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Como ficam os investimentos na Vale após recorde do valor da ação

Mineradora brasileira foi beneficiada por alta no preço do minério

Como ficam os investimentos na Vale após recorde do valor da ação
Foto: Washington Alves/Reuters
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  • Com a alta desta terça, a empresa mineradora atingiu um valor de mercado de R$ 326 bilhões, o maior desde o plano real, segundo dados compilados pelo Broadcast, a partir da base da B3
  • Além disso, um relatório do banco Goldman Sachs prevê que a mineradora anuncie a volta do pagamento de dividendos quando divulgar os resultados do segundo trimestre de 2020

Os papéis da Vale (VALE3) atingiram o maior valor histórico, sendo cotados em R$ 61,70 ao fim do pregão desta terça-feira (14), com uma alta de 7,03% no dia. Até então, o preço mais alto após o fechamento do mercado havia sido de R$ 60,84, em 25 de setembro de 2018.

A valorização é justificada pelo preço do minério de ferro, bem acima dos US$ 100 a tonelada, e a perspectiva da retomada de pagamento de dividendos. Apesar de indicar uma queda de pouco mais 1% nesta quarta-feira (15), a perspectivas são boas para os analistas do mercado.

Com a alta desta terça, a empresa mineradora atingiu um valor de mercado de R$ 326 bilhões, o maior desde o plano real, segundo dados compilados pelo Broadcast, a partir da base da B3. O valor também mostra um crescimento de quase 50% em relação aos R$ 218,7 bilhões, referentes ao primeiro pregão após o rompimento da barragem em Brumadinho (MG), em janeiro de 2019.

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Desde o começo de 2020, o preço do minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao, que serve de referência para as negociações à vista da commodity, já subiu 22%. Nesta terça, quando a Vale ON subiu 7,03% frente a alta de 6,74% de Bradespar PN, a commodity fechou com preço de US$ 112,48 a tonelada.

Além disso, um relatório do banco Goldman Sachs prevê que a mineradora anuncie a volta do pagamento de dividendos quando divulgar os resultados do segundo trimestre de 2020. A informação atraiu diversos investidores para o papel da mineradora.

Mas, afinal, é o momento certo para investir na Vale?

José Cataldo, superintende de research da Ágora Investimentos, tem recomendação de compra nos papéis da companhia. Para ele, ainda que a empresa possa ter alguns impactos na produção, o momento tem sido favorável com a alta do minério de ferro.

“A Vale hoje é um dos maiores players transoceânicos de minério de ferro. A nossa recomendação é de compra, e o nosso preço alvo é de R$ 85. Então ainda tem um campo bom para valorização”, avalia Cataldo.

O economista Gustavo Bertotti, da Messem Investimentos, destaca que, além de ser um dos maiores players do mundo, a Vale não parou de gerar receita e a demanda por minério só aumenta. Outro atrativo é o bom desempenho da empresa frente à pandemia de coronavírus.

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“É uma empresa que sempre teve bons índices de liquidez, e isso traz segurança para os investidores. É uma blue chip que tem uma importância muito grande no mercado, pela geração de renda e emprego”, diz Bertotti.

No dia 12 de março, a ação da Vale caiu para R$ 35,35. O valor é inferior aos R$ 41,45 de 28 de janeiro de 2019, no primeiro pregão após o rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais. Agora, em julho de 2020, a empresa acumula crescimento de 8,76% no mês. No ano a alta é de 14,11%.

Quais riscos o investidor deve considerar antes de investir?

Para Christian Lupinacci, analista do banco digital Modalmais, o momento para compra da ação é favorável, com o papel caindo um pouco após a alta desta terça. O analista enxerga espaço para a ação crescer até a faixa dos R$ 75. Já para os investidores que ainda temem maiores desdobramentos da tragédia de Brumadinho, a recomendação é de aplicar entre 5% e 10% dos recursos na companhia.

“A forma do investidor mitigar esse risco é por tamanho de posição. Ele não vai ter 50% de Vale no portfólio, mas sim entre 5% e 10%. Se acredita que esse risco é mais importante, investe mais perto de 5%. Se acredita que esse risco é menos importante, aplica mais perto de 10%.”, afirma.

Lupinacci reforça que é difícil dizer que os riscos da empresa estão precificados, uma vez que eles ainda existem. “Se amanhã uma barragem cair, a ação da Vale vai desabar. Mas se comparar seu preço atualmente contra os seus pares globais, a empresa negocia com desconto.”

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Bertotti, da Messem, lembra que a grande oferta pode provocar, ainda em 2020, uma queda no preço do minério de ferro. “Tem alguns analistas já colocando que o preço do minério de ferro, no final do ano, talvez seja um pouco menor, na casa de US$ 93 ou US$ 95.”

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