário (LCI) quanto para Letra de Crédito do Agronegócio (LCA).
E quanto pode render caso se invista os R$ 1 mil em uma Letra Financeira? Edart explica que, nesse caso, o investidor precisa procurar a sua instituição de confiança e fazer uma cotação de acordo com seus objetivos.
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Isso porque a rentabilidade das Letras está atrelada a variáveis como tempo de investimento e o tipo de remuneração — que pode ser ligada a índices como Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do CDI.
Investimento em renda variável
Existem várias opções registradas junto à bolsa de valores. Vale identificar as mais vantajosas conforme o perfil e interesses do investidor.
A grande diferença entre a renda variável e a fixa é que no caso da primeira os ganhos são mais difíceis de prever. De acordo com o economista, alguns dos investimentos de renda variável que podem ser vantajosos para aplicar o dinheiro do FGTS são os descritos a seguir.
4. Fundos atrelados à inflação
Com a perda do poder de compra, investir em um fundo atrelado ao IPCA é tentar proteger o dinheiro do aumento da inflação, influenciado por eventos como a guerra na Ucrânia e as eleições.
Porém, o economista mantém um olhar positivo para 2023, quando a inflação poderá ser menor de acordo com previsões atuais. Nesse sentido, ele alerta que, ao investir em um fundo atrelado ao IPCA, é indicado que a aplicação seja de curto prazo, no máximo 3 anos.
Isso porque, em um tempo maior, o cenário político e econômico pode ser outro, influenciando diretamente a inflação e as taxas de juros.
5. Fundos de investimentos atrelados ao CDI
O CDI é ligado diretamente à Selic, ou seja, quando essa taxa sobe, os rendimentos dos fundos atrelados ao índice tendem a acompanhar o movimento. Tendo em vista que a previsão do Banco Central do Brasil é que a Selic continue crescendo, o economista indica esse tipo de investimento para aplicar o FGTS enquanto essa tendência perdurar.
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Fonte: Caixa Econômica Federal, Agência Brasil, Eduardo Edart, economista.