Mercado

Mercado financeiro hoje: decisão de juros e mais 3 assuntos para ficar atento antes de investir nesta “Super Quarta”

A temporada de balanços e indicadores no exterior seguem orientando o movimento na agenda financeira hoje

Mercado financeiro hoje: decisão de juros e mais 3 assuntos para ficar atento antes de investir nesta “Super Quarta”
Imagem: Adobe Stock

As decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e do Banco Central (BC) concentram as atenções na agenda econômica desta quarta-feira (31), também conhecida como “Super Quarta”. Os BCs da Colômbia e do Chile também divulgam suas decisões de juros. No mercado financeiro hoje, serão divulgados o relatório de empregos do setor privado (ADP) dos Estados Unidos em julho e a taxa de desemprego brasileira medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mensal.

Ainda na agenda local, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e todos os diretores da instituição participam das duas etapas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que anuncia a decisão da Selic a partir das 18h30. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpre agenda em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso ao longo do dia.

No exterior, há também a publicação do índice de custo de emprego no segundo trimestre e o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de julho nos EUA. À noite, estão programados os PMIs industriais de julho do Japão e da China.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

A temporada de balanços continua, com Gerdau (GGBR4), Kepler Weber (KEPL3) e EcoRodovias (ECOR3) divulgando seus resultados trimestrais após o fechamento da B3. Entre as empresas americanas que divulgam balanços estão Boeing (BOEI34) e Mastercard (MSCD34) antes da abertura dos mercados em Nova York, e Meta (M1TA34) e AIG após o fechamento.

Confira os 4 assuntos em destaque no mercado financeiro hoje

Decisões de juros

A bolsa de Tóquio subiu 1,49% e a moeda japonesa, o iene, reage em firme alta ante o dólar após o Banco do Japão (BoJ) elevar a taxa de juros em 15 pontos-base, para a faixa entre 0,15% e 0,25%.

O presidente da autoridade monetária japonesa, Kazuo Ueda, sinalizou que continuará aumentando as taxas de juros do país se a economia e os preços se moverem de acordo com as previsões. Esta é a primeira decisão monetária desta Super Quarta, que ainda tem no radar o anúncio do Federal Reserve e do Copom.

A previsão é que o BC dos EUA deixe seus juros inalterados mais uma vez, mas prepare o terreno para uma redução inicial das taxas, em setembro. Essa perspectiva traz uma relativa acomodação aos juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense).

No Brasil, após o forte relatório do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de junho e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acima da mediana esperada por analistas, os economistas avaliam que o Copom vai manter a Selic em 10,50% ao ano nesta tarde, mas deve subir o tom da cautela com a deterioração das expectativas, depreciação do câmbio e baixa credibilidade da política fiscal.

Bolsas internacionais

As Forças de Defesa de Israel confirmaram, na terça-feira (30), que mataram o principal comandante militar do Hezbollah, Fouad Shukar, na operação que resultou em explosões no subúrbio de Beirute, a capital do Líbano.

O receio é de que uma eventual escalada do conflito possa encarecer os preços de fretes marítimos e do petróleo e dar fôlego à inflação global.

Publicidade

As bolsas europeias mostram ganhos consistentes, assim como em Nova York com destaque para o Nasdaq. O balanço positivo do fabricante de chips Advanced Micro Devices (AMD) impulsiona sua ação e as de outras empresas do setor de tecnologia.

No pré-mercado, a ação da AMD saltava 9,3%, enquanto Nvidia (NVDC34), Micron Technology (MUTC34) e Broadcom (AVGO34) exibiam altas de 5,5%, 4,1% e 4,4%, respectivamente. A da Microsoft (MSFT34), por outro lado, caía 2,2% após a gigante de tecnologia frustrar com o desempenho de suas operações de nuvem – veja aqui o balanço do segundo trimestre da empresa de computação.

Commodities

O apetite por ativos de risco em Nova York e o avanço de mais de 2% do petróleo – em meio a renovadas tensões no Oriente Médio – tendem a ajudar as ações da Petrobras (PETR3; PETR4). O American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da estatal subia 1,21% no pré-mercado em NY às 7h07.

Por outro lado, a queda de 0,43% do minério de ferro pode pressionar os ativos da Vale (VALE3). No mesmo horário, o ADR da mineradora ganhava 1,40%.

Mercado brasileiro

O EWZ, principal fundo de índice (ETF) do Brasil negociado em Wall Street, avançava 1,16% no pré-mercado.

Os investidores vão avaliar a taxa de desemprego na Pnad Contínua – para a qual se espera nova queda – e digerir o decreto que detalha a contenção de R$ 15 bilhões de despesas, publicado na terça-feira (30) à noite em uma edição extra do Diário Oficial da União. Os ministérios da Saúde e das Cidades foram os mais afetados pelo congelamento.

Nos juros, as oscilações podem ser contidas pela relativa acomodação dos rendimentos dos Treasuries e sinais mistos do dólar no exterior. No câmbio, o dia é de disputa técnica em torno da definição da taxa Ptax (taxa de referência para as operações de câmbio no mercado financeiro), que pode adicionar volatilidade aos negócios no mercado financeiro hoje.

Publicidade

*Com informações do Broadcast