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- A falta de sinalizações por parte do Banco Central sobre o futuro da Selic não foi suficiente para alterar a percepção do mercado de que o ciclo de cortes na taxa de juros deve começar em breve
- Isso significa que os títulos de renda fixa atrelados ao CDI vão começar a perder rentabilidade
- Dado o contexto, especialistas dão destaque aos CDBs prefixados, mas ressaltam a importância da diversificação
A falta de sinalizações por parte do Banco Central, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da quarta-feira (21), não foi suficiente para alterar a percepção do mercado de que o ciclo de cortes na taxa de juros deve começar em breve. Se não em agosto, no mais tardar em setembro.
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Isso significa que os títulos de renda fixa que estão oferecendo retornos perto de 1% ao mês vão começar a perder rentabilidade a partir do segundo semestre. Uma projeção que está fazendo especialistas recomendarem uma diversificação maior nos indexadores dos ativos da renda fixa – uma estratégia que vale até para os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs). Veja como corretoras estão preparando os portfólios para a queda dos juros.
Assim como nos títulos públicos, existem três tipos principais de CDBs: os pós-fixados, cuja rentabilidade está atrelada ao CDI; os prefixados, em que o investidor já sabe sua taxa de retorno no momento da contratação do ativo; e os híbridos, aqueles atrelados ao IPCA.
- Leia também: Os melhores CDBs para investir com a Selic em 13,75%
Como a perspectiva é de queda de juros, os ativos de retorno atrelados ao CDI devem ver sua rentabilidade diminuir acompanhando os cortes na Selic. É por isso que, há algumas semanas, o mercado vem olhando os prefixados com atenção especial.
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Por já determinar a rentabilidade final do investimento no momento da aplicação, esses ativos são boas alternativas para “travar” uma taxa mais elevada, especialmente quando os juros estão perto de cair.
Simone Albertoni, analista de produtos de renda fixa da Ágora Investimentos, explica que a curva de juros futura vem se fechando há cerca de um mês, quando a possibilidade de um corte na Selic já em agosto passou a ser debatida com mais força por economistas e analistas. Isso significa que as opções de CDBs prefixados com taxas maiores também se reduziram. Ainda assim, diz ela, é possível encontrar ativos de emissores pequenos e médios cuja taxa de retorno está próxima de 11% e 12%.
“Vemos os prefixados como oportunidade porque, se os juros caírem em dois anos, o retorno do cliente fica protegido”, diz Albertoni. “Para o cliente que estiver muito posicionado em CDI (pós-fixados), esse é um momento muito importante para pensar em uma diversificação porque as taxas pré ainda têm prêmios e ele pode perder a oportunidade antes que os juros comecem de fato a cair.”
Antes de escolher um CDBs pré, no entanto, é preciso estar ciente que esses ativos costumam ter risco maior do que os pós-fixados. Isso porque variam na marcação a mercado e, no pior dos cenários, se a aposta do mercado estiver errada e os juros voltarem a subir, o recurso do investidor vai estar travado em uma taxa abaixo do CDI.
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“Indico somente para os investidores mais arrojados e que buscam um retorno acima do mercado, já que existe o risco de variações econômicas não esperadas e isso traria um retorno abaixo do CDI ou até mesmo prejuízo”, destaca Caio Canez de Castro, especialista em investimentos e sócio da GT Capital.
Uma boa alternativa ao investir em CDBs pré-fixados, segundo o especialista, é optar por prazos de vencimento maiores. Uma recomendação que também vale para os títulos híbridos, dado que, no curto prazo, a expectativa é de queda da inflação. “O contexto indica uma excelente oportunidade para estas duas opções de CDB para prazos a partir de 2 anos, pelo menos”, diz Castro.
Diversificar a carteira é a melhor saída
A janela de oportunidade para investir em prefixados não significa, no entanto, que os investidores devem abrir mão dos pós-fixados. Até porque, ainda que exista a possibilidade de queda da Selic, a projeção do mercado ainda espera um juros de 12,25% ao final de 2023 e 9,50% em 2024.
“Olhando a Selic terminal em 2024, nós temos uma leve preferência por ativos pós-fixados, pois ainda vemos algumas incertezas do lado fiscal que poderiam retardar a queda da taxa nesse horizonte de 2 anos”, afirma Odilon Costa, head de research e renda fixa da SWM.
Nesta reportagem, mostramos a partir de uma simulação com CDBs disponíveis no mercado que os títulos pós-fixados ainda são os mais rentáveis no curto prazo. Um sinal de que a melhor maneira de construir o portfólio é diversificando os indexadores e prazos.
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“É importante que o cliente faça essa diversificação”, destaca Albertoni, da Ágora. “Indexadores como o pré protegem a carteira no momento de queda dos juros, mas a parcela de pós-fixados balanceia o risco, é menos volátil. E são os ativos atrelados à inflação que pagam um ganho real, importante de ter na carteira para manter o poder de compra ao longo do tempo”, explica.