As projeções do Bradesco para a economia em meio à guerra comercial

“Estamos digerindo o que está acontecendo e a proporção e magnitude de onde isso vai parar. Notamos que as bolsas caem por percepção de que com o aumento de tarifas isso pode ter impacto nos custos dos produtos e nos lucros das empresas. Essa guerra comercial escalou mais rápido do que eu imaginava”, disse Boetger em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (9).

Boetger projeta que a Selic suba dos atuais 14,25% para 14,75% ou até 15% ao ano nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Na visão dele, a taxa tende a se estabilizar nesse pico antes de iniciar o movimento de queda.

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“A guerra tarifária deve elevar a inflação, o que pode levar a muitos pensar que o banco central americano, Federal Reserve (FED), pode subir os juros. Do outro lado, temos a questão do menor crescimento econômico, o que pode puxar o viés de baixa para as taxas. Em nossa visão, estimamos que o Fed pode começar a cortar juros, o que deve abrir espaço para cortes aqui no Brasil”, diz Boetger.

Ele disse ainda que o momento atual é incerto e que as estimativas para a renda variável no curto prazo são mais conservadoras. A recomendação é de não fazer grandes aportes neste momento, visto que os investimentos devem ficar mais caros em um ambiente com grandes incertezas.

Já no médio e longo prazos, com o início da queda de juros, o investidor pode ver uma melhora do mercado acionário com a entrada do fluxo estrangeiro. Ele estima uma movimentação de R$ 15 a R$ 20 bilhões com follow-ons na bolsa e mais R$ 20 a R$ 25 bilhões de emissões em títulos de dívidas em 2025. “A bolsa americana está bem valorizada e a brasileira está barata. Essa é uma oportunidade para em algum momento o investidor estrangeiro voltar quando tivermos mais estabilidade”, explica.

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