

A agenda econômica desta terça-feira (25) repercute a ata do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) da semana passada, quando a taxa Selic aumentou 1 ponto porcentual, para 14,25% ao ano. Ainda no mercado financeiro hoje, ficam no foco discursos de dois dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e indicadores de vendas de moradias novas e de confiança do consumidor nos Estados Unidos.
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Ainda na agenda econômica hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa da abertura do evento “Reforma Tributária e Agora? Venha entender os próximos passos”, que terá fala também do presidente em exercício, Geraldo Alckmin (online). A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, participa do “Bom Dia, Ministra”.
O Tesouro faz leilão de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos com rendimento atrelado à inflação) e de Letra Financeira do Tesouro (LFT, título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros).
Entre os balanços trimestrais previstos, destaque para a Bradespar (BRAP4) e a JBS (JBSS3) – esta, após o fechamento do pregão da B3. Nos EUA, os discursos de dirigentes do Fed são da diretora Adriana Kugler, e o presidente da distrital de Nova York, John Williams.
Mercado financeiro hoje: o que movimenta o pregão desta terça-feira (25)
Bolsas internacionais digerem próxima rodada de tarifas dos EUA
Os índices futuros de Nova York recuam, enquanto os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) e o dólar hoje sobem moderadamente, à espera de novidades sobre a política tarifária do governo Donald Trump, dos dados econômicos dos EUA e de discursos de autoridades do Fed.
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Há esperanças de que a próxima rodada de tarifas dos EUA, que entra em vigor no dia 2, seja menos agressiva do que se previa. Trump, entretanto, informou que anunciará mais tarifas “em breve” sobre carros, aço, alumínio e fármacos e impôs taxação de 25% a países que compram petróleo e gás da Venezuela.
Na Europa, as bolsas avançam após sinais de possível flexibilização das tarifas de Trump e da elevação do índice Ifo de sentimento das empresas na Alemanha acima do que era previsto em março.
Ata do Copom: o que esperar da Selic em maio?
O foco dos investidores está na ata do Copom nesta terça-feira, após a elevação da taxa Selic de 13,25% para 14,25%, em decisão unânime. A elevação levou a taxa básica de juros para o maior patamar desde 2016, época da crise econômica que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
O Copom repetiu, na ata da sua última reunião, que antevê um novo aumento “de menor magnitude” na taxa Selic no seu próximo encontro, de maio. A sinalização já constava no comunicado divulgado na última quarta-feira (19).
A elevação em maio colocaria a taxa em ao menos 14,50%, o maior nível desde os 14,75% atingidos em julho de 2006, ainda no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O mercado espera altas de 0,5 ponto porcentual em maio e de 0,25 ponto porcentual em junho, que levariam os juros a 15,0% ao ano no fim do ciclo de aperto, segundo o último relatório Focus.
O colegiado também reforçou que, a partir de maio, o tamanho total do ciclo será ditado pelo seu “firme compromisso de convergência da inflação à meta” e dependerá da evolução do cenário.
Commodities: petróleo e minério avançam
O petróleo opera em leve alta, ampliando ganhos de segunda-feira (24), ainda em reação à decisão dos Estados Unidos de impor tarifas secundárias de 25% a importações de países que compram petróleo e gás da Venezuela. No início desta manhã, o barril do petróleo WTI para maio subia 0,39%, enquanto o do Brent para junho avançava 0,42%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em alta de 0,65%, cotado a 776 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 106,97 a tonelada nos mercados de Dalian, na China.
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Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) cediam 0,40% no pré-mercado de Nova York nesta manhã de terça-feira. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 0,21% no mesmo horário.
Como fica o Ibovespa hoje?
A influência das perdas das ações em Nova York no Ibovespa hoje pode ser amenizada pela valorização das commodities. A curva de juros deve se ajustar à ata do Copom, e investidores ficam de olho em Haddad e Tebet em meio ao ceticismo do mercado com o cenário fiscal do governo.
No câmbio, se a ata sinalizar mais avanço do juro básico, poderá aliviar o dólar, bem como a valorização das commodities é positiva ao real e aos pares emergentes, que já mostram ganhos, como peso mexicano, peso chileno e rand sul-africano. Esses e outros assuntos ficam no radar do mercado financeiro hoje.
* Com informações de Cícero Cotrim e Célia Froufe, do Broadcast