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- O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (28) em baixa de 2,41%, aos 94.666,37 pontos, e teve giro financeiro de R$ 27,5 bilhões
- As três ações que mais se desvalorizaram no pregão foram Yduqs (Yduq3), NotreDame Intermédica (GNDI3) e Minerva (BEEF3)
Em dia de apetite por risco no exterior, o Ibovespa perdeu a carona, pressionado por retomada dos receios sobre a situação fiscal, em momento no qual o governo recoloca na mesa novo programa de renda mínima a partir de 2021 – o Renda Cidadã – sem que consiga fazer avançar a reforma tributária ou iniciativas de compensação para gastos ampliados. Assim, no pior momento do dia, o principal índice da B3 foi ao menor nível desde 29 de junho e, ao final da sessão, mostrava perda de 2,41%, aos 94.666,37 pontos – menor patamar desde o encerramento de 26 de junho, então aos 93.834,49 pontos.
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“Caiu muito mal a falta de acordo na reunião de líderes sobre a reforma tributária. Com reformas necessárias ainda distantes, o que prevalece é o encontro com a verdade, após um avanço prolongado movido basicamente por fluxo doméstico. Ainda sem reformas, fala-se agora no Renda Cidadã, se preciso for até tirando de precatórios. Assim, Bolsonaro volta a se mostrar mais preocupado com a reeleição do que com o ajuste das contas e as reformas”, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença. “Apesar de toda retórica do Guedes, a agenda econômica está emperrada, houve poucos avanços neste governo.”
O giro financeiro totalizou R$ 27,5 bilhões e, no mês, as perdas de setembro, faltando dois dias para o encerramento do mês, chegam a 4,73%, voltando a superar as de agosto (-3,44%), quando foi interrompida a recuperação iniciada em abril – no ano, as perdas avançam agora a 18,14%. Os destaques negativos desta segunda-feira foram Yduqs (Yduq3), NotreDame Intermédica (GNDI3) e Minerva (BEEF3).
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Confira a seguir o que influenciou as três principais baixas do dia.
Yduqs (YDUQ3): -5,35%
As ações do setor de educação recuaram em bloco, tendo Yduqs ON a maior queda do índice, em dia de maior aversão ao risco, em meio a decepção dos investidores com a falta de avanços da agenda econômica.
Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos, ressalta que o setor foi um dos mais impactados pela pandemia. “Vemos que a evasão é muito grande e o impacto disso nas receitas futuras de empresas já preocupa. O aumento de desemprego e a constante incerteza com relação ao retorno das aulas presenciais por conta da pandemia pesam forte no setor”, afirma.
Em relatório sobre o setor, os analistas do Goldman Sachs apontam para uma perspectiva desafiadora de curto e médio prazo para o setor de ensino superior do Brasil, especialmente para operadoras de cursos mais genéricos, pois as restrições às atividades e uma economia mais fraca criam pressões para novas matrículas e evasões, preços, prazos de recebimento e indicadores de inadimplência. “Neste cenário, privilegiamos ações que ofereçam exposição a fusões e aquisições e consolidação acionária, cursos de medicina, maior qualidade e iniciativas de autoajuda”, diz o documento.
Com isso, a casa optou por elevar a recomendação da Afya, grupo voltado a cursos preparatórios para residência médica, para “compra” e reiterar a recomendação da Ânima em “compra”. Na visão do Credit Suisse, Medicina é uma das avenidas de crescimento restantes no setor.
NotreDame Intermédica (GNDI3): -5,20%
As ações ON de Notre Dame Intermédica tiveram a segunda maior perda do pregão, acentuada nas horas finais do dia, sem que algum fato relevante contribuísse para o resultado. Na quarta passada, o papel também apresentou recuo, após a BlackRock reduzir sua participação na empresa abaixo de 5%.
Minerva (BEEF3): -5,02%
As ações de frigoríficos desabaram após a Bloomberg informar que a China teria anunciado como meta de longo prazo chegar a 95% de autossuficiência em carne suína, de acordo com um documento do Conselho de Estado. Minerva foi a mais penalizada, mas todos os pares tiveram quedas superiores a 4%: JBS (-4,54%), BRF (-4,44%) e Marfrig (-4,26%).
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O governo do presidente Xi Jinping estaria liderando uma campanha para aumentar a eficiência e a segurança na indústria de alimentos, reduzindo o desperdício e a dependência do abastecimento de fornecedores externos, destacou um analista.
“A notícia sobre a intenção da China de atingir autossuficiência no mercado de carne suína pode até ser negativa para as empresas brasileiras, mas acredito que isso deve acontecer no longo prazo. Na minha avaliação, pesaram a mão nos papéis hoje, pois as empresas estão muito bem posicionadas no mercado, gerando muito caixa, fazendo desinvestimentos e reduzindo endividamento”, pondera Esteter, da Guide.
*Com Estadão Conteúdo