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Por que Marfrig (MRFG3), Ultrapar (UGPA5) e Usiminas (USIM5) tiveram os melhores desempenhos da semana na Bolsa

Os três papéis registraram as maiores altas no pregão da B3 na semana de 17 a 21 de agosto

Por que Marfrig (MRFG3), Ultrapar (UGPA5) e Usiminas (USIM5) tiveram os melhores desempenhos da semana na Bolsa
Unidade da Usiminas de Ipatinga, Minas Gerais. Foto: Alexandre Mota/Reuters
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  • As três ações que mais se valorizaram na semana de 17 a 21 de agosto foram Marfrig (MRFG3), Ultrapar (UGPA5) e Usiminas (USIM5)
  • Os resultados de Marfrig e Usiminas foram puxados pela corrida de investidores ao refúgio das empresas exportadoras, que são mais resilientes e menos dependentes do cenário doméstico
  • Ultrapar disparou depois de um acordo com o fundo Pátria Private Equity, que passou a deter 20% do capital social da Ultra S.A., uma das maiores acionistas da empresa

O Ibovespa encerrou a sessão e a semana bem perto da estabilidade, refletindo a cautela que se impôs aos investidores em agosto, interrompendo até aqui quatro meses de recuperação vigorosa desde as mínimas de março.

Nesta sexta-feira, os dados de atividade mais fracos na Europa, no momento em que o número de casos de Covid-19 volta a crescer no continente, contribuíram para que o Ibovespa seguisse em baixa moderada a maior parte do dia, fechando praticamente no zero a zero, aos 101.521,29 pontos, em leve alta de 0,05%. É um avanço de 0,17% na semana e um recuo de 1,35% no mês e 12,21% no ano.

“A impressão é de que no curto prazo não teremos grandes variações. O que devemos ver nas próximas semanas são altas até os 103 mil pontos e quedas até os suportes de 99 mil e 98 mil pontos. Esse movimento deve se manter até que algo aconteça, algum gancho para que o Ibovespa retome direção, de queda ou alta”, diz Fernando Góes, analista gráfico da Clear.

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Apesar de a Câmara dos Deputados, conforme esperado, ter confirmado ontem o veto presidencial a aumentos salariais para o funcionalismo até o fim de 2021 – o que traz algum alívio à percepção de risco -, a situação fiscal permanece como principal incógnita para a precificação dos ativos, na medida em que é parte do problema e também da solução, no que diz respeito ao ritmo de retomada do nível de atividade, observa o economista Renato Chain, da Parallaxis Economia.

Para dar sustentação à retomada, o governo está diante de um trade off de sintonia complexa, observa Chain: se retirar os estímulos ao consumo que põem em risco o equilíbrio fiscal, joga no chão a incipiente retomada em meio à pandemia; se perpetuá-los em níveis insustentáveis para as contas públicas, a resposta tem sido a observada nos preços dos ativos – inclinação dos juros, depreciação do real e desorientação para o Ibovespa.

No balanço da semana, os papéis que mais se valorizaram foram Marfrig (MRFG3), Ultrapar (UGPA5) e Usiminas (USIM5). Confira a seguir o que influenciou o desempenho deles.

Marfrig (MRFG3): +14,61%

O papel da Marfrig fecha a segunda semana consecutiva com a maior valorização. Se no fechamento da semana anterior os motivos eram o dólar em viés de alta e a divulgação do balanço do segundo trimestre, com números considerados robustos por casas como Credit Suisse e XP, desta vez o que impulsionou a cotação da ação foi o cenário negativo.

Isso porque o tom dos mercados acionários nesta semana foi de cautela generalizada, por conta de incertezas no cenário político e econômico do País. Isso fez o investidor correr para ações de empresas exportadoras, como a própria Marfrig.

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“Nesse clima de incerteza, o movimento que vemos são os investidores alocando recursos em empresas que olham mais para a recuperação econômica no exterior do que para o mercado interno”, diz Paloma Brum, economista da Toro Investimentos.

Para Henrique Esteter, analista da Guide, o setor de proteínas avançou mais por ter um “atraso” maior a tirar em relação a outros exportadores. “Não faziam o menor sentido os preços tão descontados de Marfrig e JBS. Estamos falando de um ano que vai ser recorde em termos de resultado”, comentou.

Ultrapar (UGPA5): +10,17%

A valorização de UGPA5, segunda maior da semana, veio após a empresa anunciar, na noite de terça-feira (18), um novo acordo de acionistas, com o fundo Pátria Private Equity passando a deter 20% do capital social da Ultra S.A., uma das maiores acionistas da empresa.

“Isso traz um viés positivo porque passa a percepção que se um investidor institucional está apostando na futuro da empresa por cinco anos, isso é um bom sinal”, diz Paloma Brum, da Toro.

“A empresa estava um pouco esquecida. Então, quando um fundo importante entra com dinheiro, passa uma mensagem positiva ao mercado”, comenta Jorge Junqueira, da Gauss Capital.

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Em seu balanço do segundo trimestre, a Ultrapar apresentou resultados considerados ruins, mas esperados no setor de distribuição de combustíveis. A resiliência veio em outros setores, como Ultragaz e Extrafarma, com casas apontando que a perspectiva para os próximos períodos é positiva.

Usiminas (USIM5): +9,23%

A busca dos investidores por refúgio nas exportadoras também beneficiou a Usiminas, cujas ações tiveram a terceira maior valorização da semana.

“Existe um grande receio com relação a questão fiscal do nosso país. A expectativa do aumento de gastos, chegando a furar o teto, está no radar dos investidores com a derrubada do veto do presidente em relação ao reajuste salarial de algumas categorias dos servidores. Nesse contexto, vemos uma corrida aos papéis das exportadoras, que são mais resilientes e que não dependem tanto do crescimento da economia brasileira”, avalia Vitor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

Outro fator que impulsionou as siderúrgicas foi o salto do minério de ferro em Qingdao, na China, no início desta semana. No porto chinês, o minério teve alta de 5,44%, com os negociadores ponderando os efeitos dos fortes estímulos do governo chinês à economia interna após o impacto da pandemia de covid-19 no primeiro trimestre.

O banco australiano ANZ destacou que a produção de aço na China foi, em julho, superior a 90 milhões de toneladas pelo terceiro mês seguido, o que ajuda a dar suporte ainda maior aos preços da commodity.

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“O recado é de que, para quem vender minério, vai haver demanda”, comenta Julia Monteiro, analista da MyCap.

*Com Estadão Conteúdo

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