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Por que Minerva (BEEF3), Cielo (CIEL3) e Gol (GOLL4) tiveram os piores desempenhos do dia na Bolsa

Os três papéis registraram as maiores quedas no pregão da B3 desta quarta-feira

Por que Minerva (BEEF3), Cielo (CIEL3) e Gol (GOLL4) tiveram os piores desempenhos do dia na Bolsa
(Foto: divulgação)
  • O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (29) em alta de 1,44%, aos 105.605,17 pontos, e teve giro financeiro de R$ 27,9 bilhões
  • As três ações que mais perderam preço no dia foram Minerva (BEEF3), Cielo (CIEL3) e Gol (GOLL4)

Em dia positivo no exterior, com ganhos acentuados à tarde após a reafirmação do compromisso do Federal Reserve de que persistirá no afrouxamento monetário, em meio a já ampla provisão de liquidez à economia, o Ibovespa escalou mais um degrau, agora na faixa dos 105 mil pontos, acumulando até aqui no mês sua maior recuperação desde o tombo de 29,90% em março.

Com a alta de 1,44% nesta quarta-feira, aos 105.605,17 pontos, os ganhos em julho chegaram hoje a 11,10%, superando o avanço de 10,25% em abril, que havia sido o maior para o mês desde 2009 e também o melhor do atual ciclo de recuperação.

O giro financeiro totalizou R$ 27,9 bilhões e, na semana, o índice acumula avanço de 3,15%, cedendo 8,68% no ano, o menor percentual de perdas acumuladas desde o início do ciclo de recuperação. Com o fechamento desta quarta-feira, o Ibovespa se aproxima um pouco mais do nível de encerramento de 4 de março, então aos 107.224,22 pontos.

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Porém, nem tudo foram flores. Algumas empresas verificaram perdas relevantes no valor de seus papéis nesta quarta-feira. As três ações que registraram as maiores quedas foram Minerva (BEEF3), Cielo (CIEL3) e Gol (GOLL4). Confira o que afetou o desempenho delas.

Minerva (BEEF3): -4,41%

Minerva ON teve a maior queda do Ibovespa mesmo após reverter um prejuízo no segundo trimestre de 2019 em lucro de R$ 253,4 milhões no trimestre passado. Apesar desses bons resultados financeiros, o mercado repercutiu outros dois dados: as exportações, que como ressaltou o Citi, caíram 22% no caso da operação brasileira e 33% no caso da Athena Foods, e os preços do gado nos próximos meses.

O Credit Suisse considerou que os valores 11,6% maiores da cabeça de gado em julho na comparação com o segundo trimestre são um ponto a que o mercado deve prestar atenção. De acordo com os analistas Victor Saragiotto e Felipe Vieira, cerca de 80% dos custos da Minerva são com a compra dos animais e, por isso, uma alta de preços pode pressionar as margens da empresa.

Cielo (CIEL3): -3,52%

Os resultados do segundo trimestre da Cielo foram piores que o esperado, com a empresa reportando o primeiro prejuízo de sua história, de R$ 75,2 milhões – ante lucro de R$ 428,5 milhões no mesmo período de 2019.

O fechamento do comércio em todo o País impactou fortemente o volume capturado pelas maquininhas da empresa e levou a uma queda de 69,2% do Ebitda na comparação anual. “Isso reflete o fechamento principalmente do varejo. E a empresa mostrou que talvez esses números não sejam revertidos no terceiro trimestre”, comentou Paloma Brum, da Toro.

De acordo com o presidente da Cielo, Paulo Caffarelli, as projeções são de que o segundo semestre será melhor que o primeiro, com uma recuperação gradual dos volumes de vendas. De toda forma, os resultados vistos levaram o Bradesco BBI a cortar em 44% as estimativas de lucro para a Cielo em 2020. De acordo com o analista Victor Schabbel, a empresa enfrentou uma “tempestade perfeita” no segundo trimestre, com deterioração de algumas despesas se juntando à queda de receitas.

Gol (GOLL4): -3,30%

O balanço da Smiles, que mostrou prejuízo líquido de R$ 400 mil no período com o impacto da pandemia da covid-19 sobre o setor de viagens, e um tombo de 79,6% nas receitas, para R$ 56,5 milhões, derrubou as aéreas em geral: além de Gol PN, que amargou o terceiro maior tombo do dia, também caíram Smiles ON, CVC ON e Azul PN.

O mercado usou os resultados da Smiles como parâmetro para entender o que esperar das aéreas e da operadora de viagens. “Funciona como um proxy. Já esperava uma queda forte, mas devemos ver os resultados de fato bem negativos”, explicou Paloma, da Toro.

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Para Jorge Junqueira, da Gauss, o noticiário para o setor ainda é bastante incerto, o que também afeta a precificação dos papéis. “Esse setor ainda tem pouca clareza do que vai ser o futuro”, pondera.

*Com Estadão Conteúdo

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