O CEO da Verde Asset, Luis Stuhlberger, reduziu pela metade o porcentual de alocação em ações do seu fundo. Na terça-feira (30), o gestor afirmou em evento do UBS que os papéis de empresas chegaram a ter participação de 30% em sua carteira e que agora essa mesma classe de ativos representa 15%.
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Segundo Stuhlberger, esse espaço em seu fundo foi ocupado pelos ativos do mercado de crédito. “A bolsa sempre tem um potencial maior de alta, mas a bolsa sempre tem maior volatilidade do que o crédito”, comentou.
Ele explicou que os juros estão em um patamar mais atrativo, outro fator que incentiva essa exposição ao crédito por causa da inflação controlada. “A inflação está muito baixa, entre 3% e 4%. Enquanto isso, a Selic está na casa dos 11%, isso gera um juro real entorno de 6,5% e 7% ao ano, o que quase nunca acontece”, detalhou.
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Ainda hoje, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve decidir um novo corte de juros. A expectativa do mercado é de uma redução 0,5 ponto porcentual. Com isso, a taxa básica de juros da economia, a Selic, deve ir de 11,75% para 11,25% ao ano.
Segundo o mais recente boletim Focus mostra que o mercado calcula que o Brasil deve terminar 2024 com a taxa básica de juros em 9% ao ano. A estimativa para a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3,81%.
Stuhlberger também reconheceu as dificuldades chinesas, principalmente após a Evergrande, uma gigante do mercado imobiliário chinês, ter a sua falência decretada pela Justiça Hong Kong na última segunda-feira (29). No entanto, ele negou que possa acontecer uma forte crise econômica que se espalhe pelo mundo.
“Não há perspectiva de uma grande crise como a que aconteceu em 2008 com o Lehman Brothers, pois o chinês vai pagar as suas prestações. Até porque, para ele comprar o imóvel não é como no Estados Unidos, que se financiava o imóvel, a reforma, a casa do cachorro. O chinês paga a prestação porque o valor da entrada (downpayment) para ele é muito alto”, disse.
Por fim, ele elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mesmo após reconhecer que o gasto público segue elevado. “Enquanto Lula for nosso chefe de Estado e Fernando Haddad for ministro da Fazenda, nós estamos bem”, concluiu Stuhlberger.
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