- Nova carteira teórica do Ibovespa entra em vigor nesta terça-feira, dia 8 de setembro, com mudanças nos pesos dos papéis
- Índice foi diluído e isso é uma boa notícia para o mercado como um todo
- Rentabilidade do IBOV, no entanto, não deve mudar, pois cinco ativos ainda representam quase ⅓ da sua composição
A partir desta terça-feira (8) começa a valer a nova composição da carteira teórica do Ibovespa, que será mantida até 30 de dezembro. Com a entrada de Eztec (EZTC3) e PetroRio (PRIO3), o índice passa a ter 77 ações de 74 empresas. No novo cenário, o peso dos papéis também mudou: 33 deles ganharam mais relevância no IBOV e 44 perderam participação.
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Apesar do rebalanceamento, as cinco ações mais importantes do setor financeiro e de commodities continuam sendo as mesmas. Somando quase ⅓ do índice (31,520%), Vale (VALE3) (10,154%), Itaú (ITUB4) (6,170%), Petrobras (PETR4) (5,559%), B3 (B3SA3) (5,446%) e Bradesco (BBDC4) (4,806%) ditam a performance do Ibovespa.
Na carteira passada, as ações eram ainda mais fortes no Ibovespa, representando 34,196% do total. Até então, a composição era a seguinte: Vale (VALE3) (10,538%), Itaú (ITUB4) (7,414%), Petrobras (PETR4) (5,610%), B3 (B3SA3) (5,405%) e Bradesco (BBDC4) (5,611%).
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Entre todos os 77 papéis, Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) foram os dois que mais perderam participação, com -1,244% e -0,806%, respectivamente. Na outra ponta, Magazine Luiza (MGLU3) e Via Varejo (VVAR3) foram as que mais ganharam, com incremento de 1,077% e 1,031%. (Confira a nova carteira no final da reportagem)
Índice foi diluído e isso é uma boa notícia
Apesar de o Top 5 das ações com mais participação ainda ter grande representatividade, a concentração do Ibovespa está diminuindo. Prova disso é que a soma das cinco passou de 34,196% para 31,520%.
“É uma boa notícia ter mais ações e os pesos mais descentralizados, pois mostra que os papéis estão mais líquidos e isso é bom para o mercado como um todo”, diz Mauro Morelli, estrategista chefe da Davos Financial Partnership.
“A nova distribuição é saudável e vamos ter uma carteira mais diversificada”, concorda Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos, salientando que as mudanças são positivas para todos.
A movimentação deixa o índice diversificado, com mais empresas ganhando força. “O Ibovespa tenta replicar o mercado. Então, quando uma ação começa a ganhar importância, seu peso dentro índice aumenta”, afirma Morelli.
Além disso, a reorganização exibe ao investidor de maneira mais clara que há uma maior quantidade de boas empresas e, consequentemente, oportunidades. “Uma carteira menos concentrada e mais diversificada é sempre mais saudável”, comenta Bertotti.
Qual é o impacto nos papéis?
O peso de um papel é definido pelo seu free float, que é o volume de ações que está em livre circulação – ou seja, excluindo-se aquelas pertencentes aos controladores. “É uma regra matemática da B3 que determina essa ponderação e não o desempenho das ações”, afirma Morelli, da Davos.
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Um incremento de peso no Ibovespa, portanto, não significa que o papel passou a ser mais promissor, mas apenas que está sendo mais negociado. “A nova composição deixa o Ibovespa “correto”, pois dá mais espaço para as ações que aumentaram seu volume de negociação para representar melhor o mercado”, diz Bertotti, da Messem.
O que muda na variação do IBOV?
Mesmo com o reorganização dos pesos, o desempenho do índice não deve ser alterado drasticamente e a perspectiva do Ibovespa continua a mesma. Isso ocorre, porque por mais que o IBOV tenha sido diluído, o índice ainda é concentrado no setor financeiro e de commodities.
Dessa forma, o desempenho ainda é muito atrelado a performance dessas empresas e o Ibovespa deve continuar sendo guiado por essas companhias. Basta analisar o desempenho das cinco ações que representam quase ⅓ do Ibovespa.
Até o fechamento do mercado desta sexta-feira (4), Vale (VALE3) e B3 (B3SA3) tinham valorização agregada de 13,49% e 39,28%, respectivamente em 2020. Já Petrobras (PETR4), Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), desvalorização de 24,06%, 30,36% e 32,63%.
A performance média dessas ações é de queda de 6,86% em 2020. No mesmo período, o desempenho do Ibovespa é negativo em 12,45%, apesar de já ter 24 ações com variação positiva no ano, sendo que os cinco papéis mais valorizados tem alta superior a 60% no período. “Os dois segmentos ainda ditam o ritmo”, afirma Bertotti.
A tendência, no entanto, é que o índice continue se diluindo dos setores conforme mais companhias se desenvolverem e forem mais negociadas e seu comportamento fique menos dependente dessas companhias. “Se pegar a foto, ele ainda é concentrado. Porém, pegando o filme, ele já está bem mais diluído e deve continuar esse processo”, diz Morelli.
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Para os especialistas, ainda é difícil cravar quais serão os setores que devem conquistar mais espaço no índice, pois tudo depende como a economia irá se desenvolver e se as empresas que se destacam neste cenário são listadas na B3.
“Temos forte candidatos, como os segmentos de e-commerce e infraestrutura, mas ainda é cedo para ter certeza”, afirma o estrategista chefe da Davos.
Confira a nova carteira do Ibovespa
Ação | Participação % | Variação do peso % |
Vale (VALE3) | 10,539 | 0,384 |
Itaú (ITUB4) | 6,17 | -1,244 |
Petrobras (PETR4) | 5,559 | -0,051 |
B3 (B3SA3) | 5,446 | 0,041 |
Bradesco (BBDC4) | 4,806 | -0,806 |
Petrobras (PETR3) | 4,366 | 0,583 |
Magazine Luiza (MGLU3) | 3,339 | 1,077 |
Ambev (ABEV3) | 2,967 | -0,428 |
WEG (WEGE3) | 2,407 | 0,514 |
Itusa (ITSA4) | 2,312 | -0,469 |
NotreDame Intermédica (GNDI3) | 2,287 | 0,559 |
Banco do Brasil (BBAS3) | 2,278 | -0,502 |
Natura (NTCO3) | 1,957 | 0,318 |
Lojas Renner (LREN3) | 1,912 | -0,162 |
Suzano (SUZB3) | 1,897 | -0,070 |
JBS (JBSS3) | 1,890 | -0,767 |
Via Varejo (VVAR3) | 1,755 | 1,031 |
Localiza (RENT3) | 1,621 | 0,226 |
Rumo (RAIL3) | 1,595 | 0,161 |
Lojas Americanas (LAME4) | 1,452 | 0,261 |
BR DIstribuidora (BRDT3) | 1,368 | 0,39 |
Bradesco (BBDC3) | 1,311 | -0,202 |
Equatorial (EQTL3) | 1,289 | 0,016 |
Raia Drogasil (RADL3) | 1,289 | -0,205 |
B2W (BTOW3) | 1,233 | 0,252 |
Ultrapar (UGPA3) | 1,206 | 0,123 |
Vivo (VIVT4) | 1,074 | -0,229 |
Gerdau (GGBR4) | 1,052 | 0,219 |
BTG Pactual (BPAC11) | 1,048 | 0,463 |
BB Seguiridade (BBSE3) | 0,976 | -0,250 |
Sabesp (SBSP3) | 0,913 | -0,024 |
BRF (BRFS3) | 0,886 | -0,196 |
Klabin (KLBN11) | 0,865 | 0,084 |
CCR (CCRO3) | 0,841 | -0,107 |
Hapvida (HAPV3) | 0,786 | 0,003 |
Totvs (TOTS3) | 0,765 | 0,218 |
Hypera (HYPE3) | 0,728 | -0,087 |
Eletrobras (ELET3) | 0,721 | 0,124 |
Sul América (SULA11) | 0,659 | -0,199 |
TIM (TIMP3) | 0,648 | -0,061 |
Engie Brasil (EGIE3) | 0,596 | -0,089 |
Energisa (ENGI11) | 0,595 | -0,158 |
Cogna (COGN3) | 0,585 | -0,112 |
Cemig (CMIG4) | 0,563 | -0,069 |
Cosan (CSAN3) | 0,546 | -0,091 |
Santander (SANB11) | 0,545 | -0,128 |
Pão de Açúcar (PCAR3) | 0,540 | -0,167 |
Bradespar (BRAP4) | 0,531 | 0,075 |
CSN (CSNA3) | 0,523 | 0,127 |
Qualicorp (QUAL3) | 0,4870 | -0,015 |
Eletrobras (ELET6) | 0,485 | 0,026 |
IRB Brasil (IRBR3) | 0,470 | -0,179 |
Fleury (FLRY3) | 0,458 | -0,020 |
YDUQS (YDUQ3) | 0,445 | -0,180 |
BR Malls (BRML3) | 0,431 | -0,151 |
Carrefour (CRFB3) | 0,429 | -0,100 |
Azul (AZUL4) | 0,404 | 0,024 |
Cyrela (CYRE3) | 0,365 | 0,057 |
Marfrig (MRFG3) | 0,345 | -0,029 |
Taesa (TAEE11) | 0,334 | -0,08 |
Gerdau (GOAU4) | 0,333 | 0,098 |
Multiplan (MULT3) | 0,324 | -0,064 |
PetroRio (PRIO3) | 0,313 | 0,313 |
Braskem (BRKM5) | 0,301 | -0,084 |
Embraer (EMBR3) | 0,298 | -0,141 |
Energias (ENBR3) | 0,295 | -0,050 |
Usiminas (USIM5) | 0,294 | 0,124 |
MRV (MRVE3) | 0,291 | -0,016 |
CPFL (CPFE3) | 0,291 | -0,049 |
Cielo (CIEL3) | 0,278 | -0,034 |
EZTECH (EZTC3) | 0,209 | 0,209 |
Minerva (BEEF3) | 0,179 | -0,040 |
Iguatemi (IGTA3) | 0,160 | -0,038 |
CVC (CVCB3) | 0,147 | 0,009 |
GOL (GOLL4) | 0,139 | 0,024 |
Hering (HGTX3) | 0,135 | 0,005 |
Ecorrodovias (ECOR3) | 0,122 | -0,001 |
Fonte: B3