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Casas Bahia (BHIA3): até quando o mercado ficará pessimista com as ações?

Desde o follow on, as ações da varejista acumulam uma queda de 46,85%. Veja a análise de especialistas

Casas Bahia (BHIA3): até quando o mercado ficará pessimista com as ações?
Via (VIIA3) agora é Grupo Casas Bahia (BHIA3). (Foto: Márcio Fernandes/ Estadão)
  • A companhia esperava levantar com o follow on cerca de R$ 1 bilhão, mas arrecadou apenas R$ 622,9 milhões
  • A operação mal sucedida trouxe pessimismo para o mercado sobre a capacidade da varejista entregar resultados "robustos" nos próximos trimestres

As ações do Grupo Casas Bahia (BHIA3), antiga VIA (VIIA3), não param de cair desde uma operação mal sucedida de follow on e da mudança do seu ticker na bolsa de valores. Desde o dia 13 de setembro, quando houve a oferta primária, até o pregão desta segunda-feira (25), o papel sofreu uma desvalorização de 46,85%.

A expectativa da companhia era captar R$ 1 bilhão por meio da oferta de ações. O problema é que a precificação do papel saiu a R$ 0,80, totalizando em uma emissão de R$ 622,9 milhões. O volume decepcionou o mercado e as ações da companhia despencaram 18,92% no pregão seguinte ao follow on, passando a valer a R$ 0,90.

Entenda nesta matéria por que o dia 3 de outubro será decisivo para os papéis da empresa.

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O pessimismo do mercado está pautado nas dúvidas sobre a capacidade da companhia em entregar resultados robustos nos próximos trimestres e em função do cenário macroeconômico que torna o ambiente ainda mais desafiador para as varejistas. “Há um processo de reestruturação dentro da empresa, mas vejo que o grupo precisa entregar resultados mais concretos para que o mercado volte a apostar na companhia e também no setor”, diz Bruna Sene, analista da Nova Futura.

A situação se soma ao contexto nada favorável para o varejo. Mesmo com os dois cortes recentes na taxa Selica, o mercado aponta que os juros devem permanecer em patamares elevados por mais tempo. Além disso, o poder de consumo dos brasileiros permanece comprometido com o alto endividamento.

“O processo de retorno ao consumo pode ser lento e, do ponto de vista de setorial, ainda vemos as varejistas passando por um processo de adaptação na pós-pandemia com um cenário mais competitivo”, diz Sene.

Devido a esse conjunto de fatores, não há uma perspectiva de melhora para as ações da companhia. No dia 8 de setembro, a S&P Global Ratings revisou os ratings de crédito das emissões de debêntures da companhia, com vencimento em maio de 2026 e setembro de 2028. A nota caiu de “brAA-” para “brA-”, na Escala Nacional Brasil.

Segundo Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, a revisão da nota abriu espaço para a antecipação do vencimento de um dos CRIs da companhia, que soma em R$ 420 milhões. “Foi convocada uma assembleia para a próxima terça-feira (3) para decidir sobre a antecipação do vencimento do CRI. Se houver essa antecipação, a companhia precisa desembolsar R$ 420 milhões”, diz Ferrer.

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Na prática, caso essa medida seja efetuada, o plano de levantar capital por meio de follow on poderia perder o seu efeito para a reestruturação da companhia. Isso porque uma eventual antecipação do vencimento poderia desencadear em outras antecipações de outras dívidas, como as debêntures. Ou seja, os R$ 622,9 milhões seriam utilizados para pagar dívidas de forma antecipada.

No pregão desta terça-feira (26), as ações do Grupo Casas Bahia operam em queda de 1,69%, cotadas a R$ 0,58.

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