Analistas do mercado financeiro se dividiam sobre como as ações do Itaú (ITUB4) iriam abrir o pregão desta segunda-feira (9) após o escândalo de corrupção envolvendo um ex-executivo do banco. A companhia acusou o seu ex-diretor financeiro (CFO), Alexsandro Broedel, de violação de políticas internas ao praticar conflito de interesses na contratação de pareceres contábeis entre 2019 e 2024.
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As ações abriram em alta de 0,34%, a R$ 32,81.
Segundo apurou o Estadão, Broedel teria aprovado pagamentos de R$ 13,3 milhões para um fornecedor com quem é sócio em uma empresa. Posteriormente, teria recebido 40% desse valor. Na visão de Matheus Nascimento, analista da Levante Inside Corp, isso mostra que a governança corporativa do Itaú está deteriorada, já que esse é o segundo escândalo envolvendo o Itaú em apenas uma semana. Na semana passada, o Itaú demitiu o seu diretor de marketing (CMO) por uso indevido do cartão corporativo do Itaú.
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“A tendência é de que os analistas queiram ouvir o RI (Relações com Investidores) em relação aos detalhes sobre as acusações sobre Broedel. O valor que foi supostamente desviado é relativamente baixo para o banco, o que não deve afetar a companhia. No entanto, isso deve trazer um sentimento negativo de curto prazo para as ações do Itaú, porque a imagem da governança corporativa do Itaú fica deteriorada”, argumenta.
Já Sant’ Anna, especialista em mercado da mesa proprietária Star Desk, relata que as ações não devem ser impactadas. Na visão do especialista, o valor desviado é muito baixo, o ex-CFO não está mais no Itaú e o banco já tomou todas as medidas cabíveis. “O comunicado feito pelo banco foi inclusive para ele se proteger e mostrar para o mercado que ele está seguindo as regras do mercado”, explica.
O que a CVM fará no caso do Itaú?
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deve abrir um processo administrativo para investigar as acusações do Itaú (ITUB4) contra o ex-diretor financeiro (CFO) do banco, Alexsandro Broedel. A apuração é de Altamiro Silva Junior e Matheus Piovesana, do Broadcast.
O banco diz que Broedel violou políticas internas ao praticar conflito de interesses na contratação de pareceres contábeis entre 2019 e 2024 para um fornecedor com quem é sócio em uma empresa. Em um processo protocolado na Justiça de São Paulo, o Itaú afirma que o ex-CFO recebeu cerca de R$ 4,8 milhões nos últimos cinco anos. Broedel nega as acusações e diz que tomará as medidas judiciais cabíveis.
A expectativa é de que a autarquia inicie a investigação a partir desta semana. O Broadcast apurou que a CVM deve, inicialmente, ouvir o banco e pedir acesso a documentos das investigações e do processo que o Itaú abriu. Procurada, a CVM disse que não comenta casos específicos como o Itaú (ITUB4), mas que “acompanha e analisa informações e movimentações envolvendo companhias abertas, tomando as medidas cabíveis, sempre que necessário”.
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