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Por que Cosan (CSAN3), Braskem (BRKM5) e Sabesp (SBSP3) tiveram os piores desempenhos do dia na Bolsa

Os três papéis registraram as maiores quedas no pregão da B3 desta terça-feira

Por que Cosan (CSAN3), Braskem (BRKM5) e Sabesp (SBSP3) tiveram os piores desempenhos do dia na Bolsa
Foto: Estadão
  • O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira (11) em baixa de 1,23%, aos 102.174,40 pontos, e teve giro financeiro de R$ 28,5 bilhões
  • As três ações que mais perderam preço no dia foram Cosan (CSAN3), Braskem (BRKM5) e Sabesp (SBSP3)

Parecia que o Ibovespa ficaria estacionado nos 103 mil pontos pela segunda sessão consecutiva, sem grandes catalisadores que elevassem o índice, ou fatores que induzissem a uma realização. Contudo, depois de 16h, acompanhando guinada negativa em NY, o índice de referência da B3 perdeu sustentação e terminou em queda de 1,23%, a 102.174,40 pontos, com perda de 0,58% na semana, 0,72% no mês e 11,65% no ano.

Levando consigo o Ibovespa, a reviravolta em Nova York foi atribuída a comentários do líder republicano no Senado, Mitch McConell, indicando estar travada a negociação com os democratas sobre nova rodada de estímulos fiscais nos EUA.

Ao fim, os três índices de NY fecharam no negativo, com destaque para perda de 1,69% no Nasdaq que, desde mais cedo, flertava com ajuste negativo na sessão, enquanto o S&P 500, que parecia se reaproximar de terreno recorde, ao fim mostrou baixa de 0,80%.

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A expectativa para o anúncio do nome da vice na chapa democrata de Joe Biden à eleição do novembro nos EUA também pode ter contribuído para a cautela perto do fim da sessão. Com o pregão aqui já encerrado, foi anunciado que a vice será a senadora Kamala Harris.

“O segundo semestre tende a ser mais volátil, com a eleição americana, que passa a ser o foco de todos”, observa Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante. “Por aqui, está faltando um norte claro para o investidor – algum movimento que balance, para cima ou para baixo”, acrescenta. “Os balanços do segundo trimestre não foram um mar de sangue, mas a recuperação da economia anda devagar no Brasil, diferentemente do que acontece nos EUA, onde já se observa retomada do emprego, com geração de vagas.”

Alguns fatores domésticos, como a confirmação na ata do Copom da possibilidade de juros ainda menores nos próximos meses, e, no exterior, a indicação de que vacinas contra a covid-19 podem estar disponíveis antes do que se antecipava são um alento para uma parte dos analistas.

Na ata do Copom, veio a confirmação de que a porta segue aberta para Selic a 1,75% ao ano, o que implica juros reais negativos ou muito perto disso, um fator que favorece o prosseguimento da migração de recursos para a renda variável.

Na ponta negativa do pregão desta terça-feira, Cosan (CSAN3) caiu 3,43%, seguida por Braskem (BRKM5, -3,25%) e Sabesp (SBSP3, -3,15%). Confira o que afetou o desempenho desses três papéis.

Cosan (CSAN3): -3,43%

As ações ordinárias da Cosan performaram mal desde o início da sessão desta terça-feira. Não deu outra: terminaram o pregão com a maior queda do dia. O movimento veio após a empresa apresentar seu balanço do segundo trimestre na noite de ontem, que registrou prejuízo líquido de R$ 174,4 milhões, revertendo o lucro visto um ano antes, além de queda de 58,2% no Ebitda.

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Em relatório, o Credit Suisse aponta que os números vieram abaixo mesmo das projeções mais pessimistas do mercado, puxados principalmente pela fraqueza no desempenho da Raízen Combustíveis no período.

“Na minha visão, não só o resultado da Raízen chamou atenção: todas as controladas da Cosan tiveram desempenho bem fraco no trimestre, impactados pela pandemia”, diz Henrique Esteter, da Guide. “Os papéis vinham em um rali recente, com as notícias sobre a reorganização societária e a possível abertura de capital da Compass, então os resultados meio que devolvem o papel à realidade”, comenta.

Braskem (BRKM5): -3,25%

Os papéis preferenciais de Classe A de Braskem tiveram a segunda maior baixa do pregão, um dia após encerrarem em alta de 9,32%, a maior do Ibovespa. Isso indica que o resultado de hoje é uma possível realização de lucros por parte de acionistas.

A alta de ontem veio em reação à notícia de que a Odebrecht pretende se desfazer da sua participação na empresa de derivados petroquímicos. “Isso traz uma perspectiva positiva porque a Odebrecht é uma companhia com nome manchado no mercado e a venda da sua participação na Braskem traz maior segurança para os investidores em relação a compliance e potencial de crescimento”, diz Paloma Brum, da Toro.

Sabesp (SBSP3): -3,15%

A terceira maior queda do dia foi a das ações da Sabesp, que, no mês de agosto, acumulam baixa de 4%. Jorge Junqueira, sócio-gestor da Gauss Capital, afirma que há uma “decepção” com a ausência de notícias sobre a possível privatização da empresa de saneamento após a aprovação do novo marco regulatório do setor, que facilita o processo.

“Ainda estamos bastante otimistas, o ambiente e a estrutura são favoráveis para a venda, mas o processo não está andando”, comenta.

*Com Estadão Conteúdo

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