- Na segunda-feira (8), o Magazine Luiza anunciou a criação de um movimento empresarial chamado "Unidos pela Vacina”
- O intuito é facilitar a distribuição do imunizante feito para combater a covid-19 para todos os brasileiros até setembro
- A investida na vacinação é só mais uma das práticas de ESG feitas pela empresa. Em 2020, a companhia anunciou um programa de trainees só para negros
A empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza (MGLU3), anunciou na segunda-feira (8) a criação de um movimento empresarial chamado “Unidos pela Vacina”. O objetivo da mobilização é facilitar a distribuição do imunizante, feito para combater a covid-19, para todos os brasileiros até setembro de 2021.
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O movimento visa apoiar o SUS (Sistema Único de Saúde) com soluções de logística e também com a compra de insumos – como agulhas e seringas. Em um post feito no Instagram, a empresária escreveu: “O nosso objetivo é vacinar todos os brasileiros até setembro deste ano. A gente não discute política, não procura culpado. A gente discute, sim, como levar a vacina até todas as pessoas do nosso país”.
Após o anúncio, as ações da companhia acumularam alta de 2,30%, sendo cotadas a R$ 26,24. Desde o split realizado em outubro, os papéis mantinham-se estabilizados na faixa dos R$ 25. Nesta quarta-feira, as ações fecharam em queda de 3,58%, com o preço de R$ 25,30.
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Mas, afinal, as investidas sociais do Magazine Luiza podem impactar nas ações da companhia no longo prazo? O E-Investidor conversou com especialistas para saber
Impacto nas ações
O BTG Pactual enxerga Magazine Luiza como uma das cinco melhores companhias para investir em 2021. Segundo o e-book do banco, a empresa, que registrou alta acumulada de 104,84% em 2020, continuará sendo vista pelo mercado como uma verdadeira instituição de tecnologia/omnichanel. “O e-commerce continuará crescendo a uma taxa secular, devendo pelo menos triplicar até 2025, aumentando a penetração nas vendas totais do varejo”, diz.
Essa investida na vacinação é só mais uma das práticas de ESG feitas pelo Magazine Luiza. Em 2020, a companhia anunciou o programa de trainees só para negros. A notícia gerou repercussão na mídia, pois muitos viram a iniciativa como uma forma de “racismo reverso”.
Para José Francisco Cataldo, head de research da Ágora Investimentos, a empreitada da vacinação é bastante interessante. “Mostra que a companhia está empenhada em ajudar como pode. A iniciativa pode ser incluída na parte social do ESG”, diz.
Além do mais, caso o Magazine Luiza obtenha sucesso e a vacinação realmente seja mais rápida por conta da iniciativa, isso pode acelerar também a retomada da economia no país, o que seria positivo não só para o setor de atuação da empresa, mas para o mercado como um todo.
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Na visão de Cataldo, essas investidas são um fator que, no longo prazo, agregam valor às ações. “Isso revela que a companhia se preocupa com o bem estar, não só dos seus funcionários, mas também da população em geral”, diz.
Para Anderson Meneses, CEO da Alkin Research, é natural o interesse dos empresários e da população que essa vacinação ocorra o mais rápido possível. “Contudo, a data é ainda mais interessante para eles, por conta das expectativas de receitas com as vendas de fim de ano”, diz.
Em um primeiro momento, ao analisarmos a iniciativa, a compra de agulhas, seringas e também os gastos com marketing, podem gerar um efeito negativo nas despesas administrativas da companhia.
Na opinião de Meneses, vai ser bem difícil mensurar os impactos nas ações, pois os papéis já estão caros. “O investidor está começando a observar esse movimento. Estamos vendo pressão inflacionária e a diminuição dos estímulos do governo para a população. Há uma série de fatores que estão pesando na percepção de valor das empresas, principalmente, do Magazine Luiza”, diz.
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Com base em todas as iniciativas de ESG tomadas pela companhia, é fato que a empresa se preocupa não só com o lucro, mas também com as pessoas que ela impacta e o ambiente no qual está inserida.
De acordo com Carolina Casseb, analista de ESG da Guide Investimentos, essa iniciativa não seria algo que impactaria os preços da companhia hoje. “Vai, sim, ajudar a construir uma imagem positiva para o investidor sobre a companhia para o médio e longo prazo”, diz.