Decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE) são aguardadas pelos mercados nesta quinta-feira (14). Entre os indicadores, destaque para as vendas no varejo no Brasil, nos Estados Unidos e na China.
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discursa na abertura da Trilha Financeira do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), que está sob a presidência brasileira, e deve trabalhar depois junto ao Congresso na articulação da aprovação da agenda econômica.
O dólar e os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) ampliam perdas, com o juro da T-Note 10 anos abaixo de 4%, após já ter tocado mínimas desde agosto e com a sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central estadunidense) de reduções nos juros no próximo ano.
O petróleo e as bolsas estendem também o otimismo. Os índices futuros de Nova York ampliam os ganhos do mercado à vista ontem, quando o Dow Jones renovou máximas históricas.
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Um apetite por risco predomina também na Europa, com expectativas dos analistas de que o BCE e o BoE sigam os passos do Fed e mantenham nesta quinta-feira os juros inalterados em, respectivamente, 4% e 5,25% ao ano. Trata-se do nível mais alto da taxa básica na região desde o lançamento do euro, em 1999.
O petróleo também volta a subir. Na última quarta-feira (13), o mercado ampliou apostas em cortes mais agressivos nos EUA em 2024 depois do Fed deixar os juros inalterados em 5,25% a 5,50% ao ano, rebaixar suas projeções para inflação e juros nos próximos anos e do seu presidente, Jerome Powell, assumir que discussões preliminares aconteceram sobre possíveis cortes nas taxas de juros.
A probabilidade de o primeiro corte ocorrer em março subiu de 46,7% antes da decisão para 72,7% no fim de tarde, de acordo com monitoramento do CME Group. A chance de cortes acumulados de 150 pontos-base até o fim de 2024 também avançou, de 19,1% a 34,9%, tornando-se o cenário mais provável.
No Brasil
Os mercados devem se ajustar hoje ao tom conservador no comunicado da decisão do comitê, que cortou pela quarta vez consecutiva a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, de 12,25% para 11,75% ao ano, principalmente o segmento de juros futuros. Também devem repercutir os dados de varejo em meio ao quadro externo positivo, que tende a ecoar ainda na Bolsa local e no câmbio após a mensagem suave do Fed que pode compensar o tom conservador no comunicado do Banco Central (BC) brasileiro.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) prepara os investidores do País para um ciclo de crescimento mais sustentável, com baixa inflação e baixo desemprego. A mediana das estimativas dos economistas indica crescimento de 0,3% para as vendas do varejo restrito em outubro, na margem, alçado pelo segmento de hiper e supermercados, após avanço de 0,6% em setembro, de acordo com pesquisa do Projeções Broadcast.
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O recuo dos rendimentos dos Treasuries e do dólar em meio aos sinais mistos de commodities, com alta firme do petróleo mas queda do minério de ferro na China, podem influenciar ainda a precificação na renda fixa e no câmbio.
A oito dias do início do recesso parlamentar, o noticiário fiscal ganha relevância. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 foi aprovada nesta quarta-feira na Comissão Mista de Orçamento (CMO), permitindo que os investimentos das estatais no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de R$ 5 bilhões, fiquem fora da meta fiscal bem como o seguro rural.
O texto vai agora para o plenário do Congresso e, de acordo com o relator, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), pode ser incluído já na sessão conjunta desta quinta-feira. Também é possível que ocorra hoje a votação do relatório da Medida Provisória (MP) da Subvenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pela Comissão Mista.
Agenda
Os destaques da agenda do dia ficam com as decisões de juros do Banco da Inglaterra (9h) e do Banco Central Europeu (10h15), seguida de entrevista coletiva com a presidente da autoridade monetária do bloco, Christine Lagarde (10h45), além dos BCs do México (16h) e do Peru.
Também estão programados o Produto Interno Bruto (PIB) do G20 no terceiro trimestre (8h), dados de vendas no varejo restrito e ampliado do Brasil (9h), dos EUA (10h30) e da China (23h) e os Índice de Gerentes de Compras (PMIs, na sigla em inglês) preliminares de dezembro do Japão (21h30).
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Ainda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discursa (9h30). O Tesouro Nacional faz leilão de títulos LTN e NTN-F (11h).