Na volta do feriado local, os investidores ficam atentos ao encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em meio a expectativas sobre a posição do governo em relação à meta de zerar o déficit das contas públicas em 2024.
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Também serão monitoradas as duas sessões da reunião trimestral de economistas com os diretores do Banco Central (BC) Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais), Renato Dias de Brito Gomes (Organização do Sistema Financeiro e Resolução) e Diogo Abry Guillen (Política Econômica) no Rio.
Com a agenda local de indicadores vazia, alguns dados dos Estados Unidos, como a produção industrial em outubro, e discursos de vários dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central estadunidense) devem orientar os negócios nos mercados nesta quinta-feira (16).
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Os futuros de Nova York e as bolsas europeias caem majoritariamente nesta manhã, após avançarem ontem em meio à desaceleração da inflação ao produtor nos EUA e do índice de preços ao consumidor no Reino Unido, que elevaram as apostas de fim do aperto monetário nos dois países.
Os investidores conduzem uma leve realização de lucros, enquanto os juros dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) recuam e o dólar oscila perto da estabilidade ante moedas rivais, na esteira ainda da aprovação pelo Senado americano do pacote de leis a fim de evitar a paralisação do governo (shutdown), no fim da quarta-feira (15). “Sem shutdown do governo, sem cortes em programas vitais”, disse o líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer.
Na China, as bolsas recuaram. O preço médio das moradias novas no gigante asiático cedeu em ritmo mais rápido em outubro, segundo cálculos do Wall Street Journal, mesmo em meio a estímulos oficiais para apoiar o consumo e atrair mais investimento estrangeiro.
Os investidores acompanham ainda os desdobramentos da reunião entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o dos Estados Unidos, Joe Biden, em São Francisco. Os líderes expuseram diferenças, mas também falaram sobre cooperação bilateral.
No Brasil
Apesar da cautela moderada no exterior, os mercados podem se ajustar ao tom favorável visto ontem em Nova York em meio ao feriado local e após a desaceleração da inflação ao produtor nos EUA, de dados chineses positivos, como as vendas no varejo e a produção industrial – ambos acima das expectativas – e de valorização de metais, como o minério de ferro.
Também, o Banco do Povo da China (PBoC) manteve o juro da linha de empréstimo de médio prazo (MLF) de 1 ano em 2,5%, e injetou 1,45 trilhão de yuans no sistema. Sem indicadores internos relevantes, os mercados devem aguardar ainda a posição do governo sobre a meta de zerar o déficit fiscal de 2024.
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O Broadcast/Estadão apurou que a tendência no momento é de o governo Lula não mexer na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 para mudar a meta agora e esperar para ver como vão terminar as medidas arrecadatórias no Congresso.
O prazo para apresentação de emenda à LDO se esgota nesta sexta-feira (17). A mudança, se necessária, pode ser feita na tramitação do projeto de Orçamento do próximo ano, o que tradicionalmente costuma ser a última votação em dezembro, antes do recesso parlamentar de fim do ano.
Agenda
Os diretores do BC Fernanda Guardado, Renato Dias de Brito Gomes e Diogo Abry Guillen participam de duas sessões da Reunião Trimestral com Economistas, no Rio de Janeiro (das 9h às 10h30 e das 11h30 às 12h30). Ainda na agenda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reúne-se com o presidente Lula e os ministros da Defesa, José Múcio, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira (9h20) e, depois, haverá outro encontro apenas com Haddad (10h30).
O Tesouro faz leilões de venda de títulos prefixados LTN e NTN-F (11h). O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza sessão para julgar recursos contra a decisão que autorizou a “quebra da coisa julgada” em temas tributários em abril (14h). PagSeguro publica balanço após o fechamento da B3.