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Ibovespa hoje: Azul cai mais de 18%, enquanto Assai lidera ganhos com boatos sobre fusão

Após alcançar o melhor resultado do ano em agosto, índice começou o mês de setembro com o "pé esquerdo"

Ibovespa hoje: Azul cai mais de 18%, enquanto Assai lidera ganhos com boatos sobre fusão
Índice Ibovespa é o principal da Bolsa de Valores. (Foto: Envato Elements)
  • O Ibovespa hoje fechou em queda de 0,81%, aos 134.906,07 pontos, após oscilar entre mínima a 134.496,70 pontos e máxima a 136.003,81 pontos
  • As três ações que mais valorizaram no dia foram Assai (ASAI3), 3R Petroleum (RRRP3) e IRB (IRBR3)
  • As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azul (AZUL4), BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3)

O Ibovespa hoje iniciou setembro no campo negativo, após registrar o seu maior avanço mensal de 2024 em agosto, ao subir 6,54% no período. Nesta segunda-feira (2), a principal referência da B3 fechou em queda de 0,81%, aos 134.906,07 pontos, após oscilar entre mínima a 134.496,70 pontos e máxima a 136.003,81 pontos, equivalente à abertura. Com os mercados fechados nos Estados Unidos, o giro financeiro se enfraqueceu a R$ 14 bilhões, abaixo da média diária de R$ 20 bilhões que costuma ser observada.

Na visão de Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital, o índice foi penalizado  pelo feriado do Dia do Trabalho (Labor Day) nos EUA, que deixou a Bolsa brasileira com menor liquidez. Na semana, o destaque fica por conta do payroll (relatório oficial de empregos americano), que deve ser divulgado na sexta-feira (6). “Na minha visão, esse dado vai ajudar o mercado a interpretar se o pouso da economia americana realmente será suave, mostrando possivelmente uma desaceleração dos números de trabalho, o que pode ser positivo para as ações globais”, afirma Mendonça.

Por aqui, investidores acompanharam a divulgação da última edição do Boletim Focus. A mediana do relatório para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 subiu pela sétima semana consecutiva, de 4,25% para 4,26%, distanciando-se do centro da meta, de 3,00%. Já a projeção para a Selic no fim do ano se manteve em 10,50% pela 11ª semana consecutiva.

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Na B3, as ações de maior liquidez e peso no Ibovespa mantiveram sinal de baixa na sessão. Os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) encerraram em queda de 0,94%, enquanto os ordinários (PETR3) recuaram 0,42%, mesmo com o avanço dos contratos futuros de petróleo. A commodity voltou a subir com investidores de olho nas tensões do Oriente Médio e sinais de aperto na oferta.

Outro ativo de peso que sofreu foi a Vale (VALE3), cedendo 1,41% com o tombo do minério de ferro na China. O contrato mais negociado da commodity no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para janeiro de 2025, encerrou em queda de 4,36%, com investidores cautelosos em relação à economia do país asiático. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) chinês recuou de 49,4 em julho para 49,1 em agosto, abaixo da expectativa dos analistas ouvidos pelo FactSet, que esperavam que o indicador se mantivesse estável.

O dólar, por sua vez, fechou a sessão em queda de 0,36%, cotado a R$ 5,6148. Pela manhã, o Banco Central (BC) vendeu a oferta de 14.700 swaps cambiais extras (US$ 735 milhões), o que equivale à venda de dólar futuro. Trata-se do restante da oferta de 30 mil contratos oferecidos na sexta-feira (30) e que não foram absorvidos.

“O BC voltou a atuar no câmbio, devido ao rebalanceamento do EWZ, o ETF do Brasil no índice do MCSI, pois tivemos entrada de empresas brasileiras na Bolsa de Nova York. Isso fez com que houvesse saída de dólar do Brasil para os Estados Unidos. Para suavizar as movimentações do câmbio, o BC fez essa atuação pontual”, contextualiza Mendonça, da AVG Capital.

As maiores altas do Ibovespa hoje

As três ações que mais valorizaram no dia foram Assai (ASAI3), 3R Petroleum (RRRP3) e IRB (IRBR3).

Assai (ASAI3): +2,4%, R$ 9,8

As ações do Assai (ASAI3) lideraram os ganhos do Ibovespa nesta segunda-feira, terminando a sessão em alta de 2,4% a R$ 9,8. O movimento ocorreu em meio a boatos de fusão com o Grupo Mateus (GMAT3). “Alguns players do mercado veem a fusão como algo benéfico para o Assai, que pode ganhar força em outras regiões além do Norte e Nordeste, e diminuir seu endividamento”, afirma Mendonça, da AVG Capital.

Em comunicado enviado ao mercado, porém, a companhia esclareceu que não recebeu ou foi informada de qualquer oferta do Grupo Mateus (GMAT3) pelo controle da empresa.

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A ASAI3 está em baixa de 0,2% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 27,57%.

3R Petroleum (RRRP3): +1,97%, R$ 26,89

Quem também se saiu bem foi a 3R Petroleum (RRRP3), que terminou o dia em valorização de 1,97% a R$ 26,89, acompanhando o desempenho positivo dos contratos futuros de petróleo. O Brent para novembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de de 0,77%, a US$ 77,52 o barril.

A RRRP3 está em baixa de 0,63% no mês. No ano, acumula uma valorização de 3,54%.

IRB (IRBR3): +1,94%, R$ 49,32

Entre os maiores ganhos do índice, figuraram ainda as ações do IRB (IRBR3), que subiram 1,94% cotadas a R$ 49,32. A empresa informou pela manhã, em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que Rodrigo de Souza Lobo Botti deve deixar o cargo de diretor vice-presidente de Inovação e Tecnologia da companhia. O ressegurador não indicou quem substituirá a vaga deixada por Botti.

A IRBR3 está em alta de 68,27% no mês. No ano, acumula uma valorização de 11,33%.

As maiores quedas do Ibovespa hoje

As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azul (AZUL4), BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3).

Azul (AZUL4): -18,18%, R$ 4,41

As ações da Azul (AZUL4) registraram a principal queda do Ibovespa na sessão, terminando o dia em baixa de 18,18% a R$ 4,41. Os investidores ainda repercutiram a situação financeira da empresa, que pode fazer um follow-on (oferta subsequente de ações), entre outras alternativas, para evitar um pedido de Chapter 11 nos Estados Unidos, equivalente à recuperação judicial no Brasil.

A AZUL4 está em baixa de 44,88% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 72,45%.

BRF (BRFS3): -6,02%, R$ 24,65

Na lista de principais baixas do dia, figuraram também as ações da BRF (BRFS3), que fecharam em queda de 6,02% cotadas a R$ 24,65. “A diminuição da demanda chinesa e o cenário macroeconômico desfavorável têm levado à desvalorização recente das ações de frigoríficos em geral”, explica Mendonça, da AVG Capital.

A BRFS3 está em alta de 17,05% no mês. No ano, acumula uma valorização de 78,49%.

Marfrig (MRFG3): -4,26%, R$ 13,94

Outro destaque negativo do Ibovespa hoje foi a Marfrig (MRFG3), que recuou 4,26% a R$ 13,94. Ao Broadcast, Gustavo Bertotti, head de renda variável da Fami Capital, apontou que os frigoríficos acumulam uma alta expressiva neste ano e investidores podem tem aproveitado o dia mais defensivo na Bolsa para realizar lucros. “O mercado hoje corrigiu suas posições, com a incerteza doméstica e em dia de menor liquidez, antes de indicadores importantes nesta semana”, afirmou.

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A MRFG3 está em alta de 23,25% no mês. No ano, acumula uma valorização de 43,71%.

*Com Estadão Conteúdo

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