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- Para diretor de investimentos da Legacy, se houver piora nos mercados internacionais, é grande a chance de perdas robustas
- Um dos pontos de destaque a serem observados, segundo o especialista, é a alta probabilidade de recessão na Europa no curto prazo em 2023
- O Brasil se revela atrativo para o capital externo com “juros altos, dívida até aqui bem controlada, commodities e potencial de crescimento”.
Os mercados internacionais estão em um momento em que, se houver alguma melhora, o retorno nos investimentos deve ser baixo, e se houver piora, é grande a chance de perdas robustas. A avaliação é de Felipe Guerra, diretor de investimentos da Legacy Capital, que destaca a cautela da gestora com o cenário no exterior dado que ainda “há muita correção por vir”.
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“A gente vê o cenário atual com bastante cautela e estamos preocupados com o mercado internacional há bastante tempo, orientando nossos portfólios nessa direção. Sem dúvida foram feitos muitos estímulos em excesso, o que provocou o desbalanceamento de oferta e demanda nas economias. Parte é culpa da pandemia, parte, da guerra, mas os estímulos foram exagerados e trouxeram de volta a inflação, uma inflação não vista desde a década de 1980”, disse Guerra, durante painel no 43º Congresso Brasileiro da Previdência Privada (CBPP), promovido pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) nesta quarta-feira.
Segundo o diretor de investimentos da Legacy, as economias do mundo desenvolvido estão com a inflação muito distante da meta, além de uma relação dívida/PIB alta. “A relação risco-retorno para ficar otimista em ativos globais é muito ruim, pois se acertar vai ganhar pouco e, se por acaso, acontecer como a gente acha que vai, de piorar, pode perder muito”, afirma. “A gente acha que ainda há muita correção por vir nos mercados. O mundo vai precisar de mais juros e, com os juros mais altos, vamos ter mais correções de múltiplos e bolsas globais para baixo. É um momento único, então exige muita atenção”, avalia Guerra.
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Os pontos de destaque a serem observados, segundo o especialista, são a alta probabilidade de recessão na Europa no curto prazo e nos Estados Unidos ao longo de 2023, além das consequências da pandemia – com baixa vacinação e mobilidade restritiva – e dos problemas estruturais na China. Mas, com foco em estratégias multimercado, a Legacy prepara-se para buscar retornos independentemente do que aconteça. “Tem muita oportunidade na mesa e nosso trabalho é aproveitá-las”, diz Guerra.
Já em relação ao Brasil, seria possível estar “bastante otimista, mas tem uma eleição pela frente”, Guerra ressalva, destacando que aguarda para saber se o resultado do segundo turno vai indicar “um caminho de continuidade clara ou de incerteza”. Na avaliação do diretor de investimentos, o País passou por uma série de “reformas importantes” nos últimos anos, com “efeitos positivos”. Assim, na comparação com pares emergentes como Rússia e Turquia, até mesmo China, o Brasil se revela atrativo para o capital externo com “juros altos, dívida até aqui bem controlada, commodities e potencial de crescimento”.