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Dólar encerra acima de R$ 5,35, o maior patamar desde janeiro de 2023

As dúvidas sobre o início do corte de juros nos EUA e o risco fiscal no Brasil sustentam a alta do câmbio

Dólar encerra acima de R$ 5,35, o maior patamar desde janeiro de 2023
(Foto: Envato Elements)
  • As eleições ao partlamento da União Europeia com o avanço da extrema direita também ajudaram a fortalecer o dólar nesta segunda-feira (10)
  • Segundo dados da Elos Ayta, em 2024, a moeda norte-americana avançou mais de 10% em meio as incertezas no cenário macroeconômico

Após superar o maior nível de fechamento em mais de um ano, o dólar se mostra resiliente e encerra esta segunda-feira (10) com uma valorização de 0,57%. O avanço permitiu que a moeda norte-americana alcançasse a cotação de R$ 5,35, o maior patamar desde o dia 4 janeiro de 2023 quando o câmbio estava a R$ 5,45.

Os ganhos refletem a busca dos investidores globais por proteção, após as eleições ao parlamento da União Europeia, marcadas pelo avanço da extrema direita. Os investidores aguardam ainda a publicação dos dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) na terça-feira (11) e também a decisão do Federal Reserve (FED), o banco central dos Estados Unidos, sobre a sua política monetária que será divulgada nesta quarta-feira (12). A expectativa dos investidores aponta para uma manutenção dos juros nos intervalos de 5,25% a 5,50% ao ano.

Os indicadores econômicos dos Estados Unidos ainda não sinalizaram uma queda consistente da inflação que possa garantir ao FED confiança para realizar o primeiro corte dos juros. Na sexta-feira (27), os dados do mercado de trabalho norte-americano, conhecido também como payroll, mostraram a criação de 272 mil vagas em maio. A expectativa do mercado era a abertura de 180 mil novos postos de trabalho, segundo dados da Bloomberg.

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“Além do exterior, com menor possibilidade de cortes de juros nos EUA e a questão da Europa, o real ainda é pressionado pelo problema fiscal doméstico. Cada vez fica mais claro que há a estratégia de aumentar a arrecadação sem corte de gastos, não vai funcionar”, diz Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora.

Vai continuar subindo até quando?

Até as negociações desta segunda-feira (10), o dólar avançou 10,85% no acumulado de 2024, segundo dados da consultoria Elos Ayta. Os movimentos de valorização refletem as incertezas do mercado sobre o início do corte dos juros nos Estados Unidos e o aumento do risco fiscal no ambiente doméstico. No entanto, as projeções dos analistas apontam para um enfraquecimento do câmbio nos próximos meses.

A CM Capital, por exemplo, acredita que a moeda norte-americana encerre o ano de 2024 no patamar dos R$ 4,98. O recuo se deve ao início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos, que pode iniciar no último trimestre deste ano. “A política monetária nos Estados Unidos tem sido até aqui o grande responsável pela forte desvalorização da moeda local frente ao dólar em função do enxugamento significativo da liquidez mundial que tem gerado”, diz Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

Segundo a ferramenta de monitoramento do CME Group, o mercado não vê espaço para o início do corte de juros do Federal Reserve (FED) em setembro. Agora, a probabilidade é que esse movimento aconteça em novembro deste ano. A Guide Investimentos também enxerga espaço para uma queda do câmbio ao passo de ter reajuste que o leve para a cotação de R$ 5,15 no fim de 2024.

Para Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, além do início do corte de juros nos Estados Unidos, a alta expressiva do dólar nos últimos dias revela um exagero do mercado que deve ser corrigido nas próximas semanas. “Tivemos um dado forte do mercado de trabalho dos EUA e também um aumento do receio crescente com relação à sustentabilidade do novo arcabouço fiscal”, explicou Beyruti, sobre os recentes movimentos do dólar.

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O Santander também espera uma correção de preço da moeda norte-americana frente ao real e estima um preço-justo para o dólar de R$ 5 para o fim deste ano.

Com informações do Broadcast

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