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Ibovespa encerra 2020 com valorização de 2,92%. Veja o que esperar do índice para 2021

Apesar da crise causada pela pandemia da covid-19, principal índice da bolsa brasileira encerra o ano aos 119.017,24 pontos, patamar próximo ao seu pico histórico

Ibovespa encerra 2020 com valorização de 2,92%. Veja o que esperar do índice para 2021
Painel da B3. (Amanda Perobelli/ Reuters)
  • Ibovespa despencou mais de 45% até seu pior momento na crise, mas conseguiu zerar suas perdas do ano e encerrou 2020 próximo do seu patamar mais alto
  • CSN (CSNA3), Weg (WEGE3), PetroRio (PRIO3), Magazine Luiza (MGLU3) e Bradespar (BRAP4) são os destaques positivos do ano. IRB Brasil (IRBR3), Cogna (COGN3), Embraer (EMBR3), Cielo (CIEL3) e CVC (CVCB3), os negativos
  • Perspectivas para 2021 são positivas, mas histórico das projeções costumam destoar da realidade

(Mateus Apud e Luiz Felipe Simões) – Com o fim do pregão desta quarta-feira (30), o Ibovespa encerra a semana, o mês e também o ano da bolsa brasileira. Marcado por uma grande volatilidade do principal índice da B3, 2020 ficará para sempre na memória dos investidores.

Afinal, o IBOV iniciou o ano com boas perspectivas, mas despencou mais de 45% até o final de março devido a pandemia da covid-19 e muitos acreditavam que ele encerraria o ano no campo negativo. Surpreendendo a todos, no entanto, o índice subiu mais 82% e zerou as perdas do ano no dia 15 de dezembro.

O bom momento continuou na última quinzena do mês e o Ibovespa até chegou a ultrapassar seu pico histórico de fechamento nas últimas sessões do ano, mas perdeu força a não conseguiu segurar o patamar.

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No agregado de 2020, o Ibovespa teve alta de 2,92%, aos 119.017,24 pontos. O patamar mais alto do índice foi no dia 23 de janeiro, aos 119.527,63 pontos. Dentre as 77 ações que compõem o índice, 31 delas encerram o ano com valorização e 46 em desvalorização.

Os principais destaques positivos do ano foram CSN (CSNA3) 125,73%, a R$ 31,85; Weg (WEGE3), 120,17%, a R$ 75,74; PetroRio (PRIO3), 112,31%, a R$ 70,19; Magazine Luiza (MGLU3), 109,84%, a R$ 24,95;  e Bradespar (BRAP4), 72,98%, a R$ 63,71.

Na outra ponta, as piores performances foram de IRB Brasil, (IRBR3) -76,90%, a R$ 8,18; Cogna (COGN3), -59,49%, a R$ 4,63; Embraer (EMBR3), -55,14%, a R$ 8,85; Cielo (CIEL3), -51,46%, a R$ 4; e CVC (CVCB3), -50,06%, a R$ 20,58.

Perspectivas do Ibovespa para 2021

Para o ano que vem, os analistas têm boas perspectivas para o Ibovespa, principalmente com a chegada de uma vacina e também da retomada da economia. “É um movimento de continuidade do bom momento vivido nestes últimos meses”, explica França.

Reunimos abaixo as perspectivas dos analistas e também os motivos que embasam suas teorias para 2021.

  • Ágora Investimentos – Sem estimativas por enquanto – “Temos uma visão positiva para 2021. Ao olharmos para a composição do Ibovespa, principalmente as Blue Chips, com ações dos grandes bancos, Petrobras, Vale e B3, estamos falando de um peso bem relevante no índice. Apenas considerando esses nomes,  já vemos um potencial bem grande de upside para 2021”, explica França;
  • Guide – 135 mil pontos – “Temos uma Bolsa muito dependente de commodities. A perspectiva para 2021, mesmo que haja um enfraquecimento do dólar, é que as commodities se mantenham com o preço elevado no mercado internacional. Esse efeito, somado com a liquidez global, nos leva acreditar que 2021 será um ano forte para a bolsa”, explica Esteter;
  • BTG Pactual – de 81 mil e 151 mil pontos – “A maior preocupação dos investidores é a situação fiscal do Brasil, principalmente, com a inabilidade e/ou falta de vontade do governo e do Congresso em cortar gastos e aprovar reformas estruturais para consolidar as contas do país”, dizem Carlos Sequeira e Osni Carfi, analistas do BTG.

Histórico das projeções

Os analistas do mercado financeiro já fizeram as suas apostas para o saldo do Ibovespa em 2021. Considerando o sobe e desce do principal índice da bolsa brasileira ao longo deste ano, essa tarefa é no mínimo complicada

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O índice é extremamente sensível às notícias do mercado e também aos fatores macroeconômicos. No ano passado, por exemplo, as projeções indicavam que o fechamento do Ibovespa neste ano estaria entre 135 mil e 140 mil pontos. Nem os mais pessimistas imaginavam que a pandemia provocada pela covid-19 seria tão grave quanto foi.

Nos últimos três anos, as projeções para o Ibovespa flutuaram bastante e não foram certeiras.

  • 2017 fechou em 76 mil pontos e a expectativa média para o ano seguinte era de 87 mil pontos (-12,65%);
  • 2018 fechou em 87 mil pontos e a expectativa para o ano seguinte era de 130 mil pontos (-33,1%);
  • 2019 – fechou em 115 mil pontos e a expectativa para o ano seguinte era de 135 mil (-14,8%) a 140 mil pontos (-17,85%).

No dia 17 de dezembro, o BTG Pactual (BPAC11) divulgou as suas estimativas para 2021: o banco projeta o Ibov entre 81 mil e 151 mil pontos. De acordo com a instituição, a discrepância é grande, pois existem muitos cenários que dependem do encaminhamento da questão fiscal no País.

Para Ricardo França, analista da Ágora Investimentos, o mercado está sempre antecipando os fatos. “Quando você fala que tem expectativas positivas para 2021, não é uma novidade para ninguém. Os investidores esperam isso, assim como os analistas também e o mercado”, diz.

Na prática, quando os especialistas entendem que há algum tipo de frustração nas expectativas, há um reajuste nas previsões.

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“Ninguém podia prever uma pandemia do tamanho que foi. Isso foge totalmente do comum e não há nenhum cenário básico que consiga prever esses eventos aleatórios”, afirma França.

Por que as previsões destoam da realidade

Para Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos, prever o Ibovespa é diferente de estipular preço-alvo de uma ação. “Ao colocar o preço-alvo em uma ação, você está imerso em todos os fundamentos da empresa. Mas, quando faz isso em um índice, deve-se colocar muitos outros atributos na conta, como desempenho médio das empresas no ano, cenário político econômico, entre outros fatores”, explica.

Se para analisar corretamente uma ação é importante olhar receita, Ebitda, gastos, despesas, lucro, entre uma série de outros indicadores, para analisar um índice, é necessário considerar as empresas que o compõem, além dos fatores macroeconômicos.

“A projeção tem que ser além do previsível. Como o mercado está sempre antecipando os fatos, é preciso ter uma visão 360°, considerando vários aspectos, não só na economia, como também na análise individual das ações”, diz.

Nem tudo está escrito em pedra. Por isso, é normal casas de análises, bancos e outros especialistas que tentam prever o sobe e desce da bolsa brasileira, revisitarem seus relatórios e fazerem correções com base em análises mais atuais.

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Um exemplo disso é a própria pandemia, que forçou os analistas a fazerem correções “Sempre há algum fator que surge como surpresa. Já tivemos impeachment, eleições polêmicas e por aí vai”, afirma Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.

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