Publicidade

Investimentos

Oi (OIBR3; OIBR4) capta recursos para pagar credores; como mercado avalia o movimento?

Tele troca uma dívida por outra e dinheiro não é suficiente para atender a todos os credores.

Oi (OIBR3; OIBR4) capta recursos para pagar credores; como mercado avalia o movimento?
(Fonte: Shutterstock/Gajus/Reprodução)
  • A companhia está em sua segunda Recuperação Judicial.
  • Trata-se de uma empresa bastante alavancada e com margens pressionadas.
  • Tele irá em busca de R$ 4 bi nos próximos meses, para quitar dívidas.

A Oi (OIBR3; OIBR4) é uma companhia de telefonia cujas dívidas ultrapassam os R$ 44 bilhões, conforme registros protocolados em tribunais do País. Acontece que a empresa está em recuperação judicial e, para amenizar a situação, obteve um financiamento de R$ 1,5 bilhão (US$ 300 milhões) junto ao BTG Pactual (BPAC11).

Trata-se de um Dip Financing, ou uma forma de financiamento específico para empresas em RJ, mas este não foi um “grande movimento” por parte da companhia, diz Fabiano Vaz, sócio e analista de ações da Nord Research.

“A Oi é uma empresa que queima bastante caixa e tem dificuldade em manter as operações. Falta liquidez, falta investimento em fibra, falta pagamento de juros e pagamento a credores, então essa captação não é uma surpresa para o mercado”, afirma.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Em relação ao valor, Vaz explica que se trata da troca de um empréstimo por outro. “Eles fizeram um DIP em abril e esta é apenas uma troca por outro DIP que é um pouco mais barato. Ou seja, é mera troca de dívida”, ressalta.

O objetivo é garantir alguma liquidez para a empresa, visto que o empréstimo é de curto prazo, e com isso a Oi consegue manter as operações, pois dá alguma segurança para os credores, enquanto a tele busca uma captação em valor muito maior. “A empresa quer levantar R$ 4 bilhões”, aponta.

Para o analista, este empréstimo pode ser caracterizado como uma saída de emergência para a Oi, pois dá algum alívio. Entretanto, a companhia não esclarece em que mês pretende captar o montante que, de fato, seria suficiente para sanar suas dívidas. Mas ela fará!

Oi (OIBR3; OIBR4): saúde financeira em xeque

Ainda de acordo com Vaz, a Oi tem uma saúde financeira bastante comprometida, embora tenha feito algum avanço, principalmente na fibra. “Eles têm muitos problemas do lado dos fundamentos, com muita dificuldade em conciliar a manutenção das operações com os investimentos de expansão”, frisa.

Ele lembra que essa pressão pela qual a empresa passa reflete no movimento das ações, principalmente no longo prazo, conforme se vê há bastante tempo. “Os papéis estão bastante espremidos por causa de toda essa situação”, indica.

O analista reforça que o mercado tem muita dúvida se a Oi terá força para sair de toda essa situação, lembrando que a empresa vem de uma recuperação judicial, encerrada no final de 2022 e, poucos meses depois protocola outro pedido de RJ.

Publicidade

A Nord não tem recomendação aberta para a Oi. “Já tivemos no passado, mas faz algum tempo e já fizemos a venda do ativo. Nos posicionamos de forma pessimista para com a empresa”, afirma.

Para a casa de análise, a Oi tem um futuro bem complicado, principalmente porque segue muito alavancada e com margens muito pressionadas.

“Mesmo que eles consigam captar R$ 4 bilhões mais à frente, ainda assim continuarão com uma alavancagem significativamente elevada”, pontua, acrescentando que, apesar disso, a tele tem um ativo que é bem interessante, que é a V.tal – o negócio de fibra por atacado – cujo BTG é um dos sócios, mas está aos poucos saindo da operação.

Ações

Nesta terça-feira (26), a ação OIBR3 encerrou a sessão em queda de 6,06%, cotada a R$ 0,62, enquanto a OIBR4 encerrou em queda de 1,49%, cotada a R$ 1,99. A primeira reporta queda de 84,40% nos últimos 12 meses, e a segunda reporta queda de 76,74% nos últimos 12 meses.

Analista chefe da VG Research, Luan Alves afirma que o movimento divulgado pela Oi acerca da captação foi necessário. “A tele está com algumas dificuldades de liquidez no seu balanço, e esse recurso pode ser visto como uma rolagem da dívida”, diz.

Ele destaca que, ainda assim, o montante do dinheiro não é tão relevante considerando o tamanho do passivo que a empresa possui. “Porém, reforça a atual situação de fragilidade econômica da concessão.”

Publicidade

Alves explica que os recursos serão utilizados primeiramente no pré-pagamento da integralidade da dívida relativa ao DiP atual e o saldo remanescente para satisfação da necessidade de capital de giro. “Então, assim é suficiente no curto prazo, mas não para equalizar a situação financeira da companhia”, frisa.

Em relação à saúde financeira da Oi, o analista destaca que é uma situação bastante difícil. “Hoje não vemos sinais de reversão na dinâmica de resultados e saída da recuperação judicial. É um processo lento e que ainda precisa passar por alguma diluição do acionista, com a emissão de novas ações”, pontua.

De acordo com Alves, as ações vão continuar pressionados a curto prazo e a nossa visão é negativa para a performance futura do papel. A VG não tem recomendação para o ativo.

Web Stories

Ver tudo
<
>

Informe seu e-mail

Faça com que esse conteúdo ajude mais investidores. Compartilhe com os seus contatos