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Ibovespa hoje: índice ignora NY e fecha acima de 127 mil pontos com apetite por risco

Declarações do vice-presidente do Banco do Japão (BoJ), Shinichi Uchida, acalmaram os investidores

Ibovespa hoje: índice ignora NY e fecha acima de 127 mil pontos com apetite por risco
O Ibovespa é o principal índice da B3. Foto: Adobe Stock
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  • O Ibovespa hoje encerrou em valorização de 0,99% a 127.513,88 pontos, próximo à máxima do dia, de 127.517,18 pontos
  • As três ações que mais valorizaram no dia foram CVC (CVCB3), Localiza (RENT3) e Pão de Açúcar (PCAR3)
  • As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Weg (WEGE3), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11)

O Ibovespa hoje registrou a sua segunda sessão de alta de agosto, amparado por um clima de maior apetito ao risco, enquanto declarações do vice-presidente do Banco do Japão (BoJ), Shinichi Uchida, tranquilizaram o mercado. Nesta quarta-feira (7), a principal referência da B3 terminou o dia em valorização de 0,99% a 127.513,88 pontos — patamar bem próximo da máxima do pregão, de 127.517,18 pontos. O giro financeiro foi de R$ 21,1 bilhões.

Para Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital, o temor generalizado, que assolou os mercados na segunda-feira (5) e fez as principais Bolsas globais caírem, passou. “Parece que o receio do início da semana foi superado. O índice japonês também fechou em alta durante a madrugada, recuperando-se das perdas anteriores. E, aqui no Brasil, trabalhamos acima dos 127 mil pontos, o que é positivo”, afirma.

O que também ajudou a animar o mercado nesta quarta-feira foram as declarações de Uchida, do BoJ. Em discurso para líderes empresariais na ilha de Hokkaido, no Japão, o dirigente disse que a instituição não aumentará as taxas de juros novamente enquanto os mercados estiverem instáveis. “Em contraste com o processo de aumentos nas taxas de juros na Europa e nos Estados Unidos, a economia do Japão não está em uma situação em que o banco pode ficar para trás se não aumentar a taxa de juros em um determinado ritmo”, destacou.

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O real e seus pares latino-americanos foram beneficiados por nova rodada de queda do iene, após as falas de Uchida. A moeda americana encerrou o pregão em baixa de 0,57% a R$ 5,6250, em sintonia com a diminuição da aversão ao risco no exterior, refletida na estabilização do VIX (Volatility Index em inglês), conhecido como “termômetro do medo”. Após atingir o maior nível desde 2020 na segunda-feira, o índice terminou a sessão desta quarta-feira em 27,85 pontos, abaixo do patamar de 30 pontos, que sinaliza uma turbulência extrema no mercado.

Em Nova York, os mercados acionários fecharam em queda, após perderem forças próximo ao fim do pregão. Nasdaq caiu 1,05%, enquanto Dow Jones e S&P 500 cederam 0,60% e 0,77%, respectivamente. Entre os destaques na sessão, a Super Micro Computer (SMCI) despencou 20,14%, um dia após informar lucro aquém da expectativa do mercado. Na esteira, Nvidia (NVDA) recuou 5,12%, acompanhada de pares do setor de chips semicondutores, entre eles, Broadcom (AVGO) e Intel (INTC), que caíram 5,30% e 3,65%, respectivamente.

Na Bolsa brasileira, o vértice positivo foi liderado por ações cíclicas, que se beneficiaram da queda dos juros futuros em boa parte da sessão. Dois papéis do setor financeiro também ajudaram a manter o índice no campo positivo: o BTG Pactual (BPAC11), que encerrou em alta de 3,93%, e o Itaú (ITUB4), que subiu 0,27%, após reportar lucro líquido gerencial de R$ 10,072 bilhões no segundo trimestre deste ano, um crescimento de 15,2% em relação ao mesmo intervalo de 2023.

“Esta semana é intensa para a temporada de resultados, o que pode trazer um pouco mais de volatilidade para a Bolsa. No geral, as empresas têm reportado balanços acima do esperado, tanto nacional quanto internacionalmente. Esperamos que a alta continue de forma consistente, especialmente se a curva de juros se mantiver mais baixa”, reforça Pletes, da Faz Capital.

As maiores altas do Ibovespa hoje

As três ações que mais valorizaram no dia foram CVC (CVCB3), Localiza (RENT3) e Pão de Açúcar (PCAR3).

CVC (CVCB3): 9,94%, R$ 1,88

As ações da CVC (CVCB3) lideraram os ganhos do Ibovespa no pregão e terminaram o dia em alta de 9,94% a R$ 1,88, impulsionadas pelo cenário de maior apetite por risco. “Agora amenizou o pavor exagerado do mercado sobre uma recessão nos Estados Unidos, por isso o cenário alivia, os juros futuros caem e os papéis mais sensíveis ao ativo avançam”, diz o diretor de Renda Variável da Fami Capital”, Gustavo Bertotti.

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A CVCB3 está em alta de 3,3% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 46,29%.

Localiza (RENT3): 9%, R$ 48,55

Quem também se saiu bem no pregão foi a Localiza (RENT3), que registrou uma valorização de 9% a R$ 48,55. Os papéis foram beneficiados pelo recuo dos juros futuros na sessão.

A RENT3 está em alta de 10,77% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 22,41%.

Pão de Açúcar (PCAR3): 8,42%, R$ 3,09

Outro papel de destaque positivo foi o Pão de Açúcar (PCAR3), que encerrou em alta de 8,42% cotado a R$ 3,09. Embora a empresa tenha registrado prejuízo líquido de R$ 332 milhões no segundo trimestre do ano, o resultado foi 21,9% melhor do que o apresentado um ano antes. Para o Citi, os números no período reforçaram o “processo assertivo da reviravolta da gestão”.

A PCAR3 está em alta de 16,6% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 23,89%.

As maiores quedas do Ibovespa hoje

As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Weg (WEGE3), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11).

Weg (WEGE3): -1,33%, R$ 48,32

As ações da Weg (WEGE3) registraram a principal queda do dia, encerrando o pregão em baixa de 1,33% a R$ 48,32. Investidores optaram por tomar mais risco na sessão, em detrimento de papéis considerados mais “defensivos”, como os da companhia.

A WEGE3 está em baixa de 4,26% no mês. No ano, acumula uma valorização de 32,82%.

Banco do Brasil (BBAS3): -1,31%, R$ 26,3

Entre os destaques negativos do índice, estiveram os papéis do Banco do Brasil (BBAS3), que fecharam em baixa de 1,31% a R$ 26,3. “A queda do BB, mais forte desde cedo, pode ser causada pela expectativa com a qualidade dos resultados do 2T24, que saem nesta quarta, com expectativa de provisões elevadas para cobrir possíveis inadimplências do setor rural, além de um salto nas despesas administrativas”, explicou Inácio Alves, analista da Melver, ao Broadcast. O banco divulga seu balanço do segundo trimestre após o fechamento do mercado.

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A BBAS3 está em baixa de 0,94% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 1,83%.

Santander (SANB11): -0,77%, R$ 28,17

As ações do Santander (SANB11) também sofreram no Ibovespa hoje, finalizando a sessão em queda de 0,77% a R$ 28,17. No entanto, nenhuma notícia específica sobre a instituição foi monitorada pelos investidores durante o pregão.

A SANB11 está em baixa de 1,68% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 9,6%.

*Com Estadão Conteúdo