A agenda econômica desta quarta-feira (15) repercute a saída do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e avalia o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que funciona como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), de março. Ainda fica no foco falas de diretores do Banco Central (BC), inclusive do presidente Roberto Campos Neto.
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No exterior, destaque ao índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e falas de diretores do Federal Reserve (Fed, banco central americano).
Petrobras (PETR3; PETR4)
A Petrobras informou que recebeu uma solicitação do presidente da companhia, Jean Paul Prates, para que o Conselho de Administração (CA) avalie o encerramento antecipado de seu mandato “de forma negociada”.
Conforme apurou o Broadcast, que antecipou a informação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou Prates nessa terça-feira (14), em Brasília, para informar a sua substituição à frente da maior empresa do País. O motivo seria a cobrança por maior velocidade na execução dos projetos anunciados pela empresa, principalmente em relação à encomenda de navios aos estaleiros brasileiros.
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Para o lugar de Prates, foi nomeada a ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, uma indicação do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
A notícia derrubou os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da companhia no after hours da Bolsa de Nova York, que subiam e passaram a cair, fechando em queda de quase 7%. Há pouco, o ADR registrava queda de 8,81% no pré-mercado de NY.
O Citi avalia que a saída de Prates da presidência da Petrobras representa a “deterioração da governança” da empresa e um risco negativo para a tese de investimento da petroleira. Segundo o banco, Chambriard chega com a pressão de cumprir o plano de investimentos e acelerar a expansão do Capital expenditure (Capex), que em suma significa investimento, o que pode ter impacto negativo no pagamento de dividendos da empresa. “A saída de Prates e a possível quebra na estratégia da empresa reforçam nossa recomendação Neutra para as ações da empresa”, afirmam os analistas Gabriel Barra e Andrés Cardona.
Já a Ativa Investimentos, “sem entrar no mérito da nova escolhida”, classifica a decisão como negativa. “Prates vinha desempenhando o que classificamos como um bom papel na companhia, equilibrando os interesses econômicos e políticos da empresa com sabedoria”, afirma.
Para a XP Investimentos, este contexto provavelmente levantará preocupações dos investidores minoritários sobre o possível risco de interferência do acionista majoritário (ou seja, o Governo) na gestão da empresa.
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Chambriard não deve enfrentar dificuldades em ter o nome aprovado pelas instâncias de governança da Petrobras e pelo Conselho de Administração da companhia por ter larga experiência no setor. Com a recente declaração da constitucionalidade da lei das estatais pelo Supremo Tribunal Federal (STF), seu nome é, inclusive, bastante aderente às exigências legais replicadas no estatuto da estatal.
O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacellar, disse ao Broadcast que a entidade sindical apoia a decisão do presidente Lula para a Petrobras, mencionando que Chambriard tem perfil técnico “irrefutável”.
Nessa terça-feira, as ações da Petrobras fecharam em queda de 2,74% (ON) e 1,80% (PN), tomando da empresa R$ 13,2 bilhões em valor de mercado, em razão da reação ao balanço do primeiro trimestre da petroleira e da insatisfação com a distribuição de dividendos.
A Petrobras informou ainda que solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) uma solução consensual com a petroquímica Unigel, mediada pelo órgão público, a fim de viabilizar a operação das plantas arrendadas para a Proquigel/Unigel e evitar sua deterioração, como também os custos decorrentes dessa condição. A companhia reforçou que, até o momento, nenhum desembolso foi realizado por sua parte.
JBS (JBSS3)
A JBS encerrou o primeiro trimestre de 2024 com lucro líquido de R$ 1,646 bilhão, revertendo o prejuízo líquido de R$ 1,453 bilhão registrado no igual período de 2023. O Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) ajustado cresceu 197,3%, para R$ 6,429 bilhões. Já a margem Ebitda passou de 2,5% para 7,2%.
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A XP Investimentos avalia que os resultados apresentados pela JBS foram sólidos, com destaque positivo para a margem Ebitda de 7,2%, que superou a expectativa da casa que era de 5,9%.
Banrisul (BRSR6)
O Banrisul informou queda de 12% em seu lucro líquido do primeiro trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, para R$ 187,6 milhões. O retorno sobre o patrimônio líquido ajustado (ROAE) caiu para 7,7% no primeiro trimestre, de 9%.
A Genial investimentos diz que o trimestre foi fortemente impactado pelo aumento significativo de 87,7% ante o quarto trimestre de 2023 e alta de 42,8% contra o primeiro trimestre de 2023 nas provisões para devedores duvidosos (PDD), devido à rolagem da carteira por níveis de risco e ao crescimento das operações de crédito em atraso. Por outro lado, a receita líquida de juros (NII) continua em forte expansão (+22,9% em um ano), superando o crescimento da carteira de crédito (+7,5% ante base anual), beneficiada pelo processo de reprecificação e melhora de instrumentos de funding.
Nubank (ROXO34)
O Nubank registrou lucro líquido de US$ 378,8 milhões em sua holding (empresa de participações) no primeiro trimestre deste ano, um salto de 167% em relação ao mesmo período do ano passado. As receitas do banco fecharam março em patamar recorde, de US$ 2,7 bilhões, crescimento de 64% e o retorno anualizado sobre o patrimônio (ROE, na sigla em inglês) saiu de 11% para 23%. O banco destacou a evolução dos negócios no México, que crescem em ritmo mais acelerado do que ocorreu com as operações no Brasil.
Aeris (AERI3)
A Aeris registrou prejuízo líquido de R$ 41,248 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo lucro de R$ 15,730 milhões anotados em igual período de 2023. O Ebitda alcançou R$ 42,475 milhões, queda de 69,6%.
Eneva (ENEV3)
A Eneva registrou prejuízo líquido atribuído a controladores de R$ 60,9 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo o lucro de R$ 222,9 milhões de igual período de 2023. O resultado considera as participações minoritárias da companhia. Sem esse efeito, a empresa registrou um resultado líquido positivo de R$ 66,7 milhões, ante lucro de R$ 222,7 milhões reportado um ano antes. O Ebitda alcançou R$ 1,089 bilhão, queda de 6,8%.
Porto (PSSA3)
A Porto (ex-Porto Seguro) encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 651 milhões, crescimento de 90,2% em relação ao mesmo período de 2023. A sinistralidade caiu 5,6 pontos em um ano, para 71,4%. A empresa atualizou as projeções para o período entre 2023 e 2025. Para o segmento de seguros, os prêmios ganhos devem crescer 5% a 10%, enquanto a sinistralidade deve oscilar entre 50% e 54% no período. O índice de despesas administrativas (G&A) deve ficar entre 10,5% e 11,5% no mesmo intervalo.
Positivo (POSI3)
A Positivo Tecnologia reportou lucro líquido consolidado de R$ 64,3 milhões no primeiro trimestre de 2024, o que representa um salto de 655,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O Ebitda somou R$ 115,6 milhões, crescimento de 36,3%.
Vittia (VITT3)
O Grupo Vittia obteve lucro líquido de R$ 800 mil no primeiro trimestre de 2024, o que representa queda de 93,6% ante igual período do ano passado. O Ebitda ajustado atingiu R$ 6,82 milhões, recuo de 73,1%.
Aéreas
A Gol (GOLL4), a Azul (AZUL4) e a Latam (LTMAY) suspenderam a venda de passagens para o Aeroporto de Porto Alegre, que está inoperante após ser atingido pelas chuvas, sem prazo de reabertura, após determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). A agência também determinou que as remarcações de passagens já compradas para a capital gaúcha não terão custo ao passageiro.
A troca na presidência da Petrobras, com a saída de Jean Paul Prates, é vista por parte do setor aéreo como um possível fôlego para a retomada de diálogos que buscam o barateamento do querosene de aviação (QAV), conforme avaliação feita por membros do setor ao Broadcast.
Ambev (ABEV3)
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) rejeitou parcialmente um recurso da Ambev em processo no qual a Receita questiona métodos contábeis usados pela empresa para pagamentos de Juros sobre Capital Próprio (JCP). O caso somava R$ 6,9 bilhões, mas, em alguns pontos do julgamento, os conselheiros deram razão à companhia, o que reduziu esse impacto.
Braskem (BRKM5)
A CPI do Senado que apurou a responsabilidade da Braskem no acidente geológico de Maceió irá divulgar seu relatório final hoje.