O que este conteúdo fez por você?
- As companhias do setor de seguro são conhecidas pela distribuição de dividendos e pelos seus negócios resilientes
- Segundo os dados da Economatica, enviados ao E-Investidor, as ações da BB Seguridade apresentam o maior dividend yield do setor
- Veja as análises e recomendações dos especialistas sobre as ações das seguradoras
As ações das companhias de seguros fazem parte da lista dos setores considerados “à prova de bala” por Luiz Barsi para se ter na carteira. Segundo a estratégia estabelecida pelo maior investidor pessoa física da B3, as empresas do setor possuem uma distribuição de dividendos e entregam serviços essenciais para a sociedade. Ou seja, a sua demanda é crescente mesmo em cenários instáveis da economia.
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Apesar da característica ser geral para todas as empresas do setor, há companhias que conseguem oferecer um potencial de investimento maior do que outras. As ações da BB Seguridade (BBSE3) e da Caixa Seguridade (CXSE3), por exemplo, são as maiores pagadoras de dividendos do setor.
Segundo dados da Economatica, enviados ao E-Investidor, o dividend yield (DY) nos últimos 12 meses segue na casa de dois dígitos, sendo 12,7% para os papéis da BB Seguridade e de 9,76% para a Caixa. Na prática, o porcentual representa em uma remuneração por ação ao investidor de R$ 3,48 e de R$ 0,86, respectivamente.
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Os dados operacionais do primeiro semestre justificam a elevada distribuição de dividendos. O lucro líquido do BB Seguridade, por exemplo, cresceu 39,3% de janeiro a junho deste ano em comparação ao mesmo período de 2022 ao crescer de R$ 2,5 bilhões para R$ 3,6 bilhões. O mesmo ocorreu com o lucro da Caixa Seguridade. Durante o mesmo período, o mercado viu a companhia crescer o seu lucro líquido recorrente em 32,7% no primeiro semestre do ano. Já a Porto Seguro (PSSA3) conseguiu um crescimento ainda mais expressivo: 142% de janeiro a junho deste ano em relação ao ano anterior.
No entanto, mesmo com todas as companhias do setor entregando resultados atrativos, as ações do BB Seguridade parecem ser as preferidas pelo mercado quando o assunto é dividendos. De acordo com Richard Camargo, analista da Empiricus Research, a empresa possui um modelo de negócio considerado resiliente e com forte exposição ao agronegócio, principal setor responsável pela alta do Produto Interno Brasil (PIB) no primeiro semestre deste ano.
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“O BB Seguridade é o maior player do Brasil para seguros de agronegócio. A empresa também distribui os seus serviços no balcão do Banco do Brasil (BBAS3), segundo maior banco público do País e que possui uma carteira de clientes bastante cativa. Há um business interessante em previdência”, afirma Camargo, ao destacar algumas características que sustentam a recomendação de compra da Empiricus para o papel.
Outro fator que torna a companhia ainda mais interessante para o investidor é o baixo risco diante de um possível fim dos Juros sobre Capital Próprio (JCP), caso o projeto de lei enviado pelo governo ao Congresso no fim de agosto seja aprovado. Isso deve acontecer porque, segundo a Guide Investimentos, a companhia não usufrui dos benefícios tributários do JCP, como os bancos. Por isso, a remuneração para os investidores não deve ser afetada caso a medida entre em vigor no início do próximo ano.
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“A companhia também consegue entregar bons resultados mesmo com a queda da taxa de juros que costuma ser prejudicial para as seguradoras porque possuem uma queda na sua receita financeira, uma vez que os prêmios obtidos são rentabilizados com a CDI”, acrescenta Eduardo Siqueira, analista de investimentos da Guide. Por essa razão, a corretora possui recomendação de compra para as ações do BB Seguridade com um preço-alvo de R$ 39, o que equivale a um upside de 21,7% em comparação à cotação desta terça-feira (3).
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Já a Ágora Investimentos reconhece a BB Seguridade como boa empresa para quem está focado em dividendos, mas prefere manter recomendação de compra para as ações da Caixa Seguridade (CXSE3) por ser uma empresa mais “barata”. Por outro lado, Renato Chanes, analista de investimentos da corretora, ressalta que o segundo semestre não deve ser positivo para as seguradoras devido ao movimento de queda da taxa de juros.
Isso acontece porque essas companhias aplicam os seus recursos em fundos conservadores de renda fixa para eventuais sinistros (quando o bem segurado sofre algum acidente ou prejuízo). Se houver uma queda da Selic, consequentemente, há uma queda dos seus rendimentos e um aumento dos seus custos. “O ciclo de afrouxamento monetário não deve impactar no poder de consumo das famílias porque as pessoas já estão muito endividadas. Então, até as pessoas pagarem as suas dívidas, vai levar mais tempo”, esclareceu Chanes.
O Citi Bank também mantém recomendação de compra para as ações da Caixa Seguridade com um preço-alvo de R$ 11,90.
E as ações da Porto Seguro?
Os analistas divergem sobre a avaliação da Porto Seguro (PSSA3) se o atual momento do papel é interessante para investir. Camargo, da Empicirus, ressalta que a companhia conseguiu entregar bons resultados nos dois primeiros trimestres do ano. No entanto, a corretora mantém um recomendação neutra para o papel com um preço-alvo de R$ 29. “Esperamos que a Porto Seguro entregue um resultado muito bom no próximo trimestre. O nosso único ponto é que o preço da ação está próximo do nosso upside“, diz o analista da Empiricus.
Com esse preço-alvo, a corretora estima uma valorização de 11,5% em comparação ao preço do papel no pregão desta terça-feira (3). Já a Genial Investimentos está mais otimista e mantém recomendação de compra para a companhia com um preço-alvo de R$ 34,70. Na prática, os analistas projetam uma valorização de 33% nos próximos meses.
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“Para o ano de 2023, com o 3T23 ainda forte com menos sazonalidade operacional que o usual, acreditamos que a Porto possa bater nossas estimativas de lucro de R$ 2,1 bilhões, um pouco acima do consenso com R$ 2,05 bilhões”, informaram os analistas da Genial em relatório publicado em setembro. A projeção de continuidade de crescimento se baseia no histórico do setor, no qual o segundo semestre costuma ser mais forte em termos de resultados em relação aos primeiros meses do ano.