

O mercado vivencia dias de pânico desde que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciou as novas tarifas de importação para todos os países no dia 2 de abril. O receio dos investidores é de que a guerra comercial, causada pelas medidas protecionistas do governo americano, leve a economia mundial para uma recessão.
O risco fez o índice VIX, que mede a volatilidade do mercado e é conhecido como “termômetro do medo” em Wall Street, superar os 60 pontos nas negociações desta segunda-feira (7), renovando seu maior nível desde agosto de 2024. O pânico dos mercados exige dos investidores cautela antes de realizar qualquer alocação no portfólio.
Para Wilson Barcellos, CEO da Azimut Brasil Wealth Management, gestora com R$ 48 bilhões sob gestão no País, a melhor alternativa para proteger o portfólio dos dias de sangria para as bolsas globais é investir em ativos indexados à inflação, como os títulos do Tesouro IPCA+ e debêntures indexados à inflação.
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“É o melhor ativo, atualmente. Quando o governo passa a ser protecionista, há um encarecimento dos produtos para o consumidor final porque há a soma do custo do produto e das tarifa”, diz Barcellos. A estratégia faz parte das carteiras dos super-ricos, administrados pela gestora desde o ano passado, quando o risco fiscal se tornou o principal problema para o ambiente doméstico.
Em fevereiro, o CEO da Azimut Brasil Wealth Management disse ao E-Investidor que os ativos possuíam a melhor relação risco-retorno tanto em cenários otimistas quanto pessimistas. Hoje, com a repercussão dos mercados em torno da agenda tarifária de Trump, a percepção continua a mesma para esses ativos, ainda mais com as discussões sobre as eleições presidenciais após a queda da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Acertamos em alocar os nossos clientes em ativos indexados à inflação, aproveitando a isenção tributária de títulos com vencimentos de médio prazo. Tudo isso, sem esquecer que 2026 é logo ali”, diz o especialista. Na sessão desta segunda-feira (7), os títulos IPCA+ eram negociados com prêmios de até 7,8%.