O que este conteúdo fez por você?
- A companhia está em sua segunda Recuperação Judicial.
- Trata-se de uma empresa bastante alavancada e com margens pressionadas.
- Tele irá em busca de R$ 4 bi nos próximos meses, para quitar dívidas.
A Oi (OIBR3; OIBR4) é uma companhia de telefonia cujas dívidas ultrapassam os R$ 44 bilhões, conforme registros protocolados em tribunais do País. Acontece que a empresa está em recuperação judicial e, para amenizar a situação, obteve um financiamento de R$ 1,5 bilhão (US$ 300 milhões) junto ao BTG Pactual (BPAC11).
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Trata-se de um Dip Financing, ou uma forma de financiamento específico para empresas em RJ, mas este não foi um “grande movimento” por parte da companhia, diz Fabiano Vaz, sócio e analista de ações da Nord Research.
“A Oi é uma empresa que queima bastante caixa e tem dificuldade em manter as operações. Falta liquidez, falta investimento em fibra, falta pagamento de juros e pagamento a credores, então essa captação não é uma surpresa para o mercado”, afirma.
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Em relação ao valor, Vaz explica que se trata da troca de um empréstimo por outro. “Eles fizeram um DIP em abril e esta é apenas uma troca por outro DIP que é um pouco mais barato. Ou seja, é mera troca de dívida”, ressalta.
O objetivo é garantir alguma liquidez para a empresa, visto que o empréstimo é de curto prazo, e com isso a Oi consegue manter as operações, pois dá alguma segurança para os credores, enquanto a tele busca uma captação em valor muito maior. “A empresa quer levantar R$ 4 bilhões”, aponta.
Para o analista, este empréstimo pode ser caracterizado como uma saída de emergência para a Oi, pois dá algum alívio. Entretanto, a companhia não esclarece em que mês pretende captar o montante que, de fato, seria suficiente para sanar suas dívidas. Mas ela fará!
Oi (OIBR3; OIBR4): saúde financeira em xeque
Ainda de acordo com Vaz, a Oi tem uma saúde financeira bastante comprometida, embora tenha feito algum avanço, principalmente na fibra. “Eles têm muitos problemas do lado dos fundamentos, com muita dificuldade em conciliar a manutenção das operações com os investimentos de expansão”, frisa.
Ele lembra que essa pressão pela qual a empresa passa reflete no movimento das ações, principalmente no longo prazo, conforme se vê há bastante tempo. “Os papéis estão bastante espremidos por causa de toda essa situação”, indica.
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O analista reforça que o mercado tem muita dúvida se a Oi terá força para sair de toda essa situação, lembrando que a empresa vem de uma recuperação judicial, encerrada no final de 2022 e, poucos meses depois protocola outro pedido de RJ.
A Nord não tem recomendação aberta para a Oi. “Já tivemos no passado, mas faz algum tempo e já fizemos a venda do ativo. Nos posicionamos de forma pessimista para com a empresa”, afirma.
Para a casa de análise, a Oi tem um futuro bem complicado, principalmente porque segue muito alavancada e com margens muito pressionadas.
“Mesmo que eles consigam captar R$ 4 bilhões mais à frente, ainda assim continuarão com uma alavancagem significativamente elevada”, pontua, acrescentando que, apesar disso, a tele tem um ativo que é bem interessante, que é a V.tal – o negócio de fibra por atacado – cujo BTG é um dos sócios, mas está aos poucos saindo da operação.
Ações
Nesta terça-feira (26), a ação OIBR3 encerrou a sessão em queda de 6,06%, cotada a R$ 0,62, enquanto a OIBR4 encerrou em queda de 1,49%, cotada a R$ 1,99. A primeira reporta queda de 84,40% nos últimos 12 meses, e a segunda reporta queda de 76,74% nos últimos 12 meses.
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Analista chefe da VG Research, Luan Alves afirma que o movimento divulgado pela Oi acerca da captação foi necessário. “A tele está com algumas dificuldades de liquidez no seu balanço, e esse recurso pode ser visto como uma rolagem da dívida”, diz.
Ele destaca que, ainda assim, o montante do dinheiro não é tão relevante considerando o tamanho do passivo que a empresa possui. “Porém, reforça a atual situação de fragilidade econômica da concessão.”
Alves explica que os recursos serão utilizados primeiramente no pré-pagamento da integralidade da dívida relativa ao DiP atual e o saldo remanescente para satisfação da necessidade de capital de giro. “Então, assim é suficiente no curto prazo, mas não para equalizar a situação financeira da companhia”, frisa.
Em relação à saúde financeira da Oi, o analista destaca que é uma situação bastante difícil. “Hoje não vemos sinais de reversão na dinâmica de resultados e saída da recuperação judicial. É um processo lento e que ainda precisa passar por alguma diluição do acionista, com a emissão de novas ações”, pontua.
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De acordo com Alves, as ações vão continuar pressionados a curto prazo e a nossa visão é negativa para a performance futura do papel. A VG não tem recomendação para o ativo.