O que este conteúdo fez por você?
- Investidor pode comprar no mercado secundário títulos de renda fixa com vencimento mais curtos e chance de retorno maior
- Os preços dos títulos funcionam por marcação a mercado e, portanto, podem ter volatilidade maior
- No caso das títulos privados, o investidor deve ficar atento à capacidade de pagamento do emissor
No mercado secundário de renda fixa os investidores que não podem carregar os títulos adquiridos até a data de vencimento repassam seus investimentos para outros compradores. Nele, então, investidores encontram a oportunidade de comprar títulos de renda fixa com prazos de vencimento mais curtos e chance de retorno maior correndo grau de risco semelhante, visto que os papéis são os mesmos do mercado primário. Bom negócio, não?
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De fato, pode configurar um ótimo negócio. Mas não pense que as operações são livres de riscos. Os preços dos títulos funcionam por marcação a mercado e, portanto, podem ter uma volatilidade maior do que os ativos comprados direto com o Tesouro Direto.
“O mercado secundário funciona como um parâmetro para olhar que a que nível o investidor sairia, se quisesse ter liquidez hoje – e pode ser tão vantajoso quanto prejudicial. Em um movimento de estresse no mercado, o investidor pode olhar a posição dele e ver que está deixando de ganhar dinheiro ou até perdendo”, diz o operador de renda fixa da RB Investimentos Lucas Visconti.
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A saída de um título de renda fixa antes do prazo estabelecido pode significar perda de ganhos – ou mesmo prejuízo – para o investidor. Ao antecipar o vencimento, o dono do papel sofre com uma espécie de multa pelo não cumprimento do contrato cobrado pela corretora, o spread. Esses valores são repassados ao recolocar o título no mercado secundário.
“Para a corretora não faz sentido nenhum ficar com um CDB (Certificado de Depósito Bancário) que não é seu, por exemplo, em sua tesouraria. Por isso ela repassa o ativo com taxas mais altas, para conseguir fazer isso mais rápido”, diz a analista de renda fixa do TC Matrix Jaqueline Benevides.
Risco de crédito
Antes de investir ou disponibilizar um título no mercado secundário, o investidor deve ficar atento à liquidez do ativo, que pode variar junto com a oferta e a demanda.
Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, explica que o Tesouro Direto tem um risco “baixíssimo” de liquidez e de crédito. “Caso o investidor decida se desfazer desse investimento o Tesouro Nacional garante a recompra do título”, explica.
Mas, no caso das letras de crédito privadas, o investidor deve ficar atento à capacidade de pagamento da instituição emissora. “Falando de risco de crédito, quando o emissor é o governo, o investidor tem a garantia soberana”, explica completa Jorge.
Rentabilidade
A pedido do E-Investidor, Jaqueline Benevides, analista de renda fixa do TC Matrix, fez uma simulação comparando a rentabilidade de um investimento de R$ 1 mil no Tesouro Selic, em um título pós-fixado do mercado primário e no secundário, de acordo com as taxas disponibilizadas nas corretoras.
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Confira a simulação:
Tesouro Selic | Mercado Primário | Mercado Secundário | |
100% do CDI | 118% do CDI | 135% do CDI | |
Rentabilidade | 13,65% | 16,30% | 18,85% |
Final de 1 ano (252 dias) |
R$ 1.136,50 | R$ 1.162,97 | R$ 1.188,54 |
*Fonte: Jaqueline Benevides, analista de renda fixa do TC
No mercado primário, o investidor encontra nas corretoras taxas de 118% do CDI com vencimento para 2026; no secundário, não só a rentabilidade é maior, mas os prazos de vencimento são menores.
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“Veja quanto tempo o investidor terá que prender seu dinheiro nesse título do mercado primário. Quando a Selic começar a baixar, esse título não será mais tão atrativo, e mesmo assim só vencerá em 2026”, destaca Benevides. “Já no mercado secundário, os investidores encontram taxas de 130% do CDI com vencimento em um ano. Como esse ativo já ficou na mão de outro investidor, seu vencimento é mais curto e, com isso, o risco de ficar preso no ativo por tanto tempo é menor”.
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