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- O Ibovespa hoje fechou em queda de 0,47%, aos 133.122,67 pontos, na mínima do dia, depois de abrir a 133.747,64 pontos e alcançar máxima a 134.758,77 pontos pela manhã
- As três ações que mais valorizaram no dia foram Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3) e Prio (PRIO3)
- As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Brava Energia (BRAV3), Assaí (ASAI3) e Hapvida (HAPV3)
O Ibovespa hoje destoou do bom humor das Bolsas de Nova York e encerrou no campo negativo, pressionado pelo tom duro do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom). A principal referência da B3 fechou esta quinta-feira (19) em queda de 0,47%, aos 133.122,67 pontos, na mínima do dia, depois de abrir a 133.747,64 pontos e alcançar máxima a 134.758,77 pontos pela manhã. O giro financeiro foi de R$ 22,2 bilhões.
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Nos Estados Unidos, o clima foi bem diferente: Dow Jones e S&P 500 renovaram recordes ao subirem 1,26% e 1,70%, respectivamente. O Nasdaq, por sua vez, avançou 2,51%, com destaque para o setor de tecnologia, em que os papéis da Nvidia (NVDA) e Salesforce (CRM) subiram 3,97% e 5,37%, respectivamente, beneficiados pela decisão do Federal Reserve (Fed) de cortar as taxas de juros americanas em 50 pontos-base, para a faixa entre 4,75% e 5,00% ao ano.
Por lá, as dúvidas sobre recessão têm ficado para trás, e com sinais mais amenos sobre a inflação, a expectativa é de que o banco central americano siga adiante com os cortes de juros. Atualmente, o mercado consolida a aposta de que o Fed entregará uma redução acumulada de 75 pontos-base nas taxas até o final deste ano, o que aumenta o apetite por risco no exterior. A precificação aparece no monitoramento da plataforma Fed Watch, do CME Group.
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No Brasil, os investidores reagiram à decisão do Copom, que elevou a Selic em 25 pontos-base, para 10,75% ao ano. A curva de juros doméstica avançou com o olhar do mercado detido sobre o aumento da projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pelo Comitê para 3,5% no primeiro trimestre de 2026, ainda mais distante da meta de 3%.
Para Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, após a Super-Quarta, o investidor de renda variável agora avalia o cenário e move seu recurso de um mercado para o outro considerando o risco e o retorno. “Nesse caso, a Bolsa americana parece estar mais atrativa do que o Ibovespa tendo em vista que o Fed começa a baixar juros, o que pode favorecer as empresas por lá e melhorar ainda mais os seus resultados. Por aqui ocorre o contrário, já que o novo aumento de juros pode afetar os balanços das companhias no futuro”, ressalta Silva.
Ações mais sensíveis aos juros altos sofreram no pregão e empurraram o Ibovespa para baixo. Já os papéis de maior peso para o índice, como Petrobras (PETR3;PETR4) e Vale (VALE3), tiveram desempenhos mistos. As ações da mineradora subiram 1,20% e ficaram no azul, assim como os papéis preferenciais da petroleira (PETR4), que avançaram 0,33%. Já os ativos ordinários da estatal (PETR3) recuaram 0,30%.
No mercado doméstico de câmbio, o dólar encerrou o pregão em queda pela sétima sessão consecutiva, anotando uma baixa de 0,69% a R$ 5,4242. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,3958, com o real se beneficiado do maior diferencial entre os juros dos Estados Unidos e as taxas locais.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3) e Prio (PRIO3).
Marfrig (MRFG3): +4,32%, R$ 14,5
As ações da Marfrig (MRFG3) lideraram os ganhos do Ibovespa e terminaram a sessão em alta de 4,32% a R$ 14,5. O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pautou para a sessão da próxima quarta-feira (25) o julgamento da venda de ativos da companhia para a Minerva (BEEF3).
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A MRFG3 está em baixa de 0,41% no mês. No ano, acumula uma valorização de 49,48%.
BRF (BRFS3): +4,2%, R$ 25,05
Quem também se saiu bem no dia foi a BRF (BRFS3), que avançou 4,2% a R$ 25,05, em movimento de recuperação, após registrar perdas expressivas em setembro. O movimento ignorou o desempenho do dólar, que fechou em queda pelo sétimo pregão consecutivo.
A BRFS3 está em baixa de 4,5% no mês. No ano, acumula uma valorização de 81,39%.
Prio (PRIO3): +1,9%, R$ 44,01
Outro destaque positivo foi a Prio (PRIO3), que encerrou em alta de 1,9% cotada a R$ 44,01, embalada pela alta dos contratos futuros de petróleo no exterior.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para novembro teve valorização de 1,83%, a US$ 71,16 o barril, enquanto o Brent para novembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 1,67% (US$1,27), a US$ 74,88 o barril.
A PRIO3 está em baixa de 6,04% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 4,43%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Brava Energia (BRAV3), Assaí (ASAI3) e Hapvida (HAPV3).
Brava Energia (BRAV3): -9,4%, R$ 18,89
As ações da Brava Energia (BRAV3), fusão entre 3R Petroleum e Enauta, registraram a principal queda do Ibovespa hoje, finalizando a sessão em baixa de 9,4% a R$ 18,89. Mais cedo, a empresa informou que a produção do campo de Papa Terra, paralisada no começo do mês, só deve ser retomada no início de dezembro.
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A BRAV3 está em baixa de 28,37% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 27,26%.
Assaí (ASAI3): -5,72%, R$ 8,24
Outro papel que se saiu mal foi o Assaí (ASAI3), que cedeu 5,72% a R$ 8,24, penalizado pela alta da curva de juros após a decisão do Copom. Ações cíclicas (mais sensíveis aos ciclos econômicos) devem continuar sendo pressionadas nos próximos meses, caso um ciclo de aperto monetário se concretize nas próximas reuniões do Banco Central.
A ASAI3 está em baixa de 13,9% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 39,1%.
Hapvida (HAPV3): -4,08%, R$ 4,47
Entre as principais baixas do Ibovespa hoje, estiveram ainda as ações da Hapvida (HAPV3), que cederam 4,08% a R$ 4,47, também pressionadas pelo avanço dos juros futuros.
A HAPV3 está em alta de 5,42% no mês. No ano, acumula uma valorização de 0,45%.
*Com Estadão Conteúdo
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