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Bolsa “barata”: analistas apontam oportunidades para investir agora

A desvalorização dos principais índices do mundo colocou o Ibovespa, positivo no ano, em destaque

Bolsa “barata”: analistas apontam oportunidades para investir agora
(Foto: Envato Elements)
  • Ibovespa acumula uma alta de quase 5% em 2022; outros índices internacionais amargam perdas na casa dos 20%
  • Analistas apontam que as ações brasileiras seguem com preços atrativos
  • No entanto, o investidor deve buscar papéis alinhados ao seu perfil de investimentos

A Bolsa brasileira parece estar caminhando na direção contrária aos principais mercados globais nos últimos meses. Enquanto o Ibovespa acumula ganhos ao longo de 2022 os índices considerados de “peso” para os investidores, como o S&P 500, amargam quedas que chegam a 20% durante o mesmo período, como pode ser visto em detalhes nesta reportagem.

O momento pode sinalizar ao investidor uma boa oportunidade para se posicionar nas empresas locais. A avaliação não se baseia apenas nos ganhos de 4,9% no acumulado de janeiro até ontem (15), mas no quanto a B3 segue com preços “atrativos” em relação aos outros mercados.

Segundo a XP, a relação do preço sobre lucro (P/L) do Ibovespa está em 6,4 vezes. Na prática, isso quer dizer que o retorno financeiro que o principal índice da B3 oferece ao investidor sobre o capital investido acontece em seis anos. Ao calcular o índice dos demais mercados no exterior, a variação fica entre 7,2x a 38,5x.

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“Acreditamos que os ativos brasileiros possam seguir em uma tendência de redução de risco e valorização nos próximos meses, mesmo com as eleições próximas. Além disso, temos visto uma volatilidade menor no mercado nesse período eleitoral em comparação com eleições passadas”, destacam os analistas da XP em relatório divulgado nesta quarta-feira (14).

Para aproveitar a onda de oportunidades no Brasil, o investidor precisa levar em consideração alguns critérios antes de se posicionar. O primeiro deles consiste em analisar quais companhias se adequam aos objetivos de retorno da carteira de investimentos, seja no curto ou no longo prazo.

“O investidor deve avaliar se procura características mais resilientes em empresas que pagam dividendos melhores ou se está mais disposto a correr riscos da renda variável e busca ‘upsides’ (possibilidades de valorização) das ações”, comenta Ricardo França, analista de renda variável da Ágora Investimentos.

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Com os propósitos dos investimentos em mente, o investidor deve encontrar os setores com boas perspectivas para os próximos meses. Para França, o setor de transporte e de concessões pode oferecer um ganho de capital para o investidor. Entre os nomes de destaque, na avaliação dele, está a Simpar (SIMH3), a Rumo (RAIL3) e a Ecorodovias (ECOR3).

No setor de varejo, mesmo com os resultados fracos nas vendas no mês de julho, há empresas resilientes que conseguem repassar a inflação para os preços mais do que outras companhias. “Ainda há papéis muito baratos, principalmente os de consumo voltados para o vestuário, como a Arezzo (ARZZ3). Há empresas que conseguem repassar mais preço historicamente, como o Assaí (ASSAI3)”, analisa França.

A diversificação entre os setores também deve estar no radar dos investidores. Segundo Marco Noernberg, chefe de renda variável da Manchester Investimentos, a estratégia ajuda a reduzir a exposição aos riscos. “O governo pode adotar alguma medida que prejudica o setor e isso pode impactar de uma maneira mais forte a carteira do investidor”, exemplifica Noernberg.

As ações “small caps”, empresas com valor de mercado entre R$ 1 bilhão e R$ 5 bilhões, também têm o potencial de “turbinar” os ganhos da carteira do investidor. Para a Guide Investimentos, a possibilidade se torna ainda maior com a atual perspectiva do cenário brasileiro em que o ciclo de alta de juros segue próximo do fim. “Vemos as small caps como um bom investimento no momento. Este grupo de ações sofreu bastante com o aumento de juros e com os resgates na indústria de fundos local”, destacou, em relatório.

No acumulado de agosto, quase 90% das ações do índice de Small Caps ficaram no positivo com rentabilidades de até 65% no acumulado mensal. Além disso, um estudo realizado pela Trígono Capital com base nos dados da Economatica mostrou que no longo prazo as empresas com os menores valores de mercado na bolsa costumam entregar um retorno maior do que o Ibovespa.

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