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- As três ações que mais perderam preço na semana foram Cogna (COGN3), Gol (GOLL4) e BR Malls (BRML3)
- Os papéis da Cogna começaram a cair depois que a empresa indicou a faixa de preços da ação da Vasta, sua subsidiária de serviços educacionais, na Nasdaq, em Nova York, apontando uma captação de recursos bem inferior à esperada pelo mercado
- Gol e BR Malls, por sua vez, flutuaram ao sabor das expectativas do mercado para os setores aéreo e de varejo. O preço das passagens vem caindo, e os centros de compra esperam um movimento de abre e fecha nas próximas semanas
Nesta sexta-feira (24), a relação entre EUA-China voltou a incomodar as bolsas mundiais, após o governo chinês determinar o fechamento de um consulado americano no país, em reação à iniciativa semelhante do rival. A tensão entre as potências foi o principal destaque da semana.
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No mercado doméstico, porém, o efeito foi morno. Ainda que tenha faltado gás nesta semana, o desempenho acumulado pelo Ibovespa desde 31 de março é notável, com recuperação na casa de 40%. A performance do índice desde abril até o dia 24 de julho passa a ser a melhor desde o agregado de 46,54% entre setembro e dezembro de 2003, segundo o AE Dados.
No mês, o Ibovespa avança 7,71%; em junho e maio, as altas foram de 8,76% e 8,57%, respectivamente.
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“O Ibovespa tocou os 105 mil pontos nesta semana, que era um dos alvos e uma resistência, e desde então caiu de forma comportada”, diz Fernando Góes, analista gráfico da Clear. “O mercado tende a se manter entre os 100 mil e 98 mil pontos, que são suportes fortes e podem ser pontos de compra de ações, mas a tendência de alta continua”, acrescenta o analista, referindo-se ao estágio atual do Ibovespa como “movimento normal de realização de lucros”.
No fim das contas, quem levou a pior nesta semana foram os papéis de Cogna (COGN3), Gol (GOLL4) e BR Malls (BRML3). Confira o que afetou o desempenho de cada um deles.
Cogna (COGN3): -11,44%
COGN3 começou a recuar de forma mais acentuada na quinta (23), depois que a empresa indicou a faixa de preços da ação da Vasta, sua subsidiária de serviços educacionais, na Nasdaq, em Nova York.
Ao teto do intervalo, de US$ 17,50, a empresa captaria US$ 373,8 milhões, o que dá menos de R$ 2 bilhões pelo câmbio atual. “O esperado era algo entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões. Quando você coloca isso no valor da Cogna, os R$ 10 por ação parecem muito caros”, diz Vitor Miziara, head de alocação da Criteria Investimentos.
As definições de preço da ofertam eram aguardadas com ansiedade pelo mercado, que já precificava a abertura de capital da Vasta nos EUA nas últimas semanas. A frustração se preservou na sexta, quando COGN3 continuou a cair.
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Mesmo após o recuo de hoje, os papéis acumulam avanço de 25,26% na variação mensal. “A Cogna está caindo também por ser um dos papéis que tinham performado melhor, com muita entrada de pessoa física”, afirmou o analista Fernando Siqueira, da Infinity Asset, ao Broadcast.
Gol (GOLL4): -9,42%
O setor de viagens e turismo flutuou na maré de expectativas do mercado, que pendeu para lados diferentes ao longo da semana.
Na terça (21), os papéis da Gol subiram em meio a uma menor aversão ao risco. Segundo operadores, o movimento foi reflexo do alívio financeiro proporcionado pelo acordo fechado por líderes da União Europeia estabelecendo um fundo de resgate de 750 bilhões de euros para ajudar a região a se recuperar da crise do coronavírus.
Dois dias depois, porém, o humor do setor mudou. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números do IPCA-15 de julho, que mostraram queda de 4,16% nas passagens aéreas, o que ajudou a frear a alta dos preços no setor de transportes (+1,11%). Nessa toada, GOLL4 acabou a semana com perda de quase 10% de seu valor de mercado.
BR Malls (BRML3): -9,09%
Os papéis das empresas administradoras de shopping centers ficaram entre os piores desempenhos do Ibovespa na quarta (22), sendo que a BR Malls teve a segunda maior queda do índice (-4,87%).
Em relatório sobre o setor, o BTG Pactual aponta 448 unidades em funcionamento no Brasil, ou 78% do total, o maior número desde o início das medidas de restrição social impostas por conta da pandemia da covid-19.
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Mesmo assim, os analistas pregam cautela, pois projetam um movimento de abre e fecha nas próximas semanas. O diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou hoje que a população não deve ser vacinada contra o novo coronavírus já no início de 2021.
*Com Estadão Conteúdo