O que este conteúdo fez por você?
- A BlackRock está se posicionando de maneira mais defensiva em relação a investimentos em ações
- Segundo Axel Christensen, estrategista chefe da BlackRock para a América Latina, os mercados desenvolvidos devem enfrentar bastante volatilidade em função das taxas de juros mais altas
- Já a renda fixa estaria recheada de oportunidades, principalmente em mercados emergentes
A gestora norte-americana BlackRock está se posicionando de maneira mais defensiva em relação a investimentos em ações. Segundo Axel Christensen, estrategista-chefe para a América Latina, os mercados desenvolvidos devem enfrentar bastante volatilidade em função das taxas de juros mais altas.
O aperto monetário deve desembocar na desaceleração da atividade econômica e mais quebras de bancos regionais, como ocorreu nos Estados Unidos. Por isso, ações de “valor” devem ditar o tom das carteiras. “Buscamos oportunidades em nomes de alta qualidade, ou seja, empresas adequadas para enfrentar um ambiente econômico e financeiro mais desafiador”, afirmou Christensen, ao E-Investidor.
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Já a renda fixa estaria recheada de oportunidades, principalmente em mercados emergentes – o que faz a BlackRock ter uma preferência pelos ativos conservadores em detrimento dos ativos de risco. “Somos atraídos por títulos em moeda local em função dos altos rendimentos locais e moedas significativamente estáveis, como o peso mexicano e o real brasileiro”, diz o estrategista.
E-Investidor – Quais ativos serão essenciais até o final de 2023?
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Axel Christensen – No BlackRock Investment Institute (BII), temos uma perspectiva positiva para ativos de mercados emergentes, tanto ações quanto renda fixa.
Do lado das ações, vemos um impacto positivo da reabertura da atividade na China, não apenas nas ações chinesas, mas também em outros países emergentes que se beneficiam do aumento do crescimento econômico do país. A Tailândia, onde o turismo representava cerca de 12% do PIB pré-Covid, está vivendo um aumento significativo no fluxo de turismo chinês, por exemplo. Ou o Chile, onde as exportações totais aumentaram devido à maior demanda de commodities como cobre ou frutas da China, seu principal parceiro comercial.
Do lado da renda fixa dos mercados emergentes, somos atraídos por títulos em moeda local em função dos altos rendimentos e moedas significativamente estáveis, como o peso mexicano e o real brasileiro. A possibilidade de ver o rendimento dos títulos cair representa um fluxo favorável adicional, pois os títulos teriam ganhos de capital sem um grande impacto taxas de câmbio.
E nos mercados desenvolvidos?
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Christensen – Buscamos oportunidades em nomes de alta qualidade, ou seja, empresas adequadas para enfrentar um ambiente econômico e financeiro mais desafiador e com balanços mais fortes, fontes de renda diversificadas e estáveis e uma melhor capacidade de defender suas margens de uma inflação mais alta. Alguns exemplos de setores com forte exposição à qualidade incluem saúde (com empresas como Johnson & Johnson e United Health) e tecnologia (como Microsoft e Apple).
A alocação global de ativos da BlackRock está mais focada em bolsas de valores ou renda fixa?
Christensen – Temos uma ligeira preferência por renda fixa em detrimento de ações. Projetamos que a volatilidade pode afetar os mercados desenvolvidos, uma vez que essas economias enfrentam as consequências de taxas de juros mais altas, tanto na desaceleração da atividade quanto em algumas rachaduras em seus sistemas bancários. Apesar dessa preferência, destacamos ações e títulos de mercados emergentes.
Quais mercados têm preços melhores agora?
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Christensen – Além das classes de ativos e mercados mencionados acima, estamos otimistas com títulos indexados à inflação e renda fixa de curta duração em economias desenvolvidas.