Em sua carta mensal, a Verde Asset Management, gestora que tem como sócio Luis Stuhlberger, afirma que conforme 2023 começa, o seu time de gestão está “motivado para entregar excelentes retornos ajustados ao risco”.
Leia também
A Verde diz que tem monitorado de perto o novo governo Lula a fim de “operar contra os exageros” em meio ao cenário volátil do País, “como tem sido a tônica desde a semana subsequente ao fim da eleição”, avalia.
“O país tem uma situação fiscal e de endividamento que inspira cuidados e cautela, mas os arroubos de vários ministros solapam diariamente a confiança que o setor privado necessita para investir e ajudar o país a crescer. Tal fórmula já foi testada nos governos Dilma e sabidamente levou a um desastre. O ponto de partida hoje é substancialmente pior que em 2010, mas parece não haver reconhecimento disso”, acrescenta.
Publicidade
“O novo governo parece adotar um modus operandi que lembra a frase de Azeredo Silveira sempre citada por Elio Gaspari – ‘tem gente que atravessa a rua para escorregar na casca de banana que está na outra calçada’ – com declarações absolutamente estapafúrdias sobre os mais variados temas, mas especialmente aqueles que dizem respeito à economia”, acrescenta.
Para Stuhlberger, ainda levará um tempo para que se possa distinguir ruído de sinal e quais interlocutores do governo estão de fato sinalizando políticas públicas e quais são “irrelevantes”. “Temos tentado operar contra os exageros, aumentando risco em Bolsa e real nos momentos de stress das últimas semanas, e reduzindo risco quando o silêncio impera e o cenário global se sobrepõe”, descreve a carta.
A Verde também avalia que o contexto global continua “bastante favorável” para o Brasil, “especialmente dada a surpreendente velocidade de reabertura da economia chinesa, com consequente melhora de preços para várias commodities”, afirma.
No caso dos Estados Unidos, a gestora observa nos sinais de arrefecimento da inflação um pano de fundo positivo para os mercados emergentes, dada a retirada de “pressão incremental das taxas de juros globais”.