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O que esperar de ações como Sabesp (SBSP3), Copel (CPLE6) e Celesc (CLSC4)?

Os resultados têm relação principal com balanços recentes e com discussões sobre privatizações

O que esperar de ações como Sabesp (SBSP3), Copel (CPLE6) e Celesc (CLSC4)?
Ações podem ter salto na bolsa se privatização sair do papel, dizem analistas. Foto: Estadão
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  • A queda dos ativos se deu principalmente em razão de resultados operacionais considerados insatisfatórios
  • Os especialistas apontam que fatores mais complexos, incluindo as oscilações do preço dos produtos, também interferem nas precificações das empresas
  • Expectativa é de que continuidade de boas gestões e a efetivação de privatizações podem fazer preço para as ações no futuro

As ações das empresas estatais estaduais tiveram desempenhos mistos nos primeiros 100 dias do ano. Entre as sete listadas, três encerraram com oscilações negativas: Sabesp (SBSP3), Copel (CPLE6) e Celesc (CLSC4). A queda dos ativos ocorreu, principalmente, em razão de resultados operacionais considerados insatisfatórios.

Além disso, pesou para parte delas as expectativas sobre privatizações e interferências de governo, o que continuará afetando a precificação.

No acumulado do ano até a última terça-feira (11), a maior baixa foi verificada na Sabesp, com ações desvalorizando 10,77%, seguida da Copel, com baixa de 6,32%, e Celesc, com queda de 6,29%.

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No campo positivo, a Copasa (CSMG3) teve valorização de 11,51% no acumulado de 2023, seguida pela Cemig (CMIG4), com aumento de 10,05%. Por fim, o Banrisul (BRSR6) sobiu 6,77% e a Sanepar (SAPR4) registrou valorização de 5,15%.

Para esses papéis, o peso principal foram os resultados do quarto trimestre de 2022, o último divulgado pelas empresas da bolsa.

Privatizações e resultados

Mesmo com o lucro do quarto trimestre de 2022 13,2% acima do verificado no mesmo período de 2021, a Sabesp teve a maior baixa. O avanço do lucro da companhia paulista foi superior ao da Sanepar (5,7%), a empresa de saneamento do Paraná, mas ficou muito atrás de Copasa (317%), a companhia de água de Minas Gerais, cuja valorização na bolsa se destaca entre as estatais estaduais.

“O mercado antecipou uma privatização acelerada para a Sabesp após o primeiro turno com indicação de vitória para (o candidato ao governo do Estado) Tarcísio de Freitas (Republicanos)”, explica Leonardo Piovesan, analista fundamentalista da Quantzed. “Começou a parecer que haveria atraso na privatização e a ação foi devolvendo a alta do último trimestre do ano”, diz.

No caso das empresas de saneamento, também houve influência da decisão do governo federal de editar, por decreto, regras do marco do setor. O temor dos investidores é de que a insegurança sobre a regulação possa reduzir o valor das empresas no momento da privatização.

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Entre as baixas nas companhias elétricas, o mau desempenho da Celesc ocorreu por conta da reação de investidores ao último balanço, do quarto trimestre de 2022. Apesar do lucro 17% maior que o do mesmo período de 2021, a avaliação de bancos e casas de investimento foi de que o resultado ficou abaixo do esperado. A Cemig, como comparação, registrou alta de 46,1%.

Perspectivas

Para Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos, embora o foco atual esteja na discussão sobre interferências políticas e ou privatização de algumas dessas empresas, há uma soma de fatores mais complexos que interferem na precificação.

Contudo, ele diz que não é porque a ação caiu que ela está necessariamente em uma má fase. “Um exemplo prático é a Sabesp. A empresa iniciou os estudos da privatização e ainda assim está caindo. Mais recentemente houve a autorização para reajuste das tarifas, o que deve manter boas margens”, diz sobre aspectos positivos observados na companhia e que não estão tendo peso no papel no curto prazo.

Já sobre a Sanepar, Guilherme Paulo diz que a valorização se dá pela expectativa de correção nas tarifas, com perspectiva de que isso deve manter a atratividade do papel. “Esse aumento vai ser necessário para que ela tenha uma receita adequada, preserve margens e faça investimentos adequados”, considera.

Para Piovesan, o mercado está mais exigente com fatos e resultados concretos . “Perspectivas de privatizações já vêm desde as gestões passadas. Mas são processos difíceis e por isso o mercado já não está mais precificando essas possibilidades”, diz.

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Já Guilherme Paulo diz que a continuidade de boas gestões e a efetivação das privatizações devem fazer preço para as ações. “O investidor deve ficar atento tanto no processo de privatizações quanto nas mudanças de regulamentação”, alerta, sobre as questões que afetam o setor de energia e o de saneamento.

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