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Sonha com a casa própria? Veja se vale a pena comprar imóvel no Brasil

Pesquisa da Anbima mostra que a compra do imóvel ainda é o principal objetivo do investidor. Especialistas avaliam

Sonha com a casa própria? Veja se vale a pena comprar imóvel no Brasil
Tele Sena vai sortear casa e mais R$ 100 mil. (Foto: Envato)
O que este conteúdo fez por você?
  • Na última semana, uma postagem do influenciador Primo Rico contra a compra de imóveis gerou polêmica
  • Afinal, segundo uma pesquisa da Anbima, o sonho da casa própria ainda é o principal motivo pelo qual brasileiros investem
  • Especialistas explicam se ainda vale a pena comprar um imóvel no País e quais fatores precisam ser analisados antes de tomar essa decisão

O sonho de comprar a casa própria ou de garantir uma renda extra a partir do investimento em imóveis é um velho conhecido dos brasileiros. Essa é, inclusive, a principal razão que leva investidores ao mercado de capitais no País, resposta de 29,7% dos entrevistados da 6ª edição da pesquisa Raio X do Investidor, realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha.

Mas o cenário não anda tão positivo para quem quer comprar um imóvel como forma de investimento. O Índice FipeZAP+ de Locação Residencial, divulgado nesta terça-feira (18) revelou que o retorno médio do aluguel residencial chegou a 5,47% ao ano, com base em dados de junho deste ano. Essa porcentagem é inferior à rentabilidade média projetada para aplicações financeiras de renda fixa, por exemplo, que seguem a taxa Selic de 13,75% ao ano. Veja detalhes da pesquisa.

Essa dualidade entre o desejo de muitos em adquirir a casa própria e o retorno abaixo de outros produtos financeiros faz o tema ser muito debatido no mercado financeiro – vira e mexe, retorna à pauta de discussões quando os influenciadores, geralmente críticos, dão suas opiniões. Na última semana foi a vez do Thiago Nigro, o Primo Rico, trazer essa questão de volta ao debate.

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O influenciador publicou para seus 451 mil seguidores no Twitter: “Não compre imóvel jamais. A não ser que você encontre um proprietário precisando de dinheiro, você esteja com dinheiro sobrando, encontre uma oportunidade única ou saiba algo sobre a região que ninguém mais sabe.”

A postagem gerou polêmica, afinal, o desejo de adquirir um imóvel segue comum a muitos brasileiros, inclusive como a razão que leva muitos deles ao mercado financeiro. Primo Rico – e muitos outros influenciadores de finanças – defende que o imóvel não é a melhor opção de investimento, uma vez que, seguindo no aluguel, o valor poderia ser investido em produtos que ofereçam um retorno maior.

Mas o sonho brasileiro da casa própria não passa somente por esse ponto. Para muitos, o imóvel representa uma segurança de que, se algo acontecer, ao menos o “teto” está garantido. “É uma resposta muito complexa dizer se vale a pena ou não comprar um imóvel “, diz Marcelo Milech, planejador financeiro CFP pela Planejar. “É uma questão de foro íntimo, de diversificação de portfólio e de planejamento de vida.”

Vale a pena comprar um imóvel?

Para quem está interessado em ter um teto para chamar de seu, alguns pontos precisam ser avaliados. Do lado dos benefícios, apesar de haver outras opções de investimento mais rentáveis, o imóvel também oferece vantagens do ponto de vista financeiro.

É um ativo tangível, com uma flutuação de preços menor do que a de outros produtos de investimento, que tem potencial de valorização no longo prazo. Além disso, caso o investidor opte por não morar no imóvel que comprou, ele pode ganhar uma renda passiva com aluguéis, que geralmente são corrigidos todo ano pela inflação.

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Mas também há pontos negativos que precisam ser levados em consideração. “Caso você precise do recurso, nem sempre fica fácil se desfazer de um imóvel e a venda será sempre muito mais demorada”, diz Renan Suehasu, planejador financeiro e sócio da A7 Capital. “O proprietário tem que lidar com os desgastes causados ao longo do tempo e também estar ciente de que o imóvel pode, em algum momento, ficar vago, sendo necessário arcar com as despesas durante esse período.”

Um outro ponto que precisa estar no radar é a taxa básica de juros do País, que influi diretamente no custo do financiamento. Desde agosto de 2022, a Selic está estacionada em 13,75% ao ano, um patamar de juros que elevou o preço do crédito imobiliário.

Nesta reportagem, mostramos que o custo efetivo total (CET) do financiamento – todos os valores que o banco cobra na linha de crédito, como taxas de juros e os encargos – está em média de 11%. Um levantamento feito pela Homefin, intermediadora de crédito imobiliário, mostrou que, dentre as opções do mercado, a Caixa Econômica oferece a melhor opção de crédito imobiliário.

Suehasu, da A7 Capital, destaca que o atual patamar de juros atrapalha, sim, o financiamento. Mas em alguns casos, especialmente para quem já tem uma boa parcela para dar de entrada no imóvel, ainda vale a pena. “Dependendo das condições de financiamento, dá para manter o recurso aplicado e obter uma taxa de retorno maior em relação ao custo do crédito”, diz.

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Outra opção consiste em pagar pelo imóvel à vista – mas nem sempre é uma alternativa viável. Nesta outra reportagem trazemos uma simulação que mostra quanto seria necessário investir para comprar a casa própria em cinco anos. Dependendo do valor do imóvel, seria preciso aplicar mensalmente valores que consomem boa parte do orçamento.

“Tudo depende da sua situação financeira e das opções disponíveis”, afirma Wanessa Guimarães, sócia da HCI Invest e planejadora financeira CFP pela Planejar. “Pagar à vista oferece a vantagem de evitar juros e obter possíveis descontos na negociação. Mas financiar uma parte do valor pode ser uma opção mais acessível.”

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