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- As três ações que mais perderam preço na semana foram Gol (GOLL4), Iguatemi (IGTA3) e Minerva (BEEF3)
- Gol sentiu o baque dos temores de que uma segunda onda de covid-19 provoque novas restrições às viagens
- Iguatemi também foi vítima da cautela no setor varejista, esta causada pelo aumento nos preços dos insumos, que podem provocar queda generalizada do consumo
O Ibovespa emendou na sexta-feira (25) a quarta perda semanal, uma sequência que não se via desde o intervalo entre 17 de fevereiro e 20 de março, no auge da correção pandêmica, quando o índice da B3 encadeou cinco semanas negativas, com perdas que chegaram a 18,88% naquele último intervalo.
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Agora, o ajuste é bem mais suave e gradual: as perdas foram de 1,31%, após retrações de 0,07%, 2,84% e 0,88% nas anteriores. Assim, o Ibovespa combina perda de fôlego e pouco gosto por realização acentuada, em cenário de juros muito reduzidos por tempo prolongado – reiterado nesta semana pelo BC, na ata do Copom e no relatório trimestral de inflação.
Hoje, o Ibovespa fechou praticamente estável, em levíssima baixa de 0,01%, aos 96.999,38 pontos. O acumulado é negativo em 2,38% no mês e 16,12% no ano. Desde o último dia 18, o índice permanece abaixo dos 100 mil pontos, nos menores níveis de fechamento desde o início de julho. No pior momento desta semana, na quarta (25), as perdas acumuladas em setembro chegaram a superar as de agosto (-3,44%), quando a recuperação iniciada em abril foi interrompida.
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“Encerramos a semana em queda de quase 2% e abaixo de 98.500. Ou seja, o índice confirmou em base semanal uma tendência de baixa no curtíssimo prazo”, aponta Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.
No balanço da semana, quem levou a pior foram os papéis de Gol (GOLL4), Iguatemi (IGTA3) e Minerva (BEEF3). Confira o que afetou o desempenho de cada um deles.
Gol (GOLL4): -11,24%
Os temores de que uma segunda onda de covid-19 na Europa possa levar a novas restrições de viagens abateram o setor de turismo no Exterior, e no Brasil não foi diferente. As ações mais penalizadas foram as da Gol, que acumulou a maior perda da semana, de 11,24%.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, admitiu que o governo considera decretar novas medidas de distanciamento social, embora esteja tentando evitar um segundo lockdown. Já a França teve mais de 13 mil casos no fim de semana passado, no maior avanço diário desde maio. As aéreas brasileiras, que já sofrem com restrições de viagens internacionais, temem que as dificuldades se expandam.
“O setor de viagens e turismo tende a sofrer mais com os receios de restrições em razão da pandemia, principalmente com a proximidade do outono na Europa”, diz Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.
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O presidente da CVC, Leonel Andrade, afirmou em uma live que os preços do turismo estão 25% a 30% mais baixos que no ano passado e “só teremos um ano cheio no turismo novamente em 2023”.
Iguatemi (IGTA3): -10,61%
O aumento de preços nos insumos tem gerado cautela no setor de supermercados, assim como no varejo e de shopping centers. De acordo com analistas, os setores temem uma desaceleração das compras inclusive de itens básicos – que também têm sofrido aumento de preços, em meio a um ambiente com persistentes incertezas da retomada econômica devido à pandemia de covid-19.
Isso afetou papéis de empresas como Pão de Açúcar, Carrefour, Magazine Luiza, Lojas Americanas, Natura, Lojas Renner e BR Malls. Mas quem levou a pior no acumulado da semana foi Iguatemi ON, com perda de 10,61% no período.
Minerva (BEEF3): -9,06%
Os frigoríficos tiveram um dia de revés na quarta (23), em meio a forte liquidação de investidores estrangeiros, liderada por UBS, Merril Lynch e Morgan Stanley. Entre todos os players, quem mais perdeu preço foi Minerva, com a terceira maior queda da semana.
O head de agro da Criteria Investimentos, Rodrigo Brolo, chama a atenção que a fraqueza observada na Bolsa tem aberto oportunidade de realização de lucros, uma vez que “os custos para os frigoríficos estão em máximas históricas, como o boi gordo, o milho e a soja, e talvez os investidores não estejam querendo pagar para ver se os frigoríficos conseguirão repassar essa alta nos custos para a China e para o mercado interno”, apontou.
*Com Estadão Conteúdo
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