As ações da Taesa (TAEE11) podem cair 11,34% e recuar dos R$ 35,87 do fechamento de quinta-feira (22) para R$ 31,80, mostra relatório do Safra publicado na última quarta-feira (21). Os analistas têm classificação de underperform para os ativos da companhia, desempenho abaixo da média do mercado, que é equivalente à venda.
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O consenso do mercado financeiro é de que a empresa de transmissão de energia elétrica deve pagar menos dividendos após a mudança do payout (proporção do lucro a ser paga em proventos). O porcentual de pagamento de proventos da empresa deixa de ser com base no lucro líquido das normas internacionais e passa a ser apenas no lucro líquido regulatório.
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Essa mudança acontece devido ao endividamento da Taesa. A elétrica viu seu endividamento líquido consolidado alcançar R$ 9 bilhões no segundo trimestre de 2024, alta anual de 11,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a alavancagem da empresa, medida pela dívida líquida sobre Ebitda (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização), está em 4,6 vezes nos últimos 12 meses. Com um endividamento maior, os dividendos da empresa tendem a secar.
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Qual ação o investidor deve comprar no lugar de Taesa?
A equipe do banco selecionou a Equatorial (EQTL3) como a sua empresa favorita do setor elétrico. Os analistas mantiveram sua recomendação de compra para as ações da Equatorial com preço-alvo de R$ 44.60, uma alta de 27,8% na comparação com o fechamento de quinta-feira (22), quando a ação encerrou o pregão a R$ 34,90.
“Reiteramos nossa recomendação de compra para aos papéis da Equatorial e temos o ativo como favorito: a companhia se tornou um acionista controlador da empresa da Sabesp (SBSP3), movimento positivo para a elétrica. A Equatorial também continua melhorando as operações e seus resultados, o que reforça nossa preferência do ativo”, dizem Daniel Travitzky, Carolina Carneiro e Mario Wobeto, que assinam o relatório do Safra.
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Os analistas também acrescentam que, comparada a outras empresas do setor elétrico, a Equatorial supera os pares em termos de custos operacionais (versus níveis regulatórios) e continua a entregar “um bom desempenho” após adquirir novos ativos em áreas de concessão de alto crescimento.
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“A diversificação da Equatorial nos segmentos de transmissão, geração e saneamento abriu alternativas de crescimento. Com seu histórico na entrega de turnarounds em outros ativos, acreditamos que os ganhos de eficiência na Sabesp também serão significativos”, explicam os analistas.
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Embora a equipe do Safra esteja otimista com a Equatorial, os analistas comentam que a elétrica não deve pagar dividendos robustos como a Taesa (TAEE11) depositava para o seu investidor. Os especialistas do banco dizem que a ação é um papel de crescimento e os dividendos devem ficar para “o futuro mais distante”. Travitzky, Carneiro e Wobeto estimam que a Equatorial deve pagar cerca de 1,5% do valor de sua ação em dividendos em 2024, 1,4% em 2025 e 2,2% em 2026.