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Unipar (UNIP6) deixou 4 índices da B3. Entenda o que isso significa para as ações

Analistas avaliam que os papéis podem sofrer impacto no curto prazo

Unipar (UNIP6) deixou 4 índices da B3. Entenda o que isso significa para as ações
B3 só vai (Foto: Divulgação B3)
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  • A saída de índices tem a ver com estar ou não dentro dos critérios de composição da carteira desses indicadores, como liquidez e volume de negociações na Bolsa
  • A saída de quatro índices de uma vez é vista como um potencial catalisador negativo para as ações da UNIP6
  • A nova composição desses índices será divulgada em janeiro de 2021

A Unipar Carbocloro SA (UNIP6) saiu da carteira de quatro índices da B3: o IBrA, o IDIV, o SMLL e o IMAT. As informações constam nas alterações da 2ª prévia das carteiras dos 23 índices da bolsa brasileira, referentes ao período de setembro a dezembro de 2020.

Apesar de não haver uma sinalização específica sobre o motivo da retirada, analistas não descartam possíveis impactos no curto prazo sobre o papel da companhia química. O especialista da Guide Investimentos, Luís Sales, explica que a saída de índices tem a ver com estar ou não dentro dos critérios de composição da carteira desses indicadores, como liquidez e volume de negociações na Bolsa, por exemplo.

“Esses índices seguem critérios muito parecidos. Isso acaba afetando na exclusão do ativo, mas são critérios técnicos e quantitativos, não é muito discricionário”, avalia Sales. Na prática, não haverá mudanças relevantes para a operação da empresa, mas o mercado também não vê com bons olhos uma redução de liquidez, o que faz a ação sofrer no curto prazo.

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A saída dos índices é vista como um potencial catalisador negativo para as ações da UNIP6, na avaliação de Márcio Lorega, analista de research da Ativa Investimentos, que também reforça a possibilidade de desconto no preço dos papéis. Para ele, sair de quatro indicadores de uma só vez é algo é “bastante relevante”.

“Quando uma empresa sai de uma carteira, existem gestores de fundos que replicam esses indicadores. Se replicam, obrigatoriamente eles têm que ter esse ativo [da empresa] em carteira. Quando a companhia deixa um ou mais índices, o gestor, gostando ou não da companhia, tem que retirar essa empresa da carteira”, justifica Loréga.

Contudo, o analista da Ativa destaca que é preciso aguardar como se dará a variação do preço do papel da companhia, cotada em R$ 30 no pregão de quinta-feira (20). Apesar de registrar queda na faixa de 18% no acumulado de 2020, a ação cresce mais de 4% no acumulado de agosto.

“A principal mensagem para o investidor é para ele ficar atento à evolução das ações daqui para frente. Se ela cair para a região dos R$ 24, descendo até a faixa de R$ 14, ou se supera a faixa de R$ 32 e bate níveis mais altos, atingindo o topo de janeiro, de R$ 41”, analisa Loréga.

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Um dos quatro indicadores que a Unipar saiu foi o Índice de Materiais Básicos BM&FBOVESPA (IMAT), do qual ela tinha 1,065% de participação, que indica o desempenho médio das cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade do setor de materiais básicos.

Em 13 de maio, durante o ‘E-Investidor Convida’, Frank Abubakir, presidente do Conselho de Administração da fabricante de cloro, soda e derivados para usos industriais, comentou sobre como a variação de preços do barril de petróleo impactavam a companhia na época, assim como os esforços para driblar a crise do coronavírus.

“Tudo indica que vamos passar bem pelo momento e também vamos contribuir com as responsabilidades sociais”, disse Abubakir. De fato, desde que despencou em 18 de março para a faixa dos R$ 15, o papel da Unipar conseguiu se restabelecer acima dos R$ 20 e tenta ultrapassar a casa dos R$ 30.

Quais foram os índices que a Unipar saiu?

Conforme a última alteração dos 23 índices da B3, configuração válida de setembro a dezembro, além do IMAT, a UNIP6 também deixou as carteiras do Índice Brasil Amplo (IBrA), do Índice Dividendos (IDIV) e do Índice Small Cap (SMLL). Dos últimos três, a Unipar tinha participação de 0,064%, 0,895% e 0,405%, respectivamente. A nova composição desses índices será divulgada em janeiro de 2021.

O IBrA consiste no indicador do desempenho médio das cotações de todos os ativos negociados no mercado à vista (lote-padrão) da B3 que atendam a critérios mínimos de liquidez e presença em pregão, de forma a oferecer uma visão ampla do mercado acionário.

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Já o IDIV indica o desempenho médio das cotações dos ativos que se destacaram em termos de remuneração dos investidores, sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio. Por fim, o SMLL é o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de uma carteira composta pelas empresas de menor capitalização.

Em escala de relevância, o analista da Ativa considera as saídas do IBRA e do IDIV as mais preocupantes, seguidos pelo SMLL e o IMAT, menos acompanhado pelos investidores pessoas físicas.

“A saída do SMLL e IDIV pode significar que o valor de mercado deve ter dado uma deteriorada, além da percepção de valores, de preço e volume negociado. A remuneração com relação a dividendos também não deve estar de acordo com as perspectivas pra pertencer a esses índices”, diz Loréga.

Das 45 ações que pagaram dividendos acima da Selic em 2020, a Unipar ficou em 38ª no ranking, com dividendo total de R$ 1.865.115,06, e rendimento de 2,625%.

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“Sair do IBRA é relevante porque ele replica a carteira do índice e pesa negativamente. E o IMAT pela questão de materiais básicos. Isso também deixa ela exposta a caminhar sozinha sem ter esse fluxo das commodities”, diz o analista da Ativa. “Tudo isso ao mesmo tempo tem potencial de jogar as ações para baixo. Resta ver quando que o mercado realmente vai perceber isso.”

No início da noite desta sexta-feira (21), a Unipar enviou uma nota à imprensa sobre a situação. Confira abaixo:

A Unipar vê com naturalidade a movimentação dos índices SMLL, IDIV e IMAT, da B3. A companhia entende que, por ser focada no longo prazo, sua participação em índices da bolsa que são balizados, preponderantemente por volume, pode sofrer variações. Importante observar que estes movimentos não afetam a sólida situação da Companhia.

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