O que este conteúdo fez por você?
- A expectativa é que a Selic, a taxa básica de juros da economia, feche em alta no fim deste ano e alcance o índice de 6,63%
- A perspectiva de aumento da taxa Selic se deve à projeção de avanço da inflação, feita pelo Comitê de Política Monetária
- Com a alta da Selic, alguns investimentos se tornam mais atraentes. É o que acontece com os ativos de renda fixa, principalmente aqueles ligados ao CDI
(Talita dos Santos de Souza, especial para o e-investidor) A Selic, taxa básica de juros da economia, deve fechar este ano em alta e chegar em 6,63% ao ano, conforme o boletim Focus do Banco Central do Brasil (BC). O relatório é atualizado semanalmente com a previsão para os principais indicadores econômicos. A alta da Selic concorda com o que era aguardado pelo mercado.
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Desde março de 2021, existe um movimento de aumento de juros. De lá para cá, já foram aprovadas três elevações da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A última delas aconteceu no dia 16 de junho, quando por unanimidade foi tomada a decisão de aumento da taxa para 4,25% ao ano.
Os encontros dos integrantes do Copom acontecem a cada 45 dias e, no próximo, espera-se um aumento da taxa da mesma proporção (0,75 ponto percentual) ou ainda maior, dependendo do contexto inflacionário do Brasil. Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, já defendeu a estratégia de subir rapidamente a Selic como forma de conter a inflação. Para 2022, a expectativa é de que a taxa siga aumentando e chegue a 7%, seguida de quedas nos próximos anos.
Por que a Selic está subindo?
No ano passado, a taxa Selic atingiu a mínima histórica de 2% ao ano. A medida foi resultado de uma estratégia do BC para estimular a recuperação econômica após a crise causada pela covid-19 — o que se mostrou ineficiente com o avançar da pandemia também em 2021. A reunião entre membros do Copom para rever a estratégia e aumentar a taxa foi definida como hawkish, termo usado para denominar decisões que retiram estímulos. Entre os motivos que levaram o comitê a optar pela alta constante da Selic está a projeção de avanço para a inflação.
Quais são as consequências da alta na taxa Selic?
As principais consequências do aumento da taxa Selic são juros mais altos, aumento no custo do crédito e estímulo à poupança. Dessa forma, o dinheiro em circulação diminui, desacelerando o ritmo da economia. Isso ajuda a segurar a inflação, pois o consumo reduzido faz com que comerciantes precisem diminuir preços para estimular as compras e gerar receita.
Como o aumento da taxa Selic afeta seus investimentos?
Ativos de renda fixa se tornam mais atrativos com a alta na taxa básica de juros, principalmente aqueles ligados ao CDI, que acompanha de perto as porcentagens da Selic. Os ativos mais comuns atrelados ao CDI e que, portanto, beneficiam-se da alta da Selic são o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). A caderneta de poupança também é atrelada à taxa básica de juros; sendo assim, a alta da Selic aumenta o rendimento do dinheiro aportado nesse ativo. Títulos do governo, como o Tesouro Selic, também são beneficiados com a alta, mostrando-se uma opção mais segura e rentável.
Movimento mundial
Vale lembrar que a postura mais conservadora e com objetivo de proteção que vem guiando as decisões no setor econômico do Brasil também acontecem em outros países, tanto desenvolvidos quanto emergentes. O comportamento hawkish domina os bancos centrais pelo mundo, entre eles o Federal Reserve (Fed), Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos. Para antever o movimento do mercado mundial e fazer melhores escolhas de investimentos, é importante acompanhar as mudanças sociais, políticas e econômicas às quais o mercado está submetido.
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