Mercado

BDR da Tesla (TSLA34) tem valorização de 580% no ano. Veja os ativos mais rentáveis

Pequenos investidores terão acesso aos BDRs a partir de 1º setembro

BDR da Tesla (TSLA34) tem valorização de 580% no ano. Veja os ativos mais rentáveis
Loja da Tesla no Brooklyn, NY, EUA. Foto: An Rong Xu/The New York Times
  • A partir de 1º setembro, os pequenos investidores poderão diversificar a carteira e comprar BDRs
  • Os 559 BDRs disponíveis na B3 são de empresas de 23 países diferentes. O destaque fica com a Tesla (TSLA34), que apresenta a maior valorização do ano

A partir da semana que vem, dia 1º de setembro, a nova regra da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) entrará em vigor e os pequenos investidores terão acesso aos BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Até então, apenas investidores qualificados (com patrimônio acima de R$ 1 milhão) podiam diversificar a carteira e ter acesso ao ativo.

Um levantamento exclusivo realizado pela plataforma de investimentos Economatica, a pedido do E-Investidor, mapeou a rentabilidade dos originários de empresas de 23 países em 2020.

O BDR que conta com a maior valorização no ano é o da Tesla (TSLA34), de 583,49%. Outros oito aparecem com rentabilidade superior a 100%, mas nenhuma ação de empresa brasileira listada na B3 alcançou este patamar. Para efeito de comparação, enquanto o Ibovespa acumula desvalorização de 11,70% no ano, o BDRX, índice composto por BDRs, tem alta superior a 50% no agregado do ano.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Na esteira dos BDRs mais rentáveis, não faltam empresas de tecnologia. Gigantes como Nvidia (NVDC34), Mercado Livre (MELI34), Paypal (PYPL34) e Amazon (AMZO34) marcam presença e aparecem na sequência com retornos expressivos. Veja o ranking:

Os BDRs com valorização acima de 100% no ano

Empresa País Classificação
Rentabilidade no ano*
Tesla (TSLA34) EUA Não patrocinado 583,49%
Nvidia (NVDC34) EUA Não patrocinado 201,31%
Mercado Livre (MELI34) Argentina Não patrocinado 186,44%
Paypal (PYPL34) EUA Não patrocinado 153,51%
Amazon (AMZO34) EUA Não patrocinado 148,71%
Apple (AAPL34) EUA Não patrocinado 140,54%
Ebay (EBAY34) EUA Não patrocinado 121,39%
Netflix (NFLX34) EUA Não patrocinado 109,07%
Adobe (ADBE34) EUA Não patrocinado 100,39%

*Até o fechamento do mercado no dia 24 de agosto

Como investir no exterior

Os BDRs são certificados que representam outro valor mobiliário emitido por companhias estrangeiras de capital aberto. Ou seja, o produto funciona como um “espelho” das ações das empresas e costumam ter um desempenho parecido.

O processo para adquirir um BDR na B3 será o mesmo do que uma ação local: a compra e venda será por meio de instituições financeiras e corretoras que oferecem o ativo. Existem hoje 559 ativos disponíveis para negociação na bolsa brasileira, sendo 476 “não patrocinados” e 83 “patrocinados” – eles podem ser identificados pelo código 34 no final da ação.

Os “patrocinados” são aqueles que a empresa emissora do certificado tem a iniciativa de contratar uma instituição no País para lançar as ações no mercado e participa do processo de emissão. Isso significa que é de interesse dela a presença no território brasileiro. Os ”não patrocinados” são aqueles que a iniciativa de emissão dos certificados vem da instituição depositária, com o objetivo de oferecer mais opções de investimento aos clientes.

Oportunidades do BDR

Para analistas consultados pelo E-Investidor, o acesso para pequenos investidores é visto com bons olhos pelo mercado. Com a mudança, todos ganham opções para diversificar o portfólio, se proteger e buscar maiores rentabilidades.

“A medida não altera o mercado, mas democratiza o acesso e isso é bom para o investidor. Agora ele pode ter uma carteira mais diversificada e com menos riscos”, diz Luís Barone, sócio-diretor da Ativa Wealth Management.

Gustavo Cruz, estrategista RB investimentos, ressalta a amplitude do mercado de BDR e as oportunidades que devem se abrir com ele. “A aplicação dá acesso a diversos setores que não temos aqui ou são poucos desenvolvidos”, afirma o estrategista.

Publicidade

É consenso que a flexibilização das regras do BDR é positiva. O investidor que deseja comprar ativos das maiores empresas do mundo não precisará mais mandar dinheiro para fora do Brasil. “Isso deixa o mercado doméstico maior e melhor, o que atrai mais investidores e melhora sua liquidez”, afirma Bruno Musa, sócio da Acqua investimentos.

Apesar disso, é importante ressaltar que o BDR é um investimento em renda variável e está exposto aos mesmo riscos de qualquer outra ação. Isso significa que é importante conhecer a empresa para saber se ela está alinhada com  a sua estratégia e perfil de risco. “É preciso analisar o contexto de cada empresa para saber se vale a pena ou não ter ela no portfólio, assim como qualquer outra ação da B3”, afirma Barone.

Cuidados ao investir

Segundo os especialistas, o primeiro sinal de atenção sobre os BDRs é o fato de ele ser atrelado ao dólar. Dessa forma, a oscilação cambial pode afetar a aplicação, positivamente ou negativamente, dependendo da movimentação da moeda no dia.

Com isso, é importante ter em mente que além de depender do bom desempenho da empresa para a ação subir, o investidor também é refém de como o dólar irá se comportar no período. “Caso a ação da empresa fique estável, mas o dólar se desvalorize, o BDR vai perder valor”, diz o sócio-diretor da Ativa.

Neste cenário, os analistas recomendam que apenas investidores moderados ou agressivos apostem no produto e façam isso via fundos, caso não sejam familiarizados com as empresas. “Muitos devem entrar no começo pela onda, sem conhecer o mercado e seus riscos. Eles podem se prejudicar”, afirma Cruz, estrategista da RB.

Outro ponto de atenção é sobre a proximidade dos brasileiros com as empresas, que pode gerar certa euforia na hora de escolher quais companhias investir. Esse é o caso de Disney (DISB34), Netflix (NFLX34) e McDonalds (MCDC34), empresas que muitos admiram e consomem, mas que podem não ser as mais indicadas. “Esse problema comportamental do investidor pode fazer com que ele não analise o mercado da melhor forma e se prejudique”, diz Cruz.

Publicidade

Informe seu e-mail

Faça com que esse conteúdo ajude mais investidores. Compartilhe com os seus contatos