- Christopher Galvão, analista da Nord Research, acredita que os CDBs sempre vão ser boas opções, visto que esses produtos costumam oferecer prêmios maiores do que os títulos emitidos no Tesouro Direto. Isso acontece porque financiar um banco é mais arriscado do que financiar o governo e, portanto, o investidor deve ser remunerado por esse risco adicional
- Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, por sua vez, diz que hoje aplicar em CDBs atrelados ao CDI tem se mostrado vantajoso pelo fato do investidor ganhar acima da inflação
- Na visão de Camilla Dolle, head de renda fixa da XP, o produto também pode ser interessante pelo seu retorno se comparado com a renda variável. Porém, ela afirma que os investidores precisam ficar atentos ao emissor daquele certificado
Pela terceira vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por manter a taxa Selic em 13,75%. E como o mercado acredita que o patamar permanecerá igual até metade de 2023, especialistas apontaram que investir em CDB (Certificado de Depósito Bancário) é uma boa oportunidade ao mercado brasileiro.
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Christopher Galvão, analista da Nord Research, acredita que os CDBs sempre vão ser boas opções, visto que esses produtos costumam oferecer prêmios maiores do que os títulos emitidos no Tesouro Direto. Isso acontece porque financiar um banco é mais arriscado do que financiar o governo e, portanto, o investidor deve ser remunerado por esse risco adicional.
Galvão também afirma que, diante desse cenário de incertezas sobre a dinâmica de gastos públicos para os próximos anos, os títulos pós-fixados são uma boa opção, já que se beneficiam de um possível cenário de juros mais elevados (caso o Banco Central tenha que subir novamente a Selic ou também no caso de manter a taxa estável por mais tempo).
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Além disso, outro ponto importante que o investidor deve saber ao investir em CDB, segundo o especialista, é que o ativo sofre ‘marcação na curva’ ao invés de ‘marcação a mercado’, como os títulos pré-fixados e indexados à inflação do Tesouro Direto.
Na primeira regra, não é possível saber o valor final da renda fixa, apenas a variação diária. E, assim, o produto pode se tornar mais interessante no dia seguinte, demonstrando que um investimento feito na véspera não foi uma boa escolha. Já na marcação na curva, o investidor consegue saber quanto receberá no final do investimento, tendo mais liberdade para escolher quais das opções em CDBs são as melhores. Além disso, o investimento não apresenta oscilações de preço ao longo dos dias.
Ou seja, na prática, a marcação a mercado pode gerar investimentos interessantes todos os dias, mas desvalorizar as oportunidades que apareceram antes, dependendo da movimentação da inflação ou dos juros. Enquanto a segunda mostra como será o rendimento do título até o vencimento, sem sofrer deságio.
Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, por sua vez, diz que hoje aplicar em CDBs atrelados ao CDI tem se mostrado vantajoso pelo fato do investidor ganhar acima da inflação. Isso porque o CDI, que funciona como uma taxa negociada entre os bancos para fechar o caixa diário no positivo, tem uma diferença de 0,10% da Selic. Hoje, a taxa bancária rende 13,65%.
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Vale dizer que ao adquirir um CDB, o investidor empresta dinheiro para os bancos financiarem suas atividades de crédito; em troca, recebe uma remuneração acrescida de juros – as instituições utilizam o CDI como referência para remunerar os investidores.
Um levantamento realizado por Michael Viriato, estrategista-Chefe e assessor de investimentos na Casa do Investidor, mostra quanto rende alocar R$ 1 mil em CDB quando a opção é: liquidez diária (cujo resgate pode ser feito todos os dias, sem perder rentabilidade); ou de um a quatro anos de vencimento.
Na visão de Camilla Dolle, head de renda fixa da XP, o produto também pode ser interessante pelo seu retorno se comparado com a renda variável. No entanto, ela afirma que os investidores precisam ficar atentos ao emissor daquele certificado, pois apesar de alguns apontarem um retorno entre 103% a 118% do CDI, por exemplo, “muitas vezes o risco é grande e pode ser que o retorno não se concretize”.
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Os entrevistados afirmaram que para escolher o melhor título é preciso ver: se a companhia tem caixa positivo, se é um banco tradicional e seguro, e se o emissor já realizou outras ofertas de produtos semelhantes e pagou seus investidores.
Para se proteger dos riscos, os especialistas indicaram ainda que os investidores diversifiquem a carteira, não só entre diversos bancos que emitem certificados, como investindo em outras oportunidades de renda fixa. Veja neste link quanto rende investimentos com rentabilidade determinada quando os juros estão a 13,75%.
A head da XP sugeriu também que o investidor aloque no máximo R$ 250 mil em CDBs porque esse é o valor mais alto que o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) devolve caso o emissor quebre e não consiga arcar com os pagamentos dos certificados - entenda como funciona este seguro.