(Reuters) – Os conselhos de administração da Lojas Americanas e de sua controlada B2W aprovaram nesta quarta-feira proposta de fusão das operações das companhias, em um desenho que abre caminho para uma eventual listagem do grupo nos Estados Unidos no curto prazo, segundo documentos das companhias enviados ao mercado.
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A relação de troca da proposta é que o acionista de Lojas Americanas, titular de 1 ação ordinária ou de 1 ação preferencial, receba como resultado da incorporação 0,18 ação ordinária da B2W. Com isso, a B2W vai emitir 39.355.391 ações ordinárias para os acionistas da Lojas Americanas.
As empresas anunciaram em meados de fevereiro que estudavam uma combinação de suas operações no momento em que os impactos das medidas de isolamento social catapultaram o comércio eletrônico no país. Na ocasião, as empresas não mencionaram planos para listagem nos EUA.
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Segundo as companhias, o acervo a ser cindido pelas Lojas Americanas para a B2W corresponde a 100% dos ativos físicos e 57% da fintech Ame. O valor dessa parcela cindida vale, pelo menos, 6,27 bilhões de reais, de acordo com os documentos. Com a conclusão da operação, esperada para ocorrer em cerca de 40 dias, a B2W terá o nome trocado para Americanas SA.
O protocolo de justificativa da operação cita que laudo de avaliação preparado pela Apsis calculou que a relação de troca com base no acervo a ser cindido seria de cerca de 0,134 ação ordinária da B2W por cada papel da controladora. “Não há que se falar, portanto, em direito de recesso para os acionistas de Lojas Americanas dissidentes”, afirma o documento.
MOTOR DE M&A
A B2W é atualmente controlada pela Lojas Americanas em 62,5%. A companhia possui alguns dos principais sites de comércio eletrônico do país, como Submarino e Americanas.com, além de uma relevante operação digital de pagamentos, a Ame.
Ambas as companhias já vinham há meses anunciando parcerias entre si para a criação do chamado omnichannel, em que clientes podem fazer compras pela internet e optarem pela retirada de produtos em lojas físicas ou usarem infraestrutura de lojas como pequenos centros de armazenagem de produtos.
As companhias informaram que a proposta prevê que a Lojas Americanas permanecerá existindo por meio do controle da B2W. As ações de ambas as empresas seguirão listadas em seus respectivos segmentos na B3.
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“Uma vez aprovada a cisão parcial, 100% das atividades operacionais das companhias passarão a ser desenvolvidas diretamente pela B2W”, afirmaram as empresas.
Entre os objetivos da operação, as empresas destacam que a companhia combinada criará “um motor de fusões e aquisições ainda mais poderoso para avaliar, negociar e integrar novas aquisições”.
Juntas, as empresas possuem uma rede de cerca de 1.700 lojas físicas em 750 cidades do país e um marketplace online com mais de 87 mil vendedores e vendas totais de 40 bilhões de reais no ano passado.
LISTAGEM NOS EUA?
Para além da operação, a Lojas Americanas estuda uma eventual listagem de empresa nos Estados Unidos por meio de uma migração da base acionária da companhia. Esta empresa listada, a ser chamada de “Americanas Inc” teria participação direta na nova companhia formada a partir da união das operações de Lojas Americanas e B2W.
Segundo as empresas, é cedo para avaliar qual seria a estrutura jurídica a ser adotada para esta eventual nova reorganização do grupo. Porém, em apresentação ao mercado, as empresas estimam que a criação da Americanas Inc e a listagem poderia ocorrer já “no início de 2022”.
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O objetivo da eventual listagem nos EUA seria aumentar fontes de financiamento, reduzir custo de capital e elevar a liquidez das ações, segundo fato relevante.