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Ações do Nubank caem 7,23% e atingem menor patamar desde IPO

Este é o menor patamar atingido desde a abertura de capital, realizada há três meses

Ações do Nubank caem 7,23% e atingem menor patamar desde IPO
Papéis foram impactados por novas regras do BC e alta dos juros. Foto: Divulgação Nubank
  • Na B3, a NUBR33 caiu 6,06%, a R$ 5,58. Durante a sessão, as novas regras prudenciais estipuladas pelo Banco Central a instituições de pagamento pesaram sobre os ativos
  • Para Danielle Lopes, sócia da Nord Research, a nova norma encarecerá o custo de crédito da instituição

Os papéis do Nubank (NU, Nyse) fecharam o pregão desta sexta-feira (11) com queda de 7,23%, aos US$ 6,54. Este é o menor patamar atingido desde a abertura de capital, realizada há três meses.

Na B3, a NUBR33 caiu 6,06%, a R$ 5,58. Durante a sessão, as novas regras prudenciais estipuladas pelo Banco Central a instituições de pagamento pesaram sobre os ativos.

Na prática, a autoridade monetária passará a exigir mais capital das instituições de pagamento (IPs) de maior porte e complexidade, categoria em que a fintech de Cristina Junqueira se inclui. “Tem um impacto direto sobre Nubank, Stone e PagSeguro, pelo simples fato de que o custo de crédito dessas instituições precisará ser aumentado. E eles não vão absorver isso, irão repassar ao cliente”, afirma Danielle Lopes, sócia da Nord Research.

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De acordo com Lopes, o aumento do custo de crédito irá encarecer ainda mais as operações destas companhias. “Vai complicar ainda mais os resultados e será difícil para essas empresas terem tempo suficiente para buscar novas avenidas de crescimento”, explica a especialista.

Além disso, a novidade do Banco Central vem em um momento econômico já delicado para players de tecnologia. A taxa de juros básica do país está em um ciclo de alta e deve chegar aos 12,25% até o fim de 2022, de acordo com as últimas projeções do Boletim Focus.

Mesmo com a escalada dos juros, a inflação ainda pode dar trabalho, principalmente em função da alta das commodities.

O esperado é que o IPCA, indicador que mede a inflação, chegue a dezembro em 5,65%. Essa mistura de juros e inflação altos joga um balde de água fria no consumo, aumenta o risco de inadimplência dos clientes de bancos, além de tornar mais caro financiar o crescimento de companhias como o Nubank.

“O consumo eleva os gastos de cartão de crédito, já que as pessoas passam a parcelar faturas, tomar empréstimos ou entrar no cheque especial, que é a fonte de ganhos do Nubank. Só que agora, quem não estava endividado antes, está segurando o consumo, o que é desinteressante para a fintech”, explica Lopes. “Com as taxas de juros subindo, os consumidores pensam um pouco mais antes de fazer dívidas.”

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Essa também é a visão de Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos. O especialista ressalta que todas as companhias de tecnologia estão sendo impactadas. Na B3, o Inter (BIDI11), principal par de Nubank, acumulou nesta sexta-feira (11) uma baixa de 5,02% na sessão, aos R$ 16,70. “São empresas mais voltadas para tecnologia, majoritariamente fintechs, portanto têm bastante sensibilidade à variação das taxas de juros por conta do custo de capital e de captação. Fora isso, há o risco de inadimplência”, afirma Crespi.

Também é possível observar uma rotação de setores nos mercados financeiros. Os investidores globais têm tirado capital de empresas de crescimento (como as de tecnologia) e alocado em empresas de valor (commodities e instituições financeiras tradicionais). As companhias de valor são mais resilientes a cenários adversos, como o atual.

Descendo a ladeira

No IPO (Oferta Pública Inicial), em dezembro de 2021, os papéis do Nubank saíram no topo da faixa indicativa, aos US$ 9. Poucos dias depois, chegaram a alcançar a máxima de US 11,85, mas logo o movimento se inverteu.

No acumulado desse primeiro trimestre de bolsa de valores, os papéis apresentam uma desvalorização de 27,3%. Segundo Lopes, o ‘roxinho’ negocia a múltiplos muito altos, de mais de 100 vezes o lucro. Isto é, o preço atual da ação está 100 vezes maior em relação aos lucros acumulados em 12 meses.

“Estamos falando de uma empresa de tecnologia com pouco histórico de resultados, que ainda não dá lucro, roda no prejuízo e precisa queimar muito caixa para continuar crescendo. Além disso, estamos em um momento bem delicado quando falamos de varejo e consumo ”, explica Lopes.

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