

(Carlos Pegurski, Especial para o E-Investidor) – Acredite se quiser, mas o dólar, que nos últimos anos ultrapassou R$ 5, era R$ 1,53 em julho de 2011. Com o ajuste da inflação, isso seria equivalente a R$ 2,15 hoje.
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(Carlos Pegurski, Especial para o E-Investidor) – Acredite se quiser, mas o dólar, que nos últimos anos ultrapassou R$ 5, era R$ 1,53 em julho de 2011. Com o ajuste da inflação, isso seria equivalente a R$ 2,15 hoje.
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Toda a economia brasileira é pautada na moeda norte-americana, os altos e baixos dela impactam desde as ações de uma grande companhia na bolsa até o preço do pãozinho francês. Mas como e por que a moeda norte-americana varia tanto?
Bem, compreender esse movimento passa por entender por que o dólar é tão definidor no cenário econômico brasileiro, o que é a taxa de câmbio e como ela é determinada na relação entre dólar e real. Por isso, preparamos um conteúdo para você tirar todas essas dúvidas. Confira!
Toda moeda necessita de um lastro seguro para representar as riquezas de seu país da forma mais precisa possível. É por isso que as moedas de economias relativamente fortes e estáveis, como os Estados Unidos, são usadas de parâmetro por muitas nações, mas nem sempre foi assim.
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Do fim do século XIX até a Primeira Guerra Mundial, as economias tinham moedas com “padrão ouro”, ou seja, de acordo com o tamanho das reservas desse metal de cada país, valorizava-se ou depreciava-se a moeda emitida por ele. E a emissão respeitava esse contingente.
Mas, no período de guerra, a necessidade de financiar a batalha e a reconstrução dos países levou as moedas a romper esse lastro. Então, elas passaram a ser emitidas livremente e, por isso, passaram a se regular entre si.
O ouro não deixou de ser importante por isso. A Inglaterra tinha um dos maiores estoques do metal do mundo e, não sem razão, a libra esterlina era um dos maiores reguladores econômicos do mundo nas décadas que se seguiram, ou seja, o Reino Unido desempenhou um papel de destaque na época.
Porém, desde a Segunda Guerra Mundial, quem vive seu apogeu é o dólar. Os Estados Unidos cresceram tanto que ampliaram sua participação no comércio exterior ao ponto de tudo ser lastreado na sua moeda. Esse lastro é calculado por meio da chamada taxa de câmbio.
A taxa de câmbio é basicamente o custo de uma moeda em relação à outra. Se você quer saber quantos pesos, dólares, euros ou libras esterlinas é possível comprar com um real, certamente vai passar por esse parâmetro.
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No caso do Brasil, calcular a taxa de câmbio com relação ao dólar é especialmente importante, porque, como já mencionado, a moeda estadunidense é o que ajuda a definir a valorização da nossa moeda. É assim desde o surgimento do Real, em 1994.
Mas de que forma esse lastro é calculado? A taxa de câmbio pode ser determinada por três diferentes regimes, veja-os a seguir.
No Brasil, o regime que vigora é o câmbio flutuante. Assim, o Banco Central brasileiro não trabalha com nenhuma política cambial fixa, e a lei da oferta e da procura do mercado internacional é o que define esse cenário.
É aquela história: se mais agentes econômicos querem adquirir uma moeda, maior o seu valor. A lógica contrária é a mesma: se o número de compradores cai, o valor de uma moeda diminui. Portanto, a relação do país com o dólar é regida pelo livre mercado.
Mas o Estado não interfere? Bem, não diretamente. O que ele faz é ser mais um player de mercado (um player enorme, convenhamos). Assim como emite mais ou menos moeda ou títulos públicos, ele compra ou vende dólares, por exemplo, para produzir o efeito desejado, como valorizar sua moeda.
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Mas nem sempre foi assim. Quando o Plano Real nasceu, o Brasil adotou o regime de câmbio fixo e pareou o real ao dólar, ou seja, R$ 1 valia US$ 1. Mas, como o mercado é bastante fluido, isso oscilava bastante. Para lidar com isso, o Banco Central interferia no cenário e estabelecia uma faixa de variação possível.
Como esse tipo de intervenção poderia comprometer as reservas nacionais de dólares e pressionar a inflação, o Governo optou por adotar o sistema de câmbio flutuante em 1999.
Os altos e baixos tanto do dólar comercial quanto do dólar turismo respondem a movimentos dos mercados nacional e internacional, impactados por uma série de fatores. Mas, afinal, quais são os fatores que levam o dólar a subir ou a descer?
Se o Brasil importa mais do que exporta, têm mais dólares saindo do que entrando, o que causa um desajuste ao qual chamamos de déficit na balança comercial. Com uma menor oferta de dólares, o valor da moeda nacional cai, e o dólar aumenta.
Agora, se o Brasil exporta mais do que exporta, entram mais dólares no país, causando o chamado superávit comercial, que valoriza a moeda nacional e faz o valor do dólar cair por aqui.
Quando há muitos turistas entrando no Brasil, o volume de dólares no país aumenta. Já quando ocorre o contrário, ou seja, há muitos brasileiros indo para o exterior, a quantidade de moeda por aqui cai. Nesse caso, o valor da moeda americana acaba aumentando.
A taxa de juros é outra variável importante. Se no Brasil essa taxa é alta, mais investidores internacionais vão trazer seu dinheiro para cá, devido aos altos rendimentos que poderão ser obtidos.
Assim, nossa moeda sobe, e o dólar cai. Já se os juros dos Estados Unidos sobem, o comum é que as pessoas tirem seu dinheiro do Brasil para render lá fora, causando a desvalorização do real e a subida do dólar.
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Esse tem sido um problema por aqui. A taxa Selic, que regula o patamar básico de juros da economia brasileira e é definido pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), teve há alguns meses o valor mais baixo da história: 2% ao ano. Com isso, investidores procuravam outros locais para investir seu dinheiro.
Fonte: Nubank.
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