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O que justifica a queda nas ações das Lojas Americanas na semana

Após a fusão com B2W, as ações passam por ajustes. A incerteza com a variante Delta pode intensificar a queda

O que justifica a queda nas ações das Lojas Americanas na semana
Foto: São Luis Shopping
  • Em abril deste ano, os conselhos de administração da Lojas Americanas e de sua controladora, a B2W, aprovaram a proposta de fusão das operações das companhias
  • A queda é resultado da distribuição de ações AMER3 para os investidores que tinham ações ON ou PN das Lojas Americanas. Por conta disso, o investidor não precisa ter fortes preocupações
  • Para a XP, os preços devem demorar alguns dias para se estabilizar

Após a fusão com a B2W Digital, as ações das Lojas Americanas (LAME3 e LAME4) tiveram intensa queda nesta semana. A empresa agora é nomeada como Americanas SA e negociada sob o ticker AMER3, substituindo o antigo BTOW3.

Analistas acreditam que, além de ser reflexo de ajuste, a baixa tenha sido intensificada com a aposta no crescimento de setores beneficiados com a reabertura, fazendo com que o setor de comércio eletrônico saia do foco. Outro fator que acentuou a baixa foi a precaução global com uma nova onda da pandemia decorrente da variante Delta do coronavírus.

A LAME3 fechou a semana em queda acumulada de 55,75%%, a LAME4 caiu 54,61%% e a AMER3 se desvalorizou 18,21%.

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Em abril deste ano, os conselhos de administração da Lojas Americanas e de sua controladora, a B2W, aprovaram a proposta de fusão das operações das companhias. Com o negócio oficializado na segunda-feira (19), a LAME3 fechou o pregão a R$ 7,77 e os papéis LAME4 a R$ 7,90.

Variação das Lojas Americanas
Ticker Fechamento em 23/07
Variação na semana
LAME 3 R$ 7,46 -55,75%
LAME 4 R$ 7,78 -54,61%
AMER 3 R$ 55,62 -18,21%
Fonte: Broadcast

 

As quedas acentuadas são reflexo da transferência dos valores para AMER3. Os detentores das ações ON (LAME3) e PN (LAME4) receberam 0,18 ações da AMER3 para cada título.

Para Flávia Meireles, analista da Ágora Investimentos, a queda é resultado de uma reestruturação das empresas. “Cada investidor deve avaliar se vale a pena ficar com o papel. A nossa recomendação para o papel é neutra, especialmente porque vimos o fluxo alto para o e-commerce durante a pandemia. Com a retomada de atividades presenciais, temos otimismo para setores do varejo como vestuário”, destaca.

Segundo a analista, a baixa foi resultado da distribuição de ações AMER3 para os investidores que tinham ações ON ou PN das Lojas Americanas. Por conta disso, o investidor não precisa ter fortes preocupações, porque os valores devem estabilizar.

Entretanto, David Har-Zahav, agente autônomo da Braúna Investimentos e especialista em ações, defende que o movimento não é relacionado ao setor, mas uma resposta momentânea à fusão. “Existe uma pressão vendedora no papel que causa a queda e existe uma jogada dentro dessa fusão que o mercado ainda está tentando entender”, sugere. Para ele, é preciso aguardar os próximos passos.

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“Quem tem LAME3 ou LAME4 não vai sofrer com as perdas. É um movimento natural da criação das novas units. Não é um momento para o investidor se assustar”, reforça Stefano Spinelli, analista da RB Investimentos. Ele complementa que o processo é semelhante ao que aconteceu após a cisão entre Pão de Açúcar (PCAR3) e Assaí (ASAI3).

Segundo ele, a queda já era esperada à exemplo da movimentação das empresas de supermercados, assim como uma expectativa mais positiva após a fase de ajuste. “Muitos analistas falam que essa unificação das operações físicas e digitais vai ser bom pra companhia. Vamos continuar acompanhando”, complementa.

Em relatório, os analistas de varejo da XP estimam um prejuízo de R$42 milhões no segundo trimestre para a empresa. Além disso, o documento afirma que os preços devem demorar a se estabilizar por alguns dias, também influenciados pelo cenário de incerteza quanto ao cenário macro de aversão a riscos.

No primeiro dia da fusão, as bolsas mundiais e a brasileira fecharam em queda por conta das incertezas quanto à variante Delta do coronavírus, mesmo com o crescente número de pessoas imunizadas. 

 

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