- Dólar já valorizou mais de 40% no ano e busca por investimentos atrelado à moeda cresceu 47% abril e 192% nos últimos 12 meses
- Aumento está ligado à busca por diversificação devido a baixa rentabilidade da renda fixa e às projeções de que a moeda deve continuar subindo
- Investidor pode aplicar em investimentos atrelados ao dólar por corretoras e bancos locais ou internacionais
A disparada do dólar, superior a 40% desde o começo de 2020, tem levado muitos investidores a buscar aplicações atreladas à moeda americana para aproveitar sua valorização e conseguir lucros mesmo em meio à crise. Segundo levantamento do Yubb – site de pesquisa de investimentos -, obtido com exclusividade pelo E-Investidor, só em abril a procura por estes investimentos aumentou 47,23% em relação ao mês de março.
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Já nos últimos 12 meses, a alta foi de 192%. Os ativos mais buscados giram entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, com tempo de resgate entre 6 e 12 meses.
Para Cristiano Lima, superintendente de derivativos da Ágora Investimentos, este aumento aconteceu por dois fatores. O primeiro é por decorrência dos baixos rendimentos na renda fixa devido a Selic a 3% a.a, que obrigou uma maior diversificação da carteira.
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Em segundo lugar, por conta da crise, os investidores estão mais educados financeiramente. Assim, com mais frieza para analisar o momento, enxergam oportunidades no dólar, com projeções do mercado de subir ainda mais.
“O dólar é uma forma de trazer diversificação no portfólio e buscar rentabilidade”, diz o superintendente da Ágora.
Nesta quinta feira (7), a moeda americana fechou o dia em alta de 2,43%, cotada a R$ 5,84, renovando seu recorde nominal. Além disso, um levantamento da banco suíço UBS mostra que o dólar pode chegar a R$ 7,35 em 2021.
Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb, também concorda que a baixa da Selic, a valorização recente da moeda e as notícias de projeção em patamares muito mais altos trouxeram mais interessadas aos investimentos atrelados ao dólar.
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“Isso acaba atraindo muitas pessoas que tem a expectativa de que moeda possa avançar mais e elas conseguirem uma boa rentabilidade”, afirma o fundador da empresa.
Para ele, no entanto, isso não significa que as pessoas estão mais educadas financeiramente, mas sim que está ocorrendo o efeito manada. “Estão buscando uma boa rentabilidade em curto prazo com base em uma alta que já aconteceu e não tem garantia que vai acontecer de novo”, diz Pascowitch.
Para justificar isso, ele cita a alta volatilidade da moeda e a complexidade do mercado de câmbio, que depende tanto de fatores internos como globais. “A minha preocupação é que as pessoas não entendem no mercado que estão entrando, pois são muitos elementos que envolve ele.”
Apesar disso, os dois concordam que ter investimentos atrelado a moeda americana é uma boa maneira de diversificar as aplicações.
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“O dólar não é um porto seguro, é uma forma de diversificação da carteira para no momento de crise quando a moeda sempre fica em alta”, diz Lima da Ágora Investimentos.
As alternativas e como investir
Existem diversas maneiras de fazer investimentos atrelados ao dólar e eles podem ser feitos via B3 ou diretamente nas bolsas americanas. Nos dois casos, o investidor se beneficia da flutuação da moeda.
Para aplicar por aqui, o investidor pode escolher entre Fundos Cambiais, Exchange Traded Funds (ETFs), Certificado de Operações Estruturadas (COE) ou Brazilian Depositary Receipts (BDR). Neles, o procedimento é o mesmo do de uma aplicação no mercado brasileiro.
Como são realizados via corretoras ou bancos locais e não é necessário enviar o dinheiro para fora, os cuidados são os mesmos do que investir em qualquer outra aplicação do País. A única diferença é que eles estão atrelados ao dólar e, dependendo da sua variação, os lucros podem aumentar ou diminuir.
Já para aplicar diretamente nas bolsas americanas, a pessoa precisa ter uma conta em um banco ou corretora no exterior, transferir seu dinheiro e aplicar em no investimento oferecido pela instituição internacional.
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